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28/02/2007
-
12h34
da Folha Online
Os Estados Unidos negarão qualquer pedido de extradição de 25 agentes da CIA [inteligência americana] indiciados pelo seqüestro de um clérigo egípcio em Milão, informaram fontes do governo americano nesta quarta-feira. A Itália ainda não indicou que pedirá a extradição.
"Nós não recebemos um pedido de extradição do governo italiano mas, se o recebermos, ele será negado. Não extraditaremos oficiais para a Itália", afirmou John Bellinger, assessor legal da secretária de Estado americana Condoleezza Rice, nesta quarta-feira.
A Promotoria de Milão quer que o governo da Itália entre com o pedido de extradição de 26 cidadãos americanos --25 deles agentes da CIA. No entanto, o governo anterior-- liderado por Silvio Berlusconi-- recusou-se a seguir a recomendação e o atual premiê Romano Prodi também não deu mostras de que irá pressionar Washington a respeito.
Os 26 são acusados de seqüestrar o clérigo Osama Moustafa Hassan Nasr em Milão no dia 17 de fevereiro de 2003. Nasr teria sido levado para a base aérea de Aviano, perto de Veneza, e em seguida para a base aérea de Ramstein Air Base, no sul da Alemanha.
Posteriormente, foi levado para o Egito, onde ficou detido durante quatro anos e, segundo seu advogado, submetido a torturas.
Ele foi libertado quando uma corte egípcia decidiu que sua detenção era "infundada".
Em entrevista a um jornal no início deste mês, o ministro da Justiça da Itália, Clemente Mastella, sugeriu que o governo não pedirá a extradição dos 26 americanos, dizendo que isso abalaria a amizade entre seu país e os EUA.
Decisão
A decisão de enviar ou não um pedido de extradição caberia ao Ministério da Justiça.
No entanto, segundo Mastella, nesse caso a decisão deve ser tomada pelo governo como um todo, devido à importância do caso.
Todos os americanos já deixaram a Itália. O julgamento será aberto em junho de 2007.
Será o primeiro processo criminal a respeito da chamada "Extraordinary Rendition" [rendição extraordinária], programa de seqüestros-relâmpago de suspeitos de terrorismo em países europeus e sua transferência para países do Oriente Médio e Ásia Central mais flexíveis em relação ao uso de tortura.
Cinco italianos --entre eles, o ex-chefe da agência de serviço secreto do país-- também foram indiciados sob a mesma acusação.
Bellinger criticou a Itália pode desejar julgar os réus à revelia. "É irônico que os EUA venham sendo criticados por julgar suspeitos de vínculo com a rede Al Qaeda sem a sua presença, mas que europeus se sintam confortáveis em julgar americanos dessa forma", afirmou.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CIA
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EUA rejeitam extradição de agentes da CIA indiciados na Itália
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Os Estados Unidos negarão qualquer pedido de extradição de 25 agentes da CIA [inteligência americana] indiciados pelo seqüestro de um clérigo egípcio em Milão, informaram fontes do governo americano nesta quarta-feira. A Itália ainda não indicou que pedirá a extradição.
"Nós não recebemos um pedido de extradição do governo italiano mas, se o recebermos, ele será negado. Não extraditaremos oficiais para a Itália", afirmou John Bellinger, assessor legal da secretária de Estado americana Condoleezza Rice, nesta quarta-feira.
A Promotoria de Milão quer que o governo da Itália entre com o pedido de extradição de 26 cidadãos americanos --25 deles agentes da CIA. No entanto, o governo anterior-- liderado por Silvio Berlusconi-- recusou-se a seguir a recomendação e o atual premiê Romano Prodi também não deu mostras de que irá pressionar Washington a respeito.
Os 26 são acusados de seqüestrar o clérigo Osama Moustafa Hassan Nasr em Milão no dia 17 de fevereiro de 2003. Nasr teria sido levado para a base aérea de Aviano, perto de Veneza, e em seguida para a base aérea de Ramstein Air Base, no sul da Alemanha.
Posteriormente, foi levado para o Egito, onde ficou detido durante quatro anos e, segundo seu advogado, submetido a torturas.
Ele foi libertado quando uma corte egípcia decidiu que sua detenção era "infundada".
Em entrevista a um jornal no início deste mês, o ministro da Justiça da Itália, Clemente Mastella, sugeriu que o governo não pedirá a extradição dos 26 americanos, dizendo que isso abalaria a amizade entre seu país e os EUA.
Decisão
A decisão de enviar ou não um pedido de extradição caberia ao Ministério da Justiça.
No entanto, segundo Mastella, nesse caso a decisão deve ser tomada pelo governo como um todo, devido à importância do caso.
Todos os americanos já deixaram a Itália. O julgamento será aberto em junho de 2007.
Será o primeiro processo criminal a respeito da chamada "Extraordinary Rendition" [rendição extraordinária], programa de seqüestros-relâmpago de suspeitos de terrorismo em países europeus e sua transferência para países do Oriente Médio e Ásia Central mais flexíveis em relação ao uso de tortura.
Cinco italianos --entre eles, o ex-chefe da agência de serviço secreto do país-- também foram indiciados sob a mesma acusação.
Bellinger criticou a Itália pode desejar julgar os réus à revelia. "É irônico que os EUA venham sendo criticados por julgar suspeitos de vínculo com a rede Al Qaeda sem a sua presença, mas que europeus se sintam confortáveis em julgar americanos dessa forma", afirmou.
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