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27/10/2000 - 17h53

Eleições na Colômbia mostram mapa político disperso

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da France Presse
em Bogotá

As eleições municipais de domingo na Colômbia _nas quais serão eleitos governadores, deputados, prefeitos e vereadores_, apresentam um dispersivo mapa político dominado por candidatos independentes, que reflete a imprecisão dos partidos políticos tradicionais.

Segundo o tribunal eleitoral do país, um total de 43.422 aspirantes aos diferentes cargos e corporações públicas inscreveram suas candidaturas.

136 candidatos disputam os 32 governos, 3.379 as prefeituras dos 1.096 municípios do país, e foram inscritos 30.089 candidatos a vereador e 1.457 candidatos a deputado.

A proliferação de candidaturas independentes para ocupar esses cargos públicos durante os próximos três anos, a partir de primeiro de janeiro de 2001, evidencia a dispersão política que cada vez domina mais as eleições municipais na Colômbia, com uma histórica abstenção próxima ao 60%.

A apatia eleitoral nas eleições municipais se explica em sua pouca incidência no âmbito político central, ainda que sejam importantes para os congressitas porque lhes permite assegurar sua influência regional.

Desta vez, em uma tendência cada vez mais confirmada, um alto número de candidatos se apresentaram como independentes, dado o desprestígio dos tradicionais partidos políticos: o governamental Conservador e o opositor Liberal.

Uma mostra disso é a disputada pela prefeitura de Bogotá (a capital colombiana), considerado o segundo cargo público mais importante do país depois da presidência da república.

A ex-chanceler María Emma Mejía, mesmo militante do Partido Liberal e recebendo o aval desse partido, se apresentou como 'independente', para bater de frente contra a candidatura independente do ex-prefeito de Bogotá, o filósofo e catedrático Antanas Mokus.

Este fenômeno se multiplica em todo o país, onde o leque de candidaturas multicolor é em alguns casos até curioso, como o caso de um aspirante à Câmara Municipal da cidade de Yopal, departamento de Casanare (centro-este), que se apresenta como o candidato do "machismo".

A plataforma política de Edilberto Barreto, um pecuarista conhecido na região como "Beto", pai de sete filhos com quatro mulheres, é a defesa dos "privilégios" dos homens. Seu lema na campanha : "não somos muitos, mas somos machos".

À margem das candidaturas de todos os matizes políticos e sociais, está a influência exercida pelas ações das guerrilhas de esquerda e grupos paramilitares de extrema-direita sobre alguns candidatos nas zonas onde se apresentam.

Ainda que politicamente nenhum desses grupos armados tenham candidatos, muitos deles são "pressionados" por esses grupos, que em certos casos os obrigam a "acertar" com eles seus programas de governo, como denunciou Gilberto Toro, diretor da FCM (Federação Colombiana de Municípios, que agrupa os prefeitos).
 

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