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15/05/2007
-
22h13
da Efe, em Londres
Um relatório divulgado nesta terça-feira considera um "grave descumprimento" das normas o vazamento à imprensa, em 2005, das informações sobre a investigação do caso Jean Charles de Menezes por parte de uma funcionária da comissão investigadora.
O brasileiro foi abatido a tiros por engano pela polícia britânica em 22 de julho de 2005, em uma operação antiterrorista. Jean Charles, 27, que trabalhava como eletricista, levou sete tiros na cabeça e um no ombro, todos à queima-roupa, em um vagão do metrô de Londres.
O relatório foi concluído pelo inspetor independente Bill Taylor em janeiro de 2006, mas, por razões legais, não tinha sido divulgado até agora. O documento critica a Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC), encarregada de investigar o caso, por não ter lidado bem com o vazamento, e por ter sido "ingênua" na tomada de decisões.
Em setembro de 2005, a canadense Lana Vanderberghe, secretária da IPCC, passou detalhes-chave sobre as investigações do caso à rede de televisão britânica "ITN".
Versão errônea
Os documentos divulgados revelaram que a Scotland Yard tinha dado uma versão errônea do que ocorreu no dia da morte do brasileiro. Em sua primeira entrevista coletiva após o incidente, o chefe da Scotland Yard, Ian Blair, explicou que a vítima tinha atuado de forma suspeita, e que não tinha respondido às ordens da polícia.
No entanto, o documento repassado por Vanderberghe, contra quem a polícia não apresentou acusações, demonstrou que Jean Charles tinha se comportado normalmente. Ele teria validado seu bilhete como qualquer usuário, e não usava a jaqueta "suspeita", como havia informado a Scotland Yard.
As revelações causaram uma grande polêmica no Reino Unido, e fizeram com que a família do brasileiro acusasse Ian Blair de ter enganado a opinião pública.
Deficiências
No relatório divulgado hoje, Taylor conclui que a IPCC "deveria ter estado mais bem preparada" para fazer frente ao vazamento, e critica as "deficiências" na reação inicial, que poderiam ter danificado a reputação do organismo. A comissão foi criada em 2004 para supervisionar as atuações policiais.
O investigador atesta a vontade da Comissão de corrigir os erros, e cita como exemplos a introdução de "grandes mudanças" em seu protocolo de segurança e a melhora na formação de empregados.
A investigação da IPCC sobre o caso do brasileiro foi concluída com a apresentação à promotoria britânica de uma série de recomendações sobre possíveis acusações contra os envolvidos em sua morte.
No final do ano passado, o promotor decidiu perdoar os 15 agentes envolvidos e acusar a instituição policial como um todo, por violar a lei de Saúde e Segurança no trabalho, de 1974. Ele considerou que houve negligência no dever de proteger a vítima.
O julgamento contra o corpo policial terá início em outubro. A IPCC anunciou, na semana passada, sua decisão de não recomendar um processo disciplinar contra 11 dos 15 policiais relacionados ao caso, alegando falta de provas.
A decisão sobre os quatro agentes restantes será tomada ao fim do julgamento, segundo uma porta-voz da comissão.
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Um relatório divulgado nesta terça-feira considera um "grave descumprimento" das normas o vazamento à imprensa, em 2005, das informações sobre a investigação do caso Jean Charles de Menezes por parte de uma funcionária da comissão investigadora.
O brasileiro foi abatido a tiros por engano pela polícia britânica em 22 de julho de 2005, em uma operação antiterrorista. Jean Charles, 27, que trabalhava como eletricista, levou sete tiros na cabeça e um no ombro, todos à queima-roupa, em um vagão do metrô de Londres.
O relatório foi concluído pelo inspetor independente Bill Taylor em janeiro de 2006, mas, por razões legais, não tinha sido divulgado até agora. O documento critica a Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC), encarregada de investigar o caso, por não ter lidado bem com o vazamento, e por ter sido "ingênua" na tomada de decisões.
Em setembro de 2005, a canadense Lana Vanderberghe, secretária da IPCC, passou detalhes-chave sobre as investigações do caso à rede de televisão britânica "ITN".
Versão errônea
Os documentos divulgados revelaram que a Scotland Yard tinha dado uma versão errônea do que ocorreu no dia da morte do brasileiro. Em sua primeira entrevista coletiva após o incidente, o chefe da Scotland Yard, Ian Blair, explicou que a vítima tinha atuado de forma suspeita, e que não tinha respondido às ordens da polícia.
No entanto, o documento repassado por Vanderberghe, contra quem a polícia não apresentou acusações, demonstrou que Jean Charles tinha se comportado normalmente. Ele teria validado seu bilhete como qualquer usuário, e não usava a jaqueta "suspeita", como havia informado a Scotland Yard.
As revelações causaram uma grande polêmica no Reino Unido, e fizeram com que a família do brasileiro acusasse Ian Blair de ter enganado a opinião pública.
Deficiências
No relatório divulgado hoje, Taylor conclui que a IPCC "deveria ter estado mais bem preparada" para fazer frente ao vazamento, e critica as "deficiências" na reação inicial, que poderiam ter danificado a reputação do organismo. A comissão foi criada em 2004 para supervisionar as atuações policiais.
O investigador atesta a vontade da Comissão de corrigir os erros, e cita como exemplos a introdução de "grandes mudanças" em seu protocolo de segurança e a melhora na formação de empregados.
A investigação da IPCC sobre o caso do brasileiro foi concluída com a apresentação à promotoria britânica de uma série de recomendações sobre possíveis acusações contra os envolvidos em sua morte.
No final do ano passado, o promotor decidiu perdoar os 15 agentes envolvidos e acusar a instituição policial como um todo, por violar a lei de Saúde e Segurança no trabalho, de 1974. Ele considerou que houve negligência no dever de proteger a vítima.
O julgamento contra o corpo policial terá início em outubro. A IPCC anunciou, na semana passada, sua decisão de não recomendar um processo disciplinar contra 11 dos 15 policiais relacionados ao caso, alegando falta de provas.
A decisão sobre os quatro agentes restantes será tomada ao fim do julgamento, segundo uma porta-voz da comissão.
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