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04/03/2007 - 17h30

Governo lidera na Estônia em primeira eleição ampla pela Internet no mundo

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da Folha Online

Os partidos aliados ao governo foram os maiores vencedores nas eleições para o Legislativo na Estônia, revelam os primeiros resultados parciais dessa votação histórica, em que foi permitida a ampla votação pela internet. A própria Estônia já havia experimentado essa modalidade de votação em 2005, mas apenas para uma eleição local e de forma restrita, quando pouco menos de 10 mil cidadãos votaram pela rede mundial de computadores.

Os estonianos têm tradição na Internet. Eles ajudaram a desenvolver o sistema de telefonia Skype, que tem na Estônia uma importante base européia das suas operações. Os cidadãos que votaram pela Internet tinham o direito de votar pelos meios tradicionais --o voto em papel-- caso seu voto eletrônico fosse anulado.

A votação pela rede mundial não contou com o apoio da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), que manifestou hoje preocupação com as dificuldades em supervisionar essa modalidade de votação.

Os especialistas da Estônia, no entanto, contestam esse argumento e dizem que o voto pela Internet é confiável, baseados no fato de que 82% da população declaram seu imposto de renda pela rede mundial de computadores. Em outras palavras: se eles confiam na Internet para suas operações financeiras, podem confiar também para seu voto.

Esses especialistas também afirmam que a experiência nas eleições municipais de 2005 mostrou-se confiável apesar das desconfianças com ataques de hackers, fraudes com identidades e manipulação na contagem de votos.

Na votação pela internet, o eleitor passa sua carteira de identidade (que na Estônia carrega um chip) por um leitor acoplado ao computador. Ele acessa o site específico para votação, digita duas senhas e marca o candidato escolhido, em um processo com duração estimada de 15 segundos.

Governo lidera

Dados preliminares mostram que 61% do eleitorado participou das eleições na Estônia --um nível de participação considerado elevado- e que as votações transcorreram com tranqüilidade no país báltico, que separou-se da União Soviética em 1991. A Comissão Eleitoral Central informou que 19,1% do total de eleitores (calculado em 900.000) votaram antecipadamente, inclusive pela Internet.

Um total de 970 candidatos, que representam 11 grupos políticos, bem como sete candidatos independentes, disputaram 101 vagas no Parlamento da Estônia, que diferente do brasileiro, é formado por apenas uma Casa legislativa.

Com 60% dos votos já contabilizados, o Partido das Reformas do primeiro-ministro Andrus Ansip, liderava os resultados, com 26,9%, seguido pela legenda aliada, de esquerda, o Partido do Centro, com 25,2% dos votos.

Se os resultados forem mantidos até o final da contagem, os dois partidos devem se manter no poder, a primeira vez que um Gabinete na Estônia consegue "sobreviver" a uma eleição desde 1991.

"Está claro que o povo apóia os partidos da coalizão mas ainda nos parece muito cedo para tirar mais conclusões", disse Ansip.

O principal partido da oposição, o IRL, outra legenda de centro-direita, era alvo de 17,9% dos votos, de acordo com os números parciais.

Por enquanto, a principal incógnita é se o Partido do Centro, que lidera as pesquisas, terá força suficiente para promover seu líder, Edgar Savisaar, ao cargo de primeiro-ministro.

Desde a independência da Estônia, nenhum governo conseguiu completar um mandato de quatro anos. O país báltico, de 1,4 milhão de habitantes, quer ingressar na zona do euro, mas não conseguiu cumprir as metas de inflação exigidas.

O grupo de Savisaar centrou a campanha eleitoral na necessidade de melhorar os salários do funcionalismo público e pelo estabelecimento de taxas progressivas de imposto de renda. Andrus Ansip, o atual primeiro-ministro, promete reduzir a taxa único desse imposto, de 23% para 18%.

Com agências internacionais

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