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24/10/2000
-
19h07
da Reuters
em Lima
O presidente Alberto Fujimori fez discurso hoje, rejeitando os pedidos por sua renúncia e procurando estreitar seus laços com os militares, depois da surpresa da volta do ex-chefe do serviço secreto ao país.
Fujimori passou metade da noite e toda a manhã no quartel-general do SIN (Serviço de Inteligência Nacional), depois de diversos encontros com chefes militares ontem. O ex-chefe da espionagem, Vladimiro Montesinos, não foi visto.
``Não tomarei o caminho fácil num momento de crise porque continuarei no comando'', disse Fujimori, numa clara referência ao vice-presidente Francisco Tudela, que renunciou ontem.
``Estou no controle das forças armadas'', afirmou Fujimori. Mas a volta de Montesinos, que não conseguiu asilo no Panamá, piorou a crise.
Acuado por um escândalo de corrupção envolvendo Montesinos, Fujimori, no governo desde 1990, anunciou a convocação de eleições antecipadas.
``A volta de Montesinos coloca a estabilidade democrática do Peru em sério risco'', disse Diego Garcia Sayan, presidente do Colégio Andino de Juristas.
``Acho que há sérias dúvidas (sobre as eleições) por causa dos adiamentos, por causa desta pressão'', disse o advogado Martin Belaunde.
Montesinos, que comandou o SIN por uma década apesar das acusações de corrupção e tortura, foi levado por um helicóptero militar ao desembarcar no Peru. Seu paradeiro continua sendo um mistério.
Mas sua presença foi sentida em todos os lugares. As conversações entre o governo e a oposição caíram ontem em desgraça.
Apesar de um golpe de Estado ser improvável, analistas disseram que o comando militar fará tudo o que for possível para conseguir anistia.
``Fujimori é teoricamente o chefe das forças armadas, mas, na realidade, ele é um refém. Estamos vendo um golpe disfarçado'', disse Belaunde à rádio CPN.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Cesar Gaviria, que está em Lima, disse hoje que estava ``profundamente preocupado'' com o retorno de Montesinos. O governo dos Estados Unidos também manifestou preocupação com a situação no Peru.
A crise afetou a cotação do novo sol (moeda local). A dívida do país é de US$ 1 bilhão.
O ouvidor do governo para direitos humanos, Jorge Santisteva, pediu a saída da ``administração autocrática'' de Fujimori.
Um muro no centro de Lima foi pintado com a frase: ``Nem mais um dia. Fora Fujimori''.
Leia mais notícias da Reuters na Folha Online
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Fujimori rejeita renúncia e diz ter controle das Forças Armadas
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em Lima
O presidente Alberto Fujimori fez discurso hoje, rejeitando os pedidos por sua renúncia e procurando estreitar seus laços com os militares, depois da surpresa da volta do ex-chefe do serviço secreto ao país.
Fujimori passou metade da noite e toda a manhã no quartel-general do SIN (Serviço de Inteligência Nacional), depois de diversos encontros com chefes militares ontem. O ex-chefe da espionagem, Vladimiro Montesinos, não foi visto.
``Não tomarei o caminho fácil num momento de crise porque continuarei no comando'', disse Fujimori, numa clara referência ao vice-presidente Francisco Tudela, que renunciou ontem.
``Estou no controle das forças armadas'', afirmou Fujimori. Mas a volta de Montesinos, que não conseguiu asilo no Panamá, piorou a crise.
Acuado por um escândalo de corrupção envolvendo Montesinos, Fujimori, no governo desde 1990, anunciou a convocação de eleições antecipadas.
``A volta de Montesinos coloca a estabilidade democrática do Peru em sério risco'', disse Diego Garcia Sayan, presidente do Colégio Andino de Juristas.
``Acho que há sérias dúvidas (sobre as eleições) por causa dos adiamentos, por causa desta pressão'', disse o advogado Martin Belaunde.
Montesinos, que comandou o SIN por uma década apesar das acusações de corrupção e tortura, foi levado por um helicóptero militar ao desembarcar no Peru. Seu paradeiro continua sendo um mistério.
Mas sua presença foi sentida em todos os lugares. As conversações entre o governo e a oposição caíram ontem em desgraça.
Apesar de um golpe de Estado ser improvável, analistas disseram que o comando militar fará tudo o que for possível para conseguir anistia.
``Fujimori é teoricamente o chefe das forças armadas, mas, na realidade, ele é um refém. Estamos vendo um golpe disfarçado'', disse Belaunde à rádio CPN.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Cesar Gaviria, que está em Lima, disse hoje que estava ``profundamente preocupado'' com o retorno de Montesinos. O governo dos Estados Unidos também manifestou preocupação com a situação no Peru.
A crise afetou a cotação do novo sol (moeda local). A dívida do país é de US$ 1 bilhão.
O ouvidor do governo para direitos humanos, Jorge Santisteva, pediu a saída da ``administração autocrática'' de Fujimori.
Um muro no centro de Lima foi pintado com a frase: ``Nem mais um dia. Fora Fujimori''.
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