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27/04/2007
-
11h14
ANA MARIA ECHEVERRÍA
da France Presse, em Londres
Durante os dez anos como chefe de governo, Tony Blair transformou o Reino Unido, mas seu principal legado será a decisão de enviar tropas ao Iraque, avaliam os analistas.
Enquanto o governante se prepara para deixar dentro de poucas semanas as rédeas do poder, que assumiu em 2 de maio de 1997, os britânicos, entre eles analistas e historiadores, fazem um balanço da "década de Blair e dizem como acham que o líder trabalhista será lembrado. O veredicto, refletido em várias pesquisas, é duro.
Para a maioria de britânicos, Blair deixa o Reino Unido pior do que o encontrou: com mais problemas sociais, insegurança e ameaças de terrorismo que em 1997 e com uma imagem deteriorada no exterior.
Segundo uma pesquisa publicada em 8 de abril pelo jornal "The Observer", os britânicos consideram que hoje a Inglaterra é um país mais perigoso, menos feliz e aprazível que em 1997.
Ainda que as avaliações sobre a década mencionem as reformas dos serviços públicos realizadas por Blair e as conquistas econômicas de seu governo, os analistas ressaltam que o líder britânico será lembrado, sobretudo, por sua decisão de apoiar os Estados Unidos na invasão do Iraque.
"Tony Blair será lembrado pelo Iraque", afirmou o historiador britânico John Newsinger, considerando que o principal legado do líder trabalhista será sua desastrosa decisão de invadir o Iraque. Esta sombra sempre o acompanhará.
"O Iraque foi o pior legado de Blair nesta década", afirmou o professor de história da Universidade de Bath. "E o resultado dessa decisão foi um desastre", acrescentou.
Pesquisa
A opinião foi refletida em uma pesquisa dominical "The Observer", revelando que para os britânicos, a guerra do Iraque é o fator mais determinante para julgar o legado de Blair.
Para 58% dos entrevistados, a decisão de apoiar Washington na invasão do Iraque, em março de 2003, foi o pior erro que cometeu o primeiro-ministro britânico durante seus três mandatos. Cerca de 66% consideram que Blair só decidiu enviar tropas ao Iraque para agradar o presidente americano George W. Bush, seu principal aliado. Isto valeu ao líder inglês o apelido de "cachorrinho fraldiqueiro" do ocupante da Casa Branca.
Por sua vez, o líder trabalhista, que desde o início se mostrou obcecado com seu legado histórico, insiste em que este "resistirá à prova do tempo". Entre as conquistas de seu governo, Blair ressalta a redução nas listas de espera dos hospitais e a construção de mais escolas. Em uma recente entrevista à BBC, afirmou esperar ser julgado "em longo prazo".
Mas os analistas consideram que o primeiro-ministro britânico nunca se livrará da sombra das mortes do Iraque. "Assim como o [ex-presidente americano] Nixon nunca deixou para trás a sombra de Watergate, o Iraque nunca deixará de pesar sobre Blair", previu o historiador político Dominic Sandbrook no "The Observer".
O analista Victor Bulmer Thomas, do reputado instituto de relações internacionais conhecido como Chatham House, concorda com esta análise, e sublinha que a decisão de invadir o Iraque "foi o momento que definiu todo o governo" de Blair.
"Esse foi também seu pior erro", disse Bulmer à France Presse.
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Análise: Fiasco no Iraque será o principal legado de Tony Blair
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da France Presse, em Londres
Durante os dez anos como chefe de governo, Tony Blair transformou o Reino Unido, mas seu principal legado será a decisão de enviar tropas ao Iraque, avaliam os analistas.
Enquanto o governante se prepara para deixar dentro de poucas semanas as rédeas do poder, que assumiu em 2 de maio de 1997, os britânicos, entre eles analistas e historiadores, fazem um balanço da "década de Blair e dizem como acham que o líder trabalhista será lembrado. O veredicto, refletido em várias pesquisas, é duro.
Para a maioria de britânicos, Blair deixa o Reino Unido pior do que o encontrou: com mais problemas sociais, insegurança e ameaças de terrorismo que em 1997 e com uma imagem deteriorada no exterior.
Segundo uma pesquisa publicada em 8 de abril pelo jornal "The Observer", os britânicos consideram que hoje a Inglaterra é um país mais perigoso, menos feliz e aprazível que em 1997.
Ainda que as avaliações sobre a década mencionem as reformas dos serviços públicos realizadas por Blair e as conquistas econômicas de seu governo, os analistas ressaltam que o líder britânico será lembrado, sobretudo, por sua decisão de apoiar os Estados Unidos na invasão do Iraque.
"Tony Blair será lembrado pelo Iraque", afirmou o historiador britânico John Newsinger, considerando que o principal legado do líder trabalhista será sua desastrosa decisão de invadir o Iraque. Esta sombra sempre o acompanhará.
"O Iraque foi o pior legado de Blair nesta década", afirmou o professor de história da Universidade de Bath. "E o resultado dessa decisão foi um desastre", acrescentou.
Pesquisa
A opinião foi refletida em uma pesquisa dominical "The Observer", revelando que para os britânicos, a guerra do Iraque é o fator mais determinante para julgar o legado de Blair.
Para 58% dos entrevistados, a decisão de apoiar Washington na invasão do Iraque, em março de 2003, foi o pior erro que cometeu o primeiro-ministro britânico durante seus três mandatos. Cerca de 66% consideram que Blair só decidiu enviar tropas ao Iraque para agradar o presidente americano George W. Bush, seu principal aliado. Isto valeu ao líder inglês o apelido de "cachorrinho fraldiqueiro" do ocupante da Casa Branca.
Por sua vez, o líder trabalhista, que desde o início se mostrou obcecado com seu legado histórico, insiste em que este "resistirá à prova do tempo". Entre as conquistas de seu governo, Blair ressalta a redução nas listas de espera dos hospitais e a construção de mais escolas. Em uma recente entrevista à BBC, afirmou esperar ser julgado "em longo prazo".
Mas os analistas consideram que o primeiro-ministro britânico nunca se livrará da sombra das mortes do Iraque. "Assim como o [ex-presidente americano] Nixon nunca deixou para trás a sombra de Watergate, o Iraque nunca deixará de pesar sobre Blair", previu o historiador político Dominic Sandbrook no "The Observer".
O analista Victor Bulmer Thomas, do reputado instituto de relações internacionais conhecido como Chatham House, concorda com esta análise, e sublinha que a decisão de invadir o Iraque "foi o momento que definiu todo o governo" de Blair.
"Esse foi também seu pior erro", disse Bulmer à France Presse.
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