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06/03/2007
-
21h14
da Folha Online
Lewis "Scooter" Libby, o ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, foi declarado culpado nesta terça-feira de quatro das cinco acusações contra ele por obstrução à Justiça, perjúrio e falso testemunho. O ex-assessor de Cheney foi acusado, no fim de 2005, de mentir aos investigadores federais que tentavam determinar quem havia vazado à imprensa o nome da ex-espiã da CIA (agência central de inteligência americana) Valerie Plame.
O vazamento aconteceu em meados de 2003, depois que o marido de Plame, o ex-diplomata Joseph Wilson, acusou o governo americano de manipular informações da inteligência para justificar a invasão do Iraque. Depois que seu nome foi divulgado, Valerie Plame ficou impossibilitada de trabalhar como agente secreto para a CIA.
O ex-assessor de Cheney pode ser condenado a uma pena de até 25 anos de prisão pelas condenações. Libby foi absolvido apenas da acusação de mentir ao FBI [polícia federal].
Libby renunciou a seu cargo no governo no final de 2005, depois de ter sido acusado de mentir aos pesquisadores federais.
O veredicto foi divulgado no décimo dia de deliberações, que seguiram um julgamento de cinco semanas.
Maré de azar
O veredito desta terça-feira foi o último de uma série de contratempos para o governo do presidente George W. Bush no que se refere a suas políticas para o Iraque.
Depois de enfrentar relatórios falsos acerca de armas de destruição em massa, falhas quanto às ações para coibir a violência sectária, abuso de prisioneiros no centro de detenção de Abu Ghraib e um recente escândalo sobre as más condições de tratamento médico para veteranos do Iraque, especula-se sobre os efeitos que a condenação de Libby terão na Casa Branca.
O advogado de Libby, Theodore Wells, disse que seu cliente solicitará um novo julgamento. Caso o pedido seja negado, a defesa entrará com uma apelação contra a condenação. "Temos confiança de que no final o sr. Libby será justiçado", disse Wells.
Durante a leitura do veredito, o ex-assessor de Cheney não manifestou emoção na sala de julgamento, mas sua mulher chorou continuamente.
Libby não chegou a ser formalmente acusado pelo vazamento do nome de Plame para a imprensa. Como chefe de gabinete de Cheney, ele tentou minimizar os relatos do marido da ex-agente da CIA. Relatos dão conta de que Libby afirmou a jornalistas que as viagens de Wilson ao exterior para determinar se o Iraque havia buscado adquirir materiais nucleares foram na realidade viagens de lazer armadas por Plame.
Apesar de correr o risco de passar até 25 anos na cadeia e pagar multas de cerca de US$ 1 milhão, especialistas prevêem que ele provavelmente ficará menos de cinco anos preso. O presidente Bush tem ainda o poder constitucional de conceder o perdão a Libby, mas poucos acreditam que ele o fará devido às repercussões na opinião pública.
Em um comunicado, o vice-presidente se disse muito desapontado com o resultado do julgamento. "Scooter [Libby] serviu nossa nação incessantemente e com grande distinção por muitos anos", disse Cheney.
Plamegate
Libby é o único acusado no caso Plame --conhecido como Plamegate--, que começou após a publicação na imprensa do nome da agente em julho de 2003.
O vazamento aconteceu pouco depois de o marido de Plame publicar um artigo no jornal "The New York Times" no qual acusava a Casa Branca de usar motivos falsos para justificar a invasão do Iraque, em março de 2003.
O promotor Patrick Fitzgerald alega que Libby soube da identidade de Plame através de Cheney e de outros funcionários, em junho de 2003, e depois passou a informação a jornalistas.
Fitzgerald não acusou ninguém de identificar intencionalmente Plame, revelação considerada crime nos EUA.
Os advogados do ex-alto funcionário da Casa Branca afirmaram durante todo o julgamento que seu cliente se tornou um bode expiatório e que não mentiu intencionalmente em seus depoimentos.
Segundo a defesa, as contradições nos depoimentos de Lewis Libby se devem a um problema de memória.
O ex-subsecretário de Estado americano Richard Armitage admitiu que foi ele quem disse à imprensa que Plame era agente da CIA, mas ele nunca foi acusado formalmente na Justiça.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Valerie Plame
Leia o que já foi publicado sobre a Casa Branca
Leia o que já foi publicado sobre Dick Cheney
Justiça americana condena ex-assessor do governo após escândalo
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Lewis "Scooter" Libby, o ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, foi declarado culpado nesta terça-feira de quatro das cinco acusações contra ele por obstrução à Justiça, perjúrio e falso testemunho. O ex-assessor de Cheney foi acusado, no fim de 2005, de mentir aos investigadores federais que tentavam determinar quem havia vazado à imprensa o nome da ex-espiã da CIA (agência central de inteligência americana) Valerie Plame.
14.jul.2006/Reuters |
Valerie Plame, ex-espiã da CIA, foi o pivô do escândelo que condenou Libby |
O ex-assessor de Cheney pode ser condenado a uma pena de até 25 anos de prisão pelas condenações. Libby foi absolvido apenas da acusação de mentir ao FBI [polícia federal].
Libby renunciou a seu cargo no governo no final de 2005, depois de ter sido acusado de mentir aos pesquisadores federais.
O veredicto foi divulgado no décimo dia de deliberações, que seguiram um julgamento de cinco semanas.
Maré de azar
O veredito desta terça-feira foi o último de uma série de contratempos para o governo do presidente George W. Bush no que se refere a suas políticas para o Iraque.
Depois de enfrentar relatórios falsos acerca de armas de destruição em massa, falhas quanto às ações para coibir a violência sectária, abuso de prisioneiros no centro de detenção de Abu Ghraib e um recente escândalo sobre as más condições de tratamento médico para veteranos do Iraque, especula-se sobre os efeitos que a condenação de Libby terão na Casa Branca.
O advogado de Libby, Theodore Wells, disse que seu cliente solicitará um novo julgamento. Caso o pedido seja negado, a defesa entrará com uma apelação contra a condenação. "Temos confiança de que no final o sr. Libby será justiçado", disse Wells.
Durante a leitura do veredito, o ex-assessor de Cheney não manifestou emoção na sala de julgamento, mas sua mulher chorou continuamente.
Libby não chegou a ser formalmente acusado pelo vazamento do nome de Plame para a imprensa. Como chefe de gabinete de Cheney, ele tentou minimizar os relatos do marido da ex-agente da CIA. Relatos dão conta de que Libby afirmou a jornalistas que as viagens de Wilson ao exterior para determinar se o Iraque havia buscado adquirir materiais nucleares foram na realidade viagens de lazer armadas por Plame.
Apesar de correr o risco de passar até 25 anos na cadeia e pagar multas de cerca de US$ 1 milhão, especialistas prevêem que ele provavelmente ficará menos de cinco anos preso. O presidente Bush tem ainda o poder constitucional de conceder o perdão a Libby, mas poucos acreditam que ele o fará devido às repercussões na opinião pública.
Em um comunicado, o vice-presidente se disse muito desapontado com o resultado do julgamento. "Scooter [Libby] serviu nossa nação incessantemente e com grande distinção por muitos anos", disse Cheney.
Plamegate
Libby é o único acusado no caso Plame --conhecido como Plamegate--, que começou após a publicação na imprensa do nome da agente em julho de 2003.
O vazamento aconteceu pouco depois de o marido de Plame publicar um artigo no jornal "The New York Times" no qual acusava a Casa Branca de usar motivos falsos para justificar a invasão do Iraque, em março de 2003.
O promotor Patrick Fitzgerald alega que Libby soube da identidade de Plame através de Cheney e de outros funcionários, em junho de 2003, e depois passou a informação a jornalistas.
Fitzgerald não acusou ninguém de identificar intencionalmente Plame, revelação considerada crime nos EUA.
Os advogados do ex-alto funcionário da Casa Branca afirmaram durante todo o julgamento que seu cliente se tornou um bode expiatório e que não mentiu intencionalmente em seus depoimentos.
Segundo a defesa, as contradições nos depoimentos de Lewis Libby se devem a um problema de memória.
O ex-subsecretário de Estado americano Richard Armitage admitiu que foi ele quem disse à imprensa que Plame era agente da CIA, mas ele nunca foi acusado formalmente na Justiça.
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