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24/03/2007
-
19h07
MARIA PEÑA
da Efe, em Washington
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, criticou hoje o que chamou de "politicagem" da Câmara de Representantes, que na sexta-feira aprovou uma medida que exige a saída das tropas americanas do Iraque até setembro de 2008.
Durante o tradicional discurso radiofônico transmitido aos sábados, Bush reiterou que vetará qualquer projeto de lei que interfira em sua estratégia político-militar no Iraque. "Deixei claro que vetarei qualquer medida semelhante, e está claro que meu veto será mantido", ressaltou Bush, em referência à votação desta sexta-feira.
Bush se queixou que, em vez de aprovar uma lei de despesas de guerra, os líderes da câmara decidiram "fazer uma declaração política". Ao pedir que a "politicagem" seja substituída pelos trabalhos bipartidários, Bush frisou a advertência do Pentágono, de que as tropas necessitam de fundos complementares até 15 de abril. Caso contrário, segundo o presidente americano, "enfrentarão interrupções significativas" no campo de batalha.
Bush também destacou que só aceitará um projeto de lei "incondicional, sem restrições e sem despesas supérfluas", que não tenha relação com o financiamento da guerra do Iraque. Bush fez alusão, em particular, aos US$ 74 milhões incluídos na medida para o armazenamento de amendoim e US$ 25 milhões para os agricultores afetados pela contaminação de cultivos de espinafre.
Aprovação
A Câmara de Representantes aprovou, com 218 votos a favor e 212 contra, um total de US$ 124 bilhões em despesas complementares para as operações militares no Iraque e no Afeganistão, para o ano fiscal em curso.
No entanto, por um arriscado cálculo político, os democratas também incluíram a exigência de que as tropas dos EUA se retirem do Iraque antes de setembro de 2008.
Para os republicanos, a votação de sexta-feira só beneficia os terroristas da Al Qaeda. Já os democratas defendem que as tropas não devem permanecer de forma indefinida no Iraque.
Convencida de que tem a seu lado a opinião pública, a oposição não parece dar o braço a torcer frente à ameaça do veto.
O legislador democrata Paul Hodes (New Hampshire) disse em seu discurso radiofônico que o plano aprovado na sexta-feira responde às inquietações do eleitorado a favor do encerramento da campanha bélica no país árabe. "Com nosso voto, estamos ajudando nossas tropas, protegendo nossos veteranos e lutando para pôr fim ao esbanjamento [de fundos], às fraudes e aos abusos", disse Hodes, ao reforçar que, no quarto ano de aniversário da invasão, a política de Bush no Iraque continua sendo um fracasso.
Por isso, os democratas "insistem em um novo rumo para o Iraque, e um plano realista que exija que os iraquianos se responsabilizem por seu país". "Ao iniciar o quinto ano da ocupação americana, o Iraque permanece em caos e o governo iraquiano não conseguiu assumir o controle do país", disse Hodes, eleito nas eleições legislativas de novembro, com uma campanha baseada na oposição à escalada do conflito.
Discordância
A votação refletiu a discordância entre democratas e republicanos sobre o rumo da guerra do Iraque, que inclui formas para acabar com a violência sectária, minimizar os danos aos interesses dos EUA e, sobretudo, melhorar a combalida imagem do país no cenário internacional.
Os democratas recuperaram o controle do Congresso em novembro de 2006, graças ao descontentamento popular com a guerra do Iraque, que tirou a vida de mais de 3.200 soldados americanos e dezenas de milhares de iraquianos.
"Uma retirada supõe riscos, inclusive o perigo de que a guerra civil no Iraque piore ou se propague para além de suas fronteiras. Mas a alternativa proposta --um compromisso indefinido que enfraquece a segurança dos EUA-- é pior", disse Christopher Preble, analista do conservador Instituto Cato.
A previsão é de que o Senado debata, a partir da próxima segunda-feira, sua própria versão da medida que, no entanto, propõe a retirada das tropas para abril de 2008.
Mesmo que o Congresso fixe uma data de saída das tropas em um único documento final --algo pouco provável, segundo analistas--, ainda será necessária a aprovação de pelo menos dois terços dos legisladores, para superar um veto presidencial.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre tropas no Iraque
Bush reafirma que vetará projeto de lei contra estratégia no Iraque
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da Efe, em Washington
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, criticou hoje o que chamou de "politicagem" da Câmara de Representantes, que na sexta-feira aprovou uma medida que exige a saída das tropas americanas do Iraque até setembro de 2008.
Durante o tradicional discurso radiofônico transmitido aos sábados, Bush reiterou que vetará qualquer projeto de lei que interfira em sua estratégia político-militar no Iraque. "Deixei claro que vetarei qualquer medida semelhante, e está claro que meu veto será mantido", ressaltou Bush, em referência à votação desta sexta-feira.
Bush se queixou que, em vez de aprovar uma lei de despesas de guerra, os líderes da câmara decidiram "fazer uma declaração política". Ao pedir que a "politicagem" seja substituída pelos trabalhos bipartidários, Bush frisou a advertência do Pentágono, de que as tropas necessitam de fundos complementares até 15 de abril. Caso contrário, segundo o presidente americano, "enfrentarão interrupções significativas" no campo de batalha.
Bush também destacou que só aceitará um projeto de lei "incondicional, sem restrições e sem despesas supérfluas", que não tenha relação com o financiamento da guerra do Iraque. Bush fez alusão, em particular, aos US$ 74 milhões incluídos na medida para o armazenamento de amendoim e US$ 25 milhões para os agricultores afetados pela contaminação de cultivos de espinafre.
Aprovação
A Câmara de Representantes aprovou, com 218 votos a favor e 212 contra, um total de US$ 124 bilhões em despesas complementares para as operações militares no Iraque e no Afeganistão, para o ano fiscal em curso.
No entanto, por um arriscado cálculo político, os democratas também incluíram a exigência de que as tropas dos EUA se retirem do Iraque antes de setembro de 2008.
Para os republicanos, a votação de sexta-feira só beneficia os terroristas da Al Qaeda. Já os democratas defendem que as tropas não devem permanecer de forma indefinida no Iraque.
Convencida de que tem a seu lado a opinião pública, a oposição não parece dar o braço a torcer frente à ameaça do veto.
O legislador democrata Paul Hodes (New Hampshire) disse em seu discurso radiofônico que o plano aprovado na sexta-feira responde às inquietações do eleitorado a favor do encerramento da campanha bélica no país árabe. "Com nosso voto, estamos ajudando nossas tropas, protegendo nossos veteranos e lutando para pôr fim ao esbanjamento [de fundos], às fraudes e aos abusos", disse Hodes, ao reforçar que, no quarto ano de aniversário da invasão, a política de Bush no Iraque continua sendo um fracasso.
Por isso, os democratas "insistem em um novo rumo para o Iraque, e um plano realista que exija que os iraquianos se responsabilizem por seu país". "Ao iniciar o quinto ano da ocupação americana, o Iraque permanece em caos e o governo iraquiano não conseguiu assumir o controle do país", disse Hodes, eleito nas eleições legislativas de novembro, com uma campanha baseada na oposição à escalada do conflito.
Discordância
A votação refletiu a discordância entre democratas e republicanos sobre o rumo da guerra do Iraque, que inclui formas para acabar com a violência sectária, minimizar os danos aos interesses dos EUA e, sobretudo, melhorar a combalida imagem do país no cenário internacional.
Os democratas recuperaram o controle do Congresso em novembro de 2006, graças ao descontentamento popular com a guerra do Iraque, que tirou a vida de mais de 3.200 soldados americanos e dezenas de milhares de iraquianos.
"Uma retirada supõe riscos, inclusive o perigo de que a guerra civil no Iraque piore ou se propague para além de suas fronteiras. Mas a alternativa proposta --um compromisso indefinido que enfraquece a segurança dos EUA-- é pior", disse Christopher Preble, analista do conservador Instituto Cato.
A previsão é de que o Senado debata, a partir da próxima segunda-feira, sua própria versão da medida que, no entanto, propõe a retirada das tropas para abril de 2008.
Mesmo que o Congresso fixe uma data de saída das tropas em um único documento final --algo pouco provável, segundo analistas--, ainda será necessária a aprovação de pelo menos dois terços dos legisladores, para superar um veto presidencial.
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