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26/10/2000 - 11h36

Fujimori "caça" Montesinos; país terá novas eleções em abril de 2001

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da Reuters
em Lima

O presidente peruano Alberto Fujimori jurou caçar o ex-chefe de seu serviço de espionagem, que ameaça o seu frágil controle do poder.

Já analistas políticos dizem que sua tática chamativa pode não passar de uma farsa.

Numa das ações imprevisíveis que são sua marca registrada, Fujimori, com ar sério e cercado de guardas fortemente armados, liderou pessoalmente uma busca com cães farejadores nos morros ao norte de Lima ontem, enquanto helicópteros sobrevoavam a área.

Enquanto jornalistas corriam de um lado a outro, o presidente andou pelas ruas, apontando e franzindo o cenho, em uma manobra que tem como intuito chamar a atenção, desde o inesperado retorno de Vladimiro Montesinos ao Peru na segunda-feira (23). Montesinos voltou após tentativa fracassada de pedir asilo no Panamá.

Gritando aos repórteres através de megafone, desde o lado de uma estrada no povoado de Chaclayo, ao norte de Lima, o presidente disse que não pretendia prender Montesinos, apenas encontrá-lo para garantir sua segurança.

"A operação vai continuar noite e dia até que ele seja encontrado, para lhe dar segurança, em sinal de respeito por uma pessoa que combateu o terrorismo e o narcotráfico", disse Fujimori.

Montesinos não foi visto desde que retornou ao Peru. Não está claro o que pode acontecer quando ele for encontrado.

Nos últimos dias, vêm circulando boatos de que ele poderia fugir novamente, possivelmente para a Venezuela.

Montesinos foi o epicentro de um escândalo de corrupção que levou Fujimori, há cinco semanas, a pegar o país de surpresa com o anúncio de que em julho próximo vai promover eleições e deixar o governo, quatro anos antes do término de seu mandato.

Ontem, governo e oposição concordaram em realizar a nova eleição preisdencial até 8 de abril de 2001.

Nem todo o mundo acreditou que a caçada promovida por Fujimori ao chefe do antigamente todo-poderoso serviço de inteligência (SIN), um homem para o qual chegou a dizer que colocaria a mão no fogo, seja para valer.

Para alguns analistas, trata-se de um golpe publicitário que visa mostrar um presidente dinâmico opondo-se com firmeza a seu antigo aliado.

O analista político Carlos Tapia disse à rádio CPN: "Chamou minha atenção o caráter espetacular e ineficiente da operação e o fato de estar sendo usado como propaganda na mídia."


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