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30/10/2000
-
18h54
da France Presse
em Lima
Tropas do exército continuavam hoje a perseguição ao tenente-coronel Ollanta Humala Tasso, que se revoltou contra o presidente Alberto Fujimori à frente de 50 soldados e se deslocava por áreas altas e isoladas dos Andes do sul do Peru, enquanto se multiplicam os apelos para se evitar um banho de sangue.
Pouco mais de 24 horas após o levante, 16 soldados que o seguiam desistiram, segundo notícias transmitidas pelas rádios de Lima.
A deserção entre os rebeldes ocorreu nesta madrugada e horas depois os 16 soldados tinham sido levados aos seus quartéis de origem, segundo relatórios preliminares.
Inicialmente foram dois os militares que deixaram o grupo de Humala, depois o fizeram mais dez e em seguida quatro, que foram vistos por tropas leais ao governo que acompanham de perto os rebeldes.
Apesar da deserção, o comandante Humala Tasso persistia em sua atitude de revolta, enquanto as guarnições do sul do país se mantinham em estado de alerta máximo.
Humala, com seu irmão Antauro, um major da reserva do exército, mantém ainda como refém o general Oscar Bardales, chefe do forte Arica, ao qual pertence o líder rebelde, que durante a madrugada libertou quatro trabalhadores da mina de Toquepala, que também tinham sido sequestrados.
Antes a empresa Southern, proprietária da mina, tinha informado que os sequestrados eram três, mas esta manhã se confirmou que foram quatro. Todos estão sãos e salvos.
400 soldados, fortemente armados, se acham perseguindo Humala e seus partidários por terra e por ar, com apoio de um helicóptero, segundo fontes militares que pediram o anonimato.
As mesmas fontes assinalaram que todos os caminhos que levam aos departamentos sulistas de Moquegua, Tacna e Puno foram bloqueados por contingentes militares.
O objetivo é estender um cerco militar e manter os rebeldes numa área da qual não possam escapar.
Versões recolhidas por autoridades regionais indicam que o tenente-coronel Humala se encontraria numa área fria da região sul-andina do país denominada Carumas, de quase 5.000 metros de altitude, no departamento de Moquegua.
A perseguição ocorre enquanto em Lima o general Walter Chacón Málaga assumiu o comando-geral do exército em substituição ao general José Villanueva, tirado do comando pelo presidente Alberto Fujimori como chefe supremo das Forças Armadas.
As mudanças incluem também os comandantes gerais da Marinha de Guerra e da Força Aérea do Peru, em meio a uma crise política devido ao retorno ao país do ex-assessor presidencial, Vladimiro Montesinos.
Em uma declaração em que expôs os motivos de seu levante, Humala disse que ignorava a autoridade de Fujimori por ser ilegítima, ao mesmo tempo que pediu a prisão e o processo de Montesinos.
Segundo Humala, as substituições nos comandos gerais "não significam mudanças de fundo" porque "se mantêm oficiais vinculados a Montesinos" nas chefias castrenses.
Entrementes, diversos políticos formularam apelos orientados a evitar um banho de sangue no país devido à rebelião de Humala.
"Seria muito grave que o levante terminasse em banho de sangue", disse Luis Castañeda, líder do oposicionista partido Solidariedade Nacional.
O líder oposicionista Alejandro Toledo disse que a solução a esta crise "não deve produzir um derramamento de sangue", e insistiu numa "saída política (da crise) com a renúncia do presidente Fujimori e a instauração de um governo de emergência", que leve o país para as eleições gerais de abril do próximo ano.
Por sua vez, o general Jaime Salinas Sedó, que comandou em novembro de 1992 um frustrado golpe de estado contra o autogolpe de Fujimori de abril desse mesmo ano, disse que Humala fez uso de seu direito de insurgência, contemplado na Constituição.
Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
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Tropas perseguem rebeldes no Peru
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em Lima
Tropas do exército continuavam hoje a perseguição ao tenente-coronel Ollanta Humala Tasso, que se revoltou contra o presidente Alberto Fujimori à frente de 50 soldados e se deslocava por áreas altas e isoladas dos Andes do sul do Peru, enquanto se multiplicam os apelos para se evitar um banho de sangue.
Pouco mais de 24 horas após o levante, 16 soldados que o seguiam desistiram, segundo notícias transmitidas pelas rádios de Lima.
A deserção entre os rebeldes ocorreu nesta madrugada e horas depois os 16 soldados tinham sido levados aos seus quartéis de origem, segundo relatórios preliminares.
Inicialmente foram dois os militares que deixaram o grupo de Humala, depois o fizeram mais dez e em seguida quatro, que foram vistos por tropas leais ao governo que acompanham de perto os rebeldes.
Apesar da deserção, o comandante Humala Tasso persistia em sua atitude de revolta, enquanto as guarnições do sul do país se mantinham em estado de alerta máximo.
Humala, com seu irmão Antauro, um major da reserva do exército, mantém ainda como refém o general Oscar Bardales, chefe do forte Arica, ao qual pertence o líder rebelde, que durante a madrugada libertou quatro trabalhadores da mina de Toquepala, que também tinham sido sequestrados.
Antes a empresa Southern, proprietária da mina, tinha informado que os sequestrados eram três, mas esta manhã se confirmou que foram quatro. Todos estão sãos e salvos.
400 soldados, fortemente armados, se acham perseguindo Humala e seus partidários por terra e por ar, com apoio de um helicóptero, segundo fontes militares que pediram o anonimato.
As mesmas fontes assinalaram que todos os caminhos que levam aos departamentos sulistas de Moquegua, Tacna e Puno foram bloqueados por contingentes militares.
O objetivo é estender um cerco militar e manter os rebeldes numa área da qual não possam escapar.
Versões recolhidas por autoridades regionais indicam que o tenente-coronel Humala se encontraria numa área fria da região sul-andina do país denominada Carumas, de quase 5.000 metros de altitude, no departamento de Moquegua.
A perseguição ocorre enquanto em Lima o general Walter Chacón Málaga assumiu o comando-geral do exército em substituição ao general José Villanueva, tirado do comando pelo presidente Alberto Fujimori como chefe supremo das Forças Armadas.
As mudanças incluem também os comandantes gerais da Marinha de Guerra e da Força Aérea do Peru, em meio a uma crise política devido ao retorno ao país do ex-assessor presidencial, Vladimiro Montesinos.
Em uma declaração em que expôs os motivos de seu levante, Humala disse que ignorava a autoridade de Fujimori por ser ilegítima, ao mesmo tempo que pediu a prisão e o processo de Montesinos.
Segundo Humala, as substituições nos comandos gerais "não significam mudanças de fundo" porque "se mantêm oficiais vinculados a Montesinos" nas chefias castrenses.
Entrementes, diversos políticos formularam apelos orientados a evitar um banho de sangue no país devido à rebelião de Humala.
"Seria muito grave que o levante terminasse em banho de sangue", disse Luis Castañeda, líder do oposicionista partido Solidariedade Nacional.
O líder oposicionista Alejandro Toledo disse que a solução a esta crise "não deve produzir um derramamento de sangue", e insistiu numa "saída política (da crise) com a renúncia do presidente Fujimori e a instauração de um governo de emergência", que leve o país para as eleições gerais de abril do próximo ano.
Por sua vez, o general Jaime Salinas Sedó, que comandou em novembro de 1992 um frustrado golpe de estado contra o autogolpe de Fujimori de abril desse mesmo ano, disse que Humala fez uso de seu direito de insurgência, contemplado na Constituição.
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