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16/03/2007
-
17h32
da Folha Online
Valerie Plame, ex-agente secreta da CIA (inteligência americana) que teve sua identidade revelada em 2003 para desacreditar as críticas de seu marido, um ex-diplomata, à guerra no Iraque, acusou nesta sexta-feira a Casa Branca pelo vazamento de seu nome à imprensa, que gerou um escândalo recorrente no governo americano.
Plame, 43, foi pivô do chamado "Plamegate", caso que culminou com a condenação, há dez dias, de Lewis "Scooter" Libby, o ex-chefe de gabinete do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney.
O ex-assessor de Cheney foi acusado, no fim de 2005, de mentir aos investigadores federais que tentavam determinar quem havia vazado à imprensa o nome da ex-espiã da CIA.
O vazamento aconteceu em meados de 2003, depois que o marido de Plame, o ex-diplomata Joseph Wilson, acusou o governo americano de manipular informações da inteligência para justificar a invasão do Iraque.
Depois que seu nome foi divulgado, Plame ficou impossibilitada de trabalhar como agente secreto para a CIA.
Ao testemunhar hoje perante um comitê da Câmara dos Representantes (deputados), Plame rechaçou acusações de que ela não era uma agente secreta e afirmou que a Casa Branca e o Departamento de Estado "descuidada e irresponsavelmente" destruíram seu disfarce por razões políticas.
Depoimento
Ao Comitê de Supervisão e Reforma Governamental Plame descreveu publicamente, pela primeira vez, os efeitos do vazamento de sua identidade.
"Senti como se tivesse sido atingida no estômago", disse Plame sobre o momento em que soube que seu nome e cargo haviam sido publicados em uma coluna do jornalista Robert D. Novak, do jornal americano "Washington Post". O colunista conservador atribuiu a informação a dois oficiais do governo, que mais tarde foram identificados como Richard L. Armitage, então vice-secretário de Estado, e Karl Rove, ex-conselheiro sênior de Bush que ocupa hoje o cargo de vice-chefe de gabinete.
"Eu não poderia mais fazer o trabalho para o qual fui altamente treinada", afirmou a ex-agente. Plame disse também que não teve participação na decisão de enviar seu marido, o ex-embaixador Joseph C. Wilson, em uma missão à Nigéria em 2002 para investigar relatos de que o Iraque estava tentando comprar urânio para usar em um programa secreto de armas nucleares.
Wilson descobriu que os relatos eram falsos, mas a informação incorreta foi usada assim mesmo em discursos de Bush em 2003, quando os EUA preparavam a invasão do Iraque.
Mais tarde, o ex-embaixador veio a público com fortes críticas ao governo, e publicou um texto opinativo no jornal americano "The New York Times" afirmando que Bush estava distorcendo informações para justificar a invasão do país árabe.
Vazamento
Em um esforço para desacreditar Wilson, segundo um procurador federal, oficiais do governo Bush vazaram a informação de que Plame era mulher do ex-embaixador e trabalhava na CIA na divisão de contraproliferação [de armas]. A sugestão foi que nepotismo teria sido o motivo do envio de Wilson à Nigéria e que sua viagem --assim como suas conclusões-- não deveria ser levada a sério.
Ninguém foi acusado formalmente pelo vazamento da identidade de Plame. Libby, o ex-assessor de Cheney, não chegou a ser formalmente acusado pelo vazamento, mas supostamente tentou minimizar os relatos do marido da ex-agente da CIA. Relatos dão conta de que Libby afirmou a jornalistas que as viagens de Wilson ao exterior para determinar se o Iraque havia buscado adquirir materiais nucleares foram na realidade viagens de lazer armadas por Plame.
A ex-agente afirmou que o caso teve conseqüências "graves", mas que detalhes específicos não poderiam ser fornecidos. Em termos gerais, ela disse que violações desse tipo colocam a vida de agentes em perigo, destróem redes de agentes internacionais e desencorajam outros a confiarem na capacidade dos EUA de protegê-los.
O líder do comitê, o deputado democrata Henry Waxman, disse que o objetivo da audiência de hoje era determinar como o vazamento ocorreu e se a Casa Branca havia investigado e tomado as providências necessárias para impedir a repetição do episódio. Mas, segundo Waxman, o comitê não tentaria determinar os culpados pelo caso.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Valerie Plame
Leia o que já foi publicado sobre a Casa Branca
Leia o que já foi publicado sobre Dick Cheney
Ex-agente da CIA culpa Casa Branca por vazamento de identidade
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Valerie Plame, ex-agente secreta da CIA (inteligência americana) que teve sua identidade revelada em 2003 para desacreditar as críticas de seu marido, um ex-diplomata, à guerra no Iraque, acusou nesta sexta-feira a Casa Branca pelo vazamento de seu nome à imprensa, que gerou um escândalo recorrente no governo americano.
Plame, 43, foi pivô do chamado "Plamegate", caso que culminou com a condenação, há dez dias, de Lewis "Scooter" Libby, o ex-chefe de gabinete do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney.
O ex-assessor de Cheney foi acusado, no fim de 2005, de mentir aos investigadores federais que tentavam determinar quem havia vazado à imprensa o nome da ex-espiã da CIA.
14.jul.2006/Reuters |
Valerie Plame, ex-espiã da CIA, foi o pivô do escândalo que condenou Libby |
Depois que seu nome foi divulgado, Plame ficou impossibilitada de trabalhar como agente secreto para a CIA.
Ao testemunhar hoje perante um comitê da Câmara dos Representantes (deputados), Plame rechaçou acusações de que ela não era uma agente secreta e afirmou que a Casa Branca e o Departamento de Estado "descuidada e irresponsavelmente" destruíram seu disfarce por razões políticas.
Depoimento
Ao Comitê de Supervisão e Reforma Governamental Plame descreveu publicamente, pela primeira vez, os efeitos do vazamento de sua identidade.
"Senti como se tivesse sido atingida no estômago", disse Plame sobre o momento em que soube que seu nome e cargo haviam sido publicados em uma coluna do jornalista Robert D. Novak, do jornal americano "Washington Post". O colunista conservador atribuiu a informação a dois oficiais do governo, que mais tarde foram identificados como Richard L. Armitage, então vice-secretário de Estado, e Karl Rove, ex-conselheiro sênior de Bush que ocupa hoje o cargo de vice-chefe de gabinete.
"Eu não poderia mais fazer o trabalho para o qual fui altamente treinada", afirmou a ex-agente. Plame disse também que não teve participação na decisão de enviar seu marido, o ex-embaixador Joseph C. Wilson, em uma missão à Nigéria em 2002 para investigar relatos de que o Iraque estava tentando comprar urânio para usar em um programa secreto de armas nucleares.
Wilson descobriu que os relatos eram falsos, mas a informação incorreta foi usada assim mesmo em discursos de Bush em 2003, quando os EUA preparavam a invasão do Iraque.
Mais tarde, o ex-embaixador veio a público com fortes críticas ao governo, e publicou um texto opinativo no jornal americano "The New York Times" afirmando que Bush estava distorcendo informações para justificar a invasão do país árabe.
Vazamento
Em um esforço para desacreditar Wilson, segundo um procurador federal, oficiais do governo Bush vazaram a informação de que Plame era mulher do ex-embaixador e trabalhava na CIA na divisão de contraproliferação [de armas]. A sugestão foi que nepotismo teria sido o motivo do envio de Wilson à Nigéria e que sua viagem --assim como suas conclusões-- não deveria ser levada a sério.
Ninguém foi acusado formalmente pelo vazamento da identidade de Plame. Libby, o ex-assessor de Cheney, não chegou a ser formalmente acusado pelo vazamento, mas supostamente tentou minimizar os relatos do marido da ex-agente da CIA. Relatos dão conta de que Libby afirmou a jornalistas que as viagens de Wilson ao exterior para determinar se o Iraque havia buscado adquirir materiais nucleares foram na realidade viagens de lazer armadas por Plame.
A ex-agente afirmou que o caso teve conseqüências "graves", mas que detalhes específicos não poderiam ser fornecidos. Em termos gerais, ela disse que violações desse tipo colocam a vida de agentes em perigo, destróem redes de agentes internacionais e desencorajam outros a confiarem na capacidade dos EUA de protegê-los.
O líder do comitê, o deputado democrata Henry Waxman, disse que o objetivo da audiência de hoje era determinar como o vazamento ocorreu e se a Casa Branca havia investigado e tomado as providências necessárias para impedir a repetição do episódio. Mas, segundo Waxman, o comitê não tentaria determinar os culpados pelo caso.
Com agências internacionais
Especial
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