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06/04/2007 - 20h03

Papa homenageia mulheres durante celebrações da Sexta-feira da Paixão

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da Efe, em Roma

O papel das mulheres na sociedade e na Igreja Católica foi o tema central das celebrações da Sexta-Feira Santa, presididas pelo Papa Bento 16, em Roma.

As alusões às mulheres foram feitas tanto na homilia da Paixão de Cristo, realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, como nas meditações da Via Crucis, que percorreu o Coliseu, como é tradicional.

Milhares de pessoas, entre católicos, peregrinos e turistas, seguiram o Papa na celebração, com a qual os católicos lembram o trajeto de Jesus de Nazaré desde sua oração no Jardim das Oliveiras até o monte de Gólgota, onde foi crucificado.

Em cada uma das 14 estações que compõem a Via Crucis foi lida uma oração referente às etapas do calvário de Cristo, que serviu de exemplo para explicar o sentido literal ou metafórico da vida cristã.

Por exemplo, na nona estação, representou-se o encontro de Jesus de Nazaré com as mulheres de Jerusalém que, segundo o monsenhor Gianfranco Ravasi, autor das orações este ano, significa que 'numerosas mães, filhas e irmãs estiveram em torno de Jesus, até sua última hora".

Trazida à sociedade atual, de acordo com Ravasi, a passagem religiosa lembra 'as mulheres humilhadas e violentadas, as marginalizadas e submetidas a práticas tribais indignas, as mulheres com crise e sós perante sua maternidade, as mães judias e palestinas, e as de todas as terras em guerra, as viúvas e as idosas esquecidas por seus filhos".

No entanto, essa não foi a única referência às mulheres nesta sexta-feira, já que o predicador da Casa Pontifícia, o franciscano capuchinho Raniero Cantalamessa, dedicou a elas toda a homilia da Paixão de Cristo.

Cantalamessa louvou o fato de que as mulheres estiveram até a morte com Jesus de Nazaré e destacou que foram elas as primeiras a ver o filho de Deus ressuscitado.

"Com certa condescendência masculina", os Evangelhos "as chamam de 'as pias mulheres'", disse o franciscano, que acrescentou: "Mas são muito mais que isso, são mães coragem".

Catalamessa expressou sua esperança de que "se abra finalmente para a humanidade uma era da mulher", e disse que seria "uma era do coração, da compaixão'.

O predicador destacou que 'a experiência cotidiana' demonstra que "a mulher pode nos elevar" e "contribuir para salvar nossa sociedade de alguns males inveterados que a ameaçam: violência, vontade de poder, aridez espiritual, desprezo pela vida (...)".

Cantalamessa advertiu, entretanto, que a mulher "também pode nos fazer cair", e criticou o feminismo.

"As mulheres, para afirmar sua dignidade, acham necessário, às vezes, assumir comportamentos masculinos ou minimizar a diferença entre os sexos, reduzindo-a a um produto da cultura", disse o franciscano.

Como exemplo do que não aprova, Cantalamessa citou a frase: "Como mulher não se nasce, se chega a sê-lo", da escritora, pensadora e feminista Simone de Beauvoir.

As referências às mulheres não trataram, no entanto, de um dos assuntos mais discutidos, inclusive dentro da Igreja Católica: o sacerdócio das mulheres.

No final de sua segunda Via Crucis como Papa, Bento 16, que levou a cruz na primeira e na última estação, pronunciou algumas palavras convidando a todos a enxergar no sofrimento de Jesus "todos os que sofrem no mundo'.

"Aí está a profunda intenção da oração da Via Crucis: a de abrir nosso coração, a de nos ajudar a ver com o coração", disse o Papa.

"Os pais da Igreja consideraram como o maior pecado do mundo pagão sua insensibilidade, a dureza de seu coração".

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