31/03/2007 - 13h12

Novo balanço revela atentado com 152 mortos no Iraque

da France Presse, em Bagdá

O atentado antixiita de terça-feira (27) em Tal Afar, no norte do Iraque, que foi revidado com um massacre anti-sunita, matou 152 pessoas e deixou 347 feridos, anunciou neste sábado o ministério do Interior.

Asaad Mouhsin/AP

Caminhão pega fogo no Iraque; Tal Afar foi palco de um dos ataques mais sangrentos

O balanço anterior falava em 85 mortos e cerca de 200 feridos. O novo balanço faz deste atentado um dos mais sangrentos no Iraque desde a invasão norte-americana em março de 2003, atrás apenas do ataque no bairro xiita de Sadr City, que matou 202 pessoas em 23 de novembro de 2006.

Este saldo, no entanto, foi contestado pelo prefeito de Tal Afar em vídeo-conferência neste sábado. "O balanço, segundo o hospital, é de 83 mortos e 191 feridos", disse, destacando no entanto que "este número pode chegar a 120".

"Em razão da intensidade da explosão, alguns corpos foram despedaçados. Estamos revirando os escombros e talvez alguns corpos ainda estejam soterrados. Não tenho nenhuma idéia de onde vem a diferença com o número divulgado pelo ministério do Interior", acrescentou.

Já o tenente americano Malcom Frost, responsável da zona de Tal Afar, disse que "é possível que alguns corpos tenham sido contados duas vezes". O atentado de Tal Afar, 400 km ao norte de Bagdá, foi seguido por uma operação noturna de represálias num bairro sunita. Os xiitas massacraram 70 sunitas.

Com isso, o número de mortos chegou a 20, mas ainda há 40 pessoas desaparecidas. "As forças de segurança deixaram passar sem revista um caminhão carregado de alimentos, e a população já estava esperando mantimentos há vários dias. O motorista explodiu o caminhão num bairro de maioria xiita da cidade", contou na terça-feira Ali Abboud, médico do hospital de Tal Afar.

Depois do atentado, dezenas de homens armados, entre eles alguns com uniformes da polícia, segundo testemunhas, entraram num bairro sunita da cidade, tiraram os homens de suas casas e os matavam com um tiro na cabeça.

Dezoito policiais suspeitos de terem participado desta represália foram presos na sexta-feira.

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