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10/05/2007 - 09h04

Olmert disse a comissão que conflito no Líbano era "única opção"

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da Efe, em Jerusalém

O premiê israelense, Ehud Olmert, afirmou em seu depoimento à Comissão Winograd que a decisão de atacar a milícia xiita do Hizbollah no Líbano foi "justificada", e garantiu que não teve "nenhuma outra opção".

A Comissão Winograd, que investigou a atuação do governo israelense no conflito com o Hizbollah no Líbano, divulgou nesta quinta-feira, por ordem judicial, os depoimentos prestados por Olmert, pelo ministro da Defesa, Amir Peretz, e pelo general Dan Halutz, ex-chefe das forças armadas.

Israel atacou o sul do Líbano, onde se concentra a milícia Hizbollah, em 2006, em resposta ao seqüestro de dois soldados na região da fronteira entre os dois países, no dia 12 de julho. No incidente os guerrilheiros libaneses também mataram três soldados.

Olmert disse aos investigadores da Comissão Winograd que "não tinha opção" além de promover uma ofensiva contra a milícia xiita. Ele temia ataques com foguetes à população civil do norte de Israel. A estimativa era de que o Hizbollah contava com 11 mil projéteis.

O chefe do governo afirmou que, em conversas com seus assessores e membros do governo antes da ofensiva, "todos disseram que era imprescindível tomar medidas severas contra o Hizbollah", e "todos sabiam que a operação acarretaria uma resposta muito dura, que afetaria a população civil na retaguarda".

"Eu disse aos ministros que ninguém poderia dizer mais tarde que não sabia dos planos ou que não tinha compreendido", acrescentou.

Durante o conflito, a aviação israelense lançou demolidores bombardeios no sul de Beirute. O Hizbollah, por sua vez, atacou com cerca de 4.000 foguetes. O saldo foi de mais de mil guerrilheiros e civis libaneses mortos, além de 163 soldados e civis israelenses.

A investigação foi ordenada pelo próprio governo, em resposta aos protestos de centenas de reservistas que participaram dos combates. A oposição exige a renúncia de Olmert e de Peretz. Halutz renunciou em janeiro.

Relatório

Os analistas apresentaram na segunda-feira da semana passada seu relatório, responsabilizando Olmert, Peretz e Halutz pelo "fracasso". Ao publicar hoje as declarações dos três, a comissão avisou que "foram extraídas informações cuja revelação está proibida" e portanto, "em diferentes pontos a realidade pode estar deturpada".

O ministro da Defesa, Amir Peretz, achou que os combates levariam "de dez dias a duas semanas, pois a comunidade internacional não permitiria mais", segundo disse à comissão.

O conflito durou 34 dias e terminou com um cessar-fogo imposto pelo Conselho de Segurança da ONU, com a resolução 1701. Israel não derrotou o Hizbollah nem conseguiu a libertação dos dois soldados, que ainda estão cativos no Líbano.

O ministro declarou à Comissão Winograd que a previsão era de que os bombardeios aéreos dos primeiros dias sobre o bairro de Beirute onde supostamente estava o quartel-general do Hisbolá exerceriam pressão suficiente para obter um acordo político.

Ele acrescentou que Israel iniciou a ação militar "com o apoio da comunidade internacional e ampla liberdade de ação".

Defesa

O general Halutz, por sua vez, declarou aos investigadores que suas relações com Peretz foram "corretas".

Mas acrescentou que achou o ministro "pouco atento às necessidades das forças armadas".

Quanto à duração da campanha militar, Halutz reconheceu que ela foi maior do que deveria. "No fim das contas, este foi o maior fracasso", comentou.

O primeiro texto da Comissão Winograd se concentrou nos primeiros cinco dias da atuação do Executivo e das forças armadas.

O segundo e último relatório deverá ser apresentado em meados do ano.

Olmert tem resistido às pressões, dentro e fora de seu governo, e alega que quer corrigir os erros cometidos. Peretz, líder do partido Trabalhista, pode deixar o Ministério da Defesa no fim do mês, segundo seus colaboradores. Ele passaria a ocupar outro cargo no gabinete.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Ehud Olmert
  • Leia o que já foi publicado sobre o Hizbollah
  • Leia o que já foi publicado sobre o conflito no Líbano
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