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13/03/2007 - 22h24

Sudão prioriza processo político e limita ação da ONU em Darfur

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da Efe
da Folha Online

O presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, concedeu máxima prioridade ao processo político em Darfur e aceitou apenas um papel limitado da ONU na pacificação da conflituosa região. A informação está contida em uma carta entregue nesta terça-feira aos membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU, na qual Bashir afirma que o apoio da organização à União Africana (UA) deve ser destinado a reativar o processo político, com base no acordo assinado em Abuja, na Nigéria.

O acordo de paz assinado em 5 de maio pelo governo sudanês em Cartum com uma facção do Movimento de Libertação do Sudão (MLS) não foi aceito por outras facções nem pelo Movimento para a Justiça e a Igualdade (MJI), que atuam também na região.

Para Bashir, a ONU deve dirigir suas atividades a forçar as facções dos grupos rebeldes que não assinaram o acordo a aceitarem suas condições, como definiram a UA e o CS da ONU. "O acordo de paz é o marco e a referência na qual a ONU deve basear-se em seu plano de apoio à UA", afirmou o presidente.

Bashir afirmou ainda que propostas para emendar ou anular qualquer artigo do acordo de paz "não serão aceitas" pelo governo sudanês.

Forças de paz

Na carta, Bashir expressa sua oposição ao envio de 3.000 efetivos militares e policiais da ONU, assim como de ativos aéreos, como helicópteros e aviões de reconhecimento, para reforçar a missão da UA conhecida como Amis, que já conta com 7.000 soldados no terreno.

Em seu lugar, o governo aceitaria o envio de 200 efetivos para um hospital de campo, 300 soldados para uma unidade logística e uma companhia de 200 militares para transporte pesado.

O presidente rotativo do CS da ONU, o embaixador da África do Sul na ONU, Dumisani Kumalo, disse que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lamentou o conteúdo da carta quando a recebeu.

Ban "expressou sua decepção com o fato de que, na carta, o presidente Bashir coloque perguntas sobre alguns temas que já foram estipulados", disse Kumalo.

Crise humanitária

Números da ONU indicam que a guerra civil e a crise humanitária na Província ocidental do Sudão deixaram entre 180 mil e 300 mil mortos e 2,4 milhões de refugiados desde fevereiro de 2003.

O conflito em Darfur começou em 2003, quando rebeldes lançaram ataques contra alvos governamentais, acusando Cartum de favorecer a população árabe em detrimento da africana.

Grupos de direitos humanos dizem que, em resposta aos ataques, o governo mobilizou e armou uma milícia árabe, conhecida como Janjaweed, que começou uma campanha de "limpeza étnica" nas aldeias africanas. Cartum nega qualquer ligação com as milícias.

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