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04/05/2007
-
08h29
da Folha Online
Representantes iraquianos pediram nesta sexta-feira que seus países vizinhos impeçam a entrada de terroristas por meio de suas fronteiras, no segundo dia da conferência internacional em Sharm el Sheik, no Egito, que visa discutir maneiras de estabilizar o país.
A reunião internacional sobre o Iraque inclui representantes dos EUA, do Iraque, da Rússia, da China, do Irã e de países europeus e árabes. Ontem, no primeiro dia da cúpula, a comunidade internacional aprovou um plano qüinqüenal de estabilização que prevê o fornecimento de US$ 30 bilhões ao país árabe, entre ajuda financeira e perdão de dívidas.
"Nós não permitiremos que organizações terroristas utilizem o solo iraquiano como território seguro", afirmou o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, na abertura da cúpula. "É por isso que pedimos que nossos vizinhos detenham a infiltração de grupos terroristas no Iraque, e impeçam que eles obtenham apoio material, político e ideológico", acrescentou.
As conversas devem concentrar-se na questão da segurança nas fronteiras, nos refugiados iraquianos e na reconciliação política entre as diferentes facções do Iraque.
Em seu primeiro dia, a conferência permitiu um encontro histórico entre a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid al Moualem. Foi a primeira reunião entre representantes dos dois países em dois anos, desde o assassinato do premiê libanês Rafik al Hariri, em fevereiro de 2005. A Síria nega ligação com o atentado, mas os EUA e países europeus atribuem a responsabilidade a Damasco.
O governo de George W. Bush acusa a Síria de acirrar as tensões no Iraque e no Líbano, e criticou intensamente a recente visita da líder da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, ao país.
Rice e o ministro sírio se reuniram durante cerca de meia hora para discutir a situação do Iraque. A crise no Líbano não entrou na pauta da conversa, segundo Al Moualem.
O ministro disse que a reunião foi "franca e construtiva", apesar de descartar um novo encontro com Rice no momento. "Falamos da situação no Iraque, da necessidade de recuperar a estabilidade e segurança no país, e também de questões bilaterais".
"Mas não abordamos o Líbano", completou, desmentindo assim os rumores sobre um suposto compromisso da Síria com os EUA sobre seu papel nos países vizinhos.
Rice não fez declarações à imprensa após o término da reunião.
EUA x Irã
Segundo fontes diplomáticas, o Iraque pressiona por conversas entre Rice e o ministro iraniano Manouchehr Mottaki, que trocaram gentilezas durante um jantar nesta quinta-feira, mas não estabeleceram previsão para um diálogo entre representantes dos dois países.
Um diálogo entre Rice e Mottaki seria o primeiro contato diplomático entre altos representantes do Irã e dos EUA desde 1979, ano em que ambos cortaram relações diplomáticas, após funcionários da Embaixada americana em Teerã serem feitos reféns.
Washington acusa o Irã de fomentar a violência no Iraque. Teerã rejeita as acusações.
Desde o ano passado, Washington vem recebendo recomendações, como as do Grupo de Estudos do Iraque (criado pelo Congresso americano), para iniciar um diálogo com o Irã e a Síria para resolver os problemas no Iraque.
"A nação iraniana aceitará um diálogo honesto com os EUA", disse ontem o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante discurso em Sirjan, a mil quilômetros de Teerã.
O líder do Irã alertou , no entanto, que caso os EUA pensem que irão "deter o programa nuclear iraniano por meio do diálogo" estão enganados. "Mas se eles se comportarem de maneira honesta, a nação iraniana também o fará", afirmou Ahmadinejad.
Ajuda financeira
O ICI (Contrato Internacional de Objetivos para o Iraque), que prevê US$ 30 bilhões em ajuda, foi aprovado por unanimidade na conferência.
Elaborada em de julho de 2006 em uma iniciativa conjunta de Bagdá e da ONU (Organização das Nações Unidas), com o apoio do Banco Mundial, a iniciativa pretende melhorar a segurança e a economia do Iraque, abalado pela violência desde o início do conflito, em 2003.
Os países reunidos hoje no Egito prometeram fazer "esforços financeiros específicos estimados em mais de US$ 30 bilhões", afirmou ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em uma entrevista coletiva.
"Isso inclui os compromissos de redução de dívida conforme as regras do Clube de Paris por parte da Bulgária, China, Arábia Saudita e Grécia. Há ainda novos compromissos financeiros do Reino Unido, Austrália, Espanha, China, Dinamarca e Coréia do Sul, assim como de outros importantes participantes", completou.
Os 19 países que fazem parte do Clube de Paris, órgão informal que atua discretamente e exige compromissos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) já concordaram em novembro de 2004 aliviar a dívida do Iraque em até 80% em três fases. A idéia é diminuir o montante de US$ 38,9 bilhões para US$ 7,8 bilhões até 2008.
Com Efe, France Presse e Associated Press
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Em reunião, Iraque pede que países vizinhos detenham terroristas
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A reunião internacional sobre o Iraque inclui representantes dos EUA, do Iraque, da Rússia, da China, do Irã e de países europeus e árabes. Ontem, no primeiro dia da cúpula, a comunidade internacional aprovou um plano qüinqüenal de estabilização que prevê o fornecimento de US$ 30 bilhões ao país árabe, entre ajuda financeira e perdão de dívidas.
"Nós não permitiremos que organizações terroristas utilizem o solo iraquiano como território seguro", afirmou o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, na abertura da cúpula. "É por isso que pedimos que nossos vizinhos detenham a infiltração de grupos terroristas no Iraque, e impeçam que eles obtenham apoio material, político e ideológico", acrescentou.
As conversas devem concentrar-se na questão da segurança nas fronteiras, nos refugiados iraquianos e na reconciliação política entre as diferentes facções do Iraque.
Em seu primeiro dia, a conferência permitiu um encontro histórico entre a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid al Moualem. Foi a primeira reunião entre representantes dos dois países em dois anos, desde o assassinato do premiê libanês Rafik al Hariri, em fevereiro de 2005. A Síria nega ligação com o atentado, mas os EUA e países europeus atribuem a responsabilidade a Damasco.
O governo de George W. Bush acusa a Síria de acirrar as tensões no Iraque e no Líbano, e criticou intensamente a recente visita da líder da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, ao país.
Rice e o ministro sírio se reuniram durante cerca de meia hora para discutir a situação do Iraque. A crise no Líbano não entrou na pauta da conversa, segundo Al Moualem.
O ministro disse que a reunião foi "franca e construtiva", apesar de descartar um novo encontro com Rice no momento. "Falamos da situação no Iraque, da necessidade de recuperar a estabilidade e segurança no país, e também de questões bilaterais".
"Mas não abordamos o Líbano", completou, desmentindo assim os rumores sobre um suposto compromisso da Síria com os EUA sobre seu papel nos países vizinhos.
Rice não fez declarações à imprensa após o término da reunião.
EUA x Irã
Segundo fontes diplomáticas, o Iraque pressiona por conversas entre Rice e o ministro iraniano Manouchehr Mottaki, que trocaram gentilezas durante um jantar nesta quinta-feira, mas não estabeleceram previsão para um diálogo entre representantes dos dois países.
Um diálogo entre Rice e Mottaki seria o primeiro contato diplomático entre altos representantes do Irã e dos EUA desde 1979, ano em que ambos cortaram relações diplomáticas, após funcionários da Embaixada americana em Teerã serem feitos reféns.
Washington acusa o Irã de fomentar a violência no Iraque. Teerã rejeita as acusações.
Desde o ano passado, Washington vem recebendo recomendações, como as do Grupo de Estudos do Iraque (criado pelo Congresso americano), para iniciar um diálogo com o Irã e a Síria para resolver os problemas no Iraque.
"A nação iraniana aceitará um diálogo honesto com os EUA", disse ontem o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante discurso em Sirjan, a mil quilômetros de Teerã.
O líder do Irã alertou , no entanto, que caso os EUA pensem que irão "deter o programa nuclear iraniano por meio do diálogo" estão enganados. "Mas se eles se comportarem de maneira honesta, a nação iraniana também o fará", afirmou Ahmadinejad.
Ajuda financeira
O ICI (Contrato Internacional de Objetivos para o Iraque), que prevê US$ 30 bilhões em ajuda, foi aprovado por unanimidade na conferência.
Elaborada em de julho de 2006 em uma iniciativa conjunta de Bagdá e da ONU (Organização das Nações Unidas), com o apoio do Banco Mundial, a iniciativa pretende melhorar a segurança e a economia do Iraque, abalado pela violência desde o início do conflito, em 2003.
Os países reunidos hoje no Egito prometeram fazer "esforços financeiros específicos estimados em mais de US$ 30 bilhões", afirmou ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em uma entrevista coletiva.
"Isso inclui os compromissos de redução de dívida conforme as regras do Clube de Paris por parte da Bulgária, China, Arábia Saudita e Grécia. Há ainda novos compromissos financeiros do Reino Unido, Austrália, Espanha, China, Dinamarca e Coréia do Sul, assim como de outros importantes participantes", completou.
Os 19 países que fazem parte do Clube de Paris, órgão informal que atua discretamente e exige compromissos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) já concordaram em novembro de 2004 aliviar a dívida do Iraque em até 80% em três fases. A idéia é diminuir o montante de US$ 38,9 bilhões para US$ 7,8 bilhões até 2008.
Com Efe, France Presse e Associated Press
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