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05/03/2007 - 19h23

China defende fortalecimento do Exército e controle sobre Taiwan

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da France Presse

A China espera ter este ano um crescimento econômico sustentável de 8%, mas o premiê, Wen Jiabao, insistiu nesta segunda-feira na necessidade de combater as disparidades sociais durante a abertura da sessão anual do Parlamento do país. No discurso, o premiê defendeu também o fortalecimento do Exército e a recuperação do controle sobre a ilha independentista da Taiwan.

"A tarefa mais importante é promover um desenvolvimento sólido e rápido", declarou o chefe de governo em um discurso diante de quase 3.000 delegados. Este foi o primeiro dia da sessão anual da Assembléia Nacional Popular (ANP) em Pequim, no qual foi fixada a meta de crescimento em por volta de 8%.

"É preciso reforçar e melhorar as medidas de macrocontrole. O importante é limitar a quantidade de investimentos, controlar o crédito", acrescentou Wen Jiabao aos delegados que permanecerão reunidos até 16 de março no Palácio do Povo de Pequim.

Marco duvidoso

No início de cada ano, o governo chinês prevê um índice de 8% de crescimento, sistematicamente superado.

O PIB chinês cresceu 10,7% em 2006, o quarto aumento anual consecutivo de dois dígitos, apesar das medidas para restringir o crédito.

No âmbito social, Wen Jiabao prometeu medidas orçamentárias para ajudar os mais desfavorecidos nas áreas rurais a ter moradia e cobertura social e médica, além de estudos.

"Tentaremos preservar a igualdade e a justiça na sociedade para que toda a população compartilhe os frutos da reforma e do desenvolvimento", declarou.

Poluição

No que diz respeito ao meio ambiente, o premiê considerou que a economia chinesa continua consumindo muita energia e é muito poluente.

"Algumas instâncias locais e algumas empresas não aplicaram com rigor suficiente a regulamentação e as normas para poupar energia e proteger o meio ambiente", destacou Jiabao, que se comprometeu a "multiplicar os esforços para melhorar a qualidade e o rendimento do crescimento econômico este ano".

Wen Jiabao, que defende a "harmonia social", assim como o presidente Hu Jintao, denunciou as autoridades do Partido Comunista que dilapidam os fundos públicos.

"Em muitos poderes públicos locais, departamentos e instituições, não se hesita em manifestar um gosto marcado pelo luxo e a gestão dos fundos públicos com desperdício", declarou. "É indispensável acabar resolutamente com estes comportamentos doentios."

Golfe limitado

O premiê também pediu uma melhor proteção das terras cultiváveis com a proibição da construção de chalés e campos de golfe. As requisições de terra por parte das autoridades locais para projetos considerados injustificáveis provocaram muitos conflitos sociais nos últimos anos.

Sem causar surpresa, Wen Jiabao garantiu que Pequim dará seqüência à reforma das taxas cambiais para que a moeda seja mais flexível.

Esta política monetária prudente é regularmente reiterada pelas autoridades chinesas, que resistem às pressões ocidentais em favor de uma forte valorização do yuan.

Os países desenvolvidos, com os Estados Unidos à frente, consideram que a taxa cambial atual favorece comercialmente Pequim.

Taiwan

Durante a sessão, que prossegue até 16 de março, os delegados devem aprovar várias leis, em especial duas aguardadas há muito tempo, sobre a propriedade privada e sobre o fim de certos privilégios fiscais das empresas estrangeiras.

"Está chegando a hora de unificar os impostos sobre a renda com o objetivo de que as empresas nacionais e as empresas com participação estrangeira possam competir em pé de igualdade", declarou o premiê.

A respeito de Taiwan, o líder reiterou sua oposição à independência da ilha e insistiu no objetivo de uma "reunificação pacífica".

Exército

Ele também disse que prosseguirá com a modernização do Exército para poder "combater nas condições de uma guerra defensiva utilizando amplamente meios informatizados".

No domingo, o governo chinês anunciou um aumento de 17,8% do orçamento militar para este ano, que chegará a 350,9 bilhões de yuans (US$ 45 bilhões).

"A construção de um sistema de defesa nacional e de um Exército do povo poderoso é uma tarefa estratégica da modernização socialista", declarou o premiê na sessão.

As declarações foram particularmente bem recebidas pelos numerosos delegados do Exército Popular de Libertação (APL) no Parlamento.

Apesar da opção militar para fazer a ilha rebelde de Taiwan voltar ao país ser cada vez menos citada publicamente pelos dirigentes políticos chineses, os militares sabem que a modernização do Exército também é levada adiante com esta possibilidade.

"Taiwan faz parte de nosso território. Leiam a história, por quê não podemos recuperar Taiwan?", questionou um delegado da Universidade de Defesa Nacional, em uma referência à fragilidade do Exército chinês em comparação ao dos Estados Unidos, que protege a ilha.

Taiwan está separado de fato da China desde 1949 e reivindica uma independência que Pequim considera inaceitável.

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