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30/10/2000
-
11h01
da France Presse
em Washington
Criticado de Moscou a Pequim, passando por numerosas capitais européias, o projeto de "escudo antimísseis" norte-americano, legado pelo presidente Bill Clinton a seu sucessor, pode ser uma verdadeira dor-de-cabeça para o próximo ocupante da Casa Branca.
Esse projeto, denominado "National Missile Defense" (NMD, ou defesa antimísseis nacional, em português), é apresentado por seus partidários como a melhor maneira de proteger os Estados Unidos dos mísseis dos países considerados "perigosos", como Irã ou Coréia do Norte.
Mas seus adversários consideram que sua instalação poderia romper o frágil equilíbrio de forças e levaria a uma reativação da corrida armamentista. Bill Clinton anunciou, no início de setembro, sua decisão de deixar para seu sucessor a responsabilidade de adotar ou não o projeto controvertido, estimado em US$ 60 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões).
No plano técnico, diplomático e militar, reina a incerteza sobre o projeto, tido como semelhante ao "Guerra das Estrelas", de Ronald Reagan. Os primeiros testes realizados pelo Pentágono até agora não foram muito convincentes: em três disparos de antimísseis, somente um conseguiu destruir seu objetivo em vôo.
A Rússia rechaça de maneira categórica o projeto, que implicaria uma revisão ou revogação do tratado antimísseis balísticos russo-americano ABM de 1972, que limita o uso deste tipo de aparelhos interceptores.
A China também se mobilizou, ameaçando reiniciar seus esforços para conseguir armas nucleares se os EUA puserem o NMD em funcionamento. Vários países da Otan (aliança militar ocidental), principalmente França e Alemanha, manifestaram sua resistência ao projeto, apesar das promessas de Washington de que seus aliados também o aproveitarão.
Apesar dessas rejeições, o candidato republicano George W. Bush afirmou que pretende implementá-lo, avaliando que o prazo concedido pelo atual presidente lhe permitirá, caso eleito, "atuar onde Clinton fracassou".
O vice-presidente Al Gore, candidato democrata, se mostra mais flexível, mas enigmático. Como Clinton, Gore parece ser um "partidário indeciso do NMD", avalia Helmut Sonnenfeldt, especialista em política externa no Instituto Brookings de Washington. Gore disse estar decidido a aplicar o sistema se chegar "à conclusão de que essa tecnologia está pronta e é financeiramente aceitável e necessária".
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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Escudo antimísseis é problema para futuro presidente dos EUA
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em Washington
Criticado de Moscou a Pequim, passando por numerosas capitais européias, o projeto de "escudo antimísseis" norte-americano, legado pelo presidente Bill Clinton a seu sucessor, pode ser uma verdadeira dor-de-cabeça para o próximo ocupante da Casa Branca.
Esse projeto, denominado "National Missile Defense" (NMD, ou defesa antimísseis nacional, em português), é apresentado por seus partidários como a melhor maneira de proteger os Estados Unidos dos mísseis dos países considerados "perigosos", como Irã ou Coréia do Norte.
Mas seus adversários consideram que sua instalação poderia romper o frágil equilíbrio de forças e levaria a uma reativação da corrida armamentista. Bill Clinton anunciou, no início de setembro, sua decisão de deixar para seu sucessor a responsabilidade de adotar ou não o projeto controvertido, estimado em US$ 60 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões).
No plano técnico, diplomático e militar, reina a incerteza sobre o projeto, tido como semelhante ao "Guerra das Estrelas", de Ronald Reagan. Os primeiros testes realizados pelo Pentágono até agora não foram muito convincentes: em três disparos de antimísseis, somente um conseguiu destruir seu objetivo em vôo.
A Rússia rechaça de maneira categórica o projeto, que implicaria uma revisão ou revogação do tratado antimísseis balísticos russo-americano ABM de 1972, que limita o uso deste tipo de aparelhos interceptores.
A China também se mobilizou, ameaçando reiniciar seus esforços para conseguir armas nucleares se os EUA puserem o NMD em funcionamento. Vários países da Otan (aliança militar ocidental), principalmente França e Alemanha, manifestaram sua resistência ao projeto, apesar das promessas de Washington de que seus aliados também o aproveitarão.
Apesar dessas rejeições, o candidato republicano George W. Bush afirmou que pretende implementá-lo, avaliando que o prazo concedido pelo atual presidente lhe permitirá, caso eleito, "atuar onde Clinton fracassou".
O vice-presidente Al Gore, candidato democrata, se mostra mais flexível, mas enigmático. Como Clinton, Gore parece ser um "partidário indeciso do NMD", avalia Helmut Sonnenfeldt, especialista em política externa no Instituto Brookings de Washington. Gore disse estar decidido a aplicar o sistema se chegar "à conclusão de que essa tecnologia está pronta e é financeiramente aceitável e necessária".
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