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15/03/2007
-
10h11
da Efe, em Paris
Lucie Aubrac, um dos símbolos da resistência aos nazistas na França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), morreu nesta quarta-feira aos 94 anos no hospital suíço de Paris, anunciou seu marido.
Aubrac era o sobrenome de guerra de seu marido, Raymond Samuel, com o qual participou na clandestinidade de diversas operações de resistência e sabotagem durante o conflito. Seu nome de solteira era Lucie Bernard.
Nascida em junho de 1912, em uma família de cultivadores de uva para a produção de vinhos da região da Borgonha, desde jovem, militou na Juventude Comunista. Ela se formou como professora de História, exercendo a profissão em Estrasburgo, onde conheceu o marido, no final da década de 30, o que marcaria seu envolvimento na guerra.
Em agosto de 1940, organizou a primeira fuga de Samuel da prisão de Sarrebourg, no leste da França. No mesmo ano, organizou com o jornalista Emmanuel d'Astier um pequeno grupo clandestino, chamado A Última Coluna, e criou um jornal intitulado "Libération", que também circulava na clandestinidade.
A partir de novembro de 1942, dirigiu um comando que organizava fugas de detentos ligados à resistência e, em maio de 1943, conseguiu libertar seu marido, detido dois meses antes.
Em junho de 1943, Samuel voltou a ser detido com Jean Moulin --um dos líderes da resistência aos nazistas na França-- e outros dez ativistas perto de Lyon.
Aubrac conseguiu libertar novamente seu marido e outros 13 membros da resistência durante uma transferência de presos quatro meses mais tarde.
Fuga
Em fevereiro de 1944, sabendo que era procurada intensamente pela polícia nazista, a Gestapo, fugiu para Londres com um filho pequeno, e grávida de sua filha.
Ao final da guerra na França, voltou ao país com seu marido, que, primeiro foi nomeado comissário da República [delegado do governo] em Marselha, e depois teve outros cargos políticos em Paris.
Aubrac continuou sua ação militante na Anistia Internacional (AI) e numa organização de mulheres pela igualdade, que entre outras ações se destacou recentemente devido à atuação em prol dos imigrantes ilegais.
O presidente francês, Jacques Chirac, considerou "uma grande perda para a França" a morte desta "figura emblemática da participação das mulheres na Resistência" e cuja "audácia e coragem", além do compromisso com "todas as grandes lutas modernas da República", ficarão na lembrança de seus compatriotas.
Aubrac, cuja coragem e tenacidade contribuíram para "lavar a honra perdida da França", ficará "para sempre em nossa memória e na de nossos filhos como um símbolo de honra e um ideal para todos os franceses", afirmou o primeiro-ministro Dominique de Villepin.
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Morre Lucie Aubrac, símbolo da resistência aos nazistas na França
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Lucie Aubrac, um dos símbolos da resistência aos nazistas na França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), morreu nesta quarta-feira aos 94 anos no hospital suíço de Paris, anunciou seu marido.
Aubrac era o sobrenome de guerra de seu marido, Raymond Samuel, com o qual participou na clandestinidade de diversas operações de resistência e sabotagem durante o conflito. Seu nome de solteira era Lucie Bernard.
Nascida em junho de 1912, em uma família de cultivadores de uva para a produção de vinhos da região da Borgonha, desde jovem, militou na Juventude Comunista. Ela se formou como professora de História, exercendo a profissão em Estrasburgo, onde conheceu o marido, no final da década de 30, o que marcaria seu envolvimento na guerra.
08.out.1991/AP |
A ativista Lucie Aubrac, morta nesta quarta-feira em Paris |
A partir de novembro de 1942, dirigiu um comando que organizava fugas de detentos ligados à resistência e, em maio de 1943, conseguiu libertar seu marido, detido dois meses antes.
Em junho de 1943, Samuel voltou a ser detido com Jean Moulin --um dos líderes da resistência aos nazistas na França-- e outros dez ativistas perto de Lyon.
Aubrac conseguiu libertar novamente seu marido e outros 13 membros da resistência durante uma transferência de presos quatro meses mais tarde.
Fuga
Em fevereiro de 1944, sabendo que era procurada intensamente pela polícia nazista, a Gestapo, fugiu para Londres com um filho pequeno, e grávida de sua filha.
Ao final da guerra na França, voltou ao país com seu marido, que, primeiro foi nomeado comissário da República [delegado do governo] em Marselha, e depois teve outros cargos políticos em Paris.
Aubrac continuou sua ação militante na Anistia Internacional (AI) e numa organização de mulheres pela igualdade, que entre outras ações se destacou recentemente devido à atuação em prol dos imigrantes ilegais.
O presidente francês, Jacques Chirac, considerou "uma grande perda para a França" a morte desta "figura emblemática da participação das mulheres na Resistência" e cuja "audácia e coragem", além do compromisso com "todas as grandes lutas modernas da República", ficarão na lembrança de seus compatriotas.
Aubrac, cuja coragem e tenacidade contribuíram para "lavar a honra perdida da França", ficará "para sempre em nossa memória e na de nossos filhos como um símbolo de honra e um ideal para todos os franceses", afirmou o primeiro-ministro Dominique de Villepin.
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