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31/10/2000
-
09h24
da Reuters
em Lima (Peru)
O Exército do Peru afirmou ontem ter capturado a maior parte dos 50 soldados envolvidos na rebelião contra o presidente Alberto Fujimori. O líder do levante, entretanto, ainda continua solto nos Andes junto com outros companheiros.
A rebelião ocorrida no último domingo (29) e liderada pelo coronel-tenente Ollanta Humala, de 38 anos, um veterano de operações na selva contra guerrilheiros, complicou a crise política detonada há seis semanas no país e em meio a qual Fujimori tenta capturar seu ex-chefe do serviço de espionagem Vladimiro Montesinos.
Os rebeldes do Exército criticaram Fujimori e Montesinos, afirmaram que o atual governo peruano era ilegítimo e defenderam a prisão do ex-chefe da inteligência do país. Os militares também pediram a expulsão dos quadros das Forças Armadas dos homens ligados a Montesinos.
Durante o final de semana, Fujimori dispensou de seus cargos quatro generais considerados fiéis ao ex-chefe do serviço de espionagem, que retornou clandestinamente ao país há uma semana após não ter conseguido asilo no Panamá.
Membros das Forças Armadas parecem preocupados com o destino do país depois de Fujimori haver declarado no mês passado que iria convocar eleições no próximo ano e sairia do governo em julho, quatro anos antes do final de seu mandato.
A decisão pode significar a subida ao poder de um governo que procuraria levar a julgamento militares acusados de violar os direitos humanos.
O presidente peruano anunciou que realizaria eleições antecipadas depois da divulgação de um vídeo no qual Montesinos aparentemente tentava subornar um político da oposição.
No motim de domingo, os rebeldes assumiram o controle da cidade de Toquepala, importante produtora de cobre do país. Depois, fugiram para a selva levando quatro reféns, entre eles um general.
Em um comunicado de ontem, o Exército afirmou que o general havia sido libertado, mas que Humala ainda continuava solto com seis ou sete ``civis e soldados''.
Há opiniões diversas dentro do Peru sobre os atos de Humala. Muitos o elogiam e aludem à sua coragem para justificar sua posição. Outros o consideram um perigoso aventureiro que ameaça as preparações de uma nova eleição presidencial em abril.
Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
Leia os textos dos colunistas
Eleonora de Lucena, Clóvis Rossi e Marcio Aith sobre o tema
Leia mais notícias da Reuters na Folha Online
Leia mais notícias internacionais na Folha Online
Governo peruano captura maioria dos militares rebeldes
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O Exército do Peru afirmou ontem ter capturado a maior parte dos 50 soldados envolvidos na rebelião contra o presidente Alberto Fujimori. O líder do levante, entretanto, ainda continua solto nos Andes junto com outros companheiros.
A rebelião ocorrida no último domingo (29) e liderada pelo coronel-tenente Ollanta Humala, de 38 anos, um veterano de operações na selva contra guerrilheiros, complicou a crise política detonada há seis semanas no país e em meio a qual Fujimori tenta capturar seu ex-chefe do serviço de espionagem Vladimiro Montesinos.
Os rebeldes do Exército criticaram Fujimori e Montesinos, afirmaram que o atual governo peruano era ilegítimo e defenderam a prisão do ex-chefe da inteligência do país. Os militares também pediram a expulsão dos quadros das Forças Armadas dos homens ligados a Montesinos.
Durante o final de semana, Fujimori dispensou de seus cargos quatro generais considerados fiéis ao ex-chefe do serviço de espionagem, que retornou clandestinamente ao país há uma semana após não ter conseguido asilo no Panamá.
Membros das Forças Armadas parecem preocupados com o destino do país depois de Fujimori haver declarado no mês passado que iria convocar eleições no próximo ano e sairia do governo em julho, quatro anos antes do final de seu mandato.
A decisão pode significar a subida ao poder de um governo que procuraria levar a julgamento militares acusados de violar os direitos humanos.
O presidente peruano anunciou que realizaria eleições antecipadas depois da divulgação de um vídeo no qual Montesinos aparentemente tentava subornar um político da oposição.
No motim de domingo, os rebeldes assumiram o controle da cidade de Toquepala, importante produtora de cobre do país. Depois, fugiram para a selva levando quatro reféns, entre eles um general.
Em um comunicado de ontem, o Exército afirmou que o general havia sido libertado, mas que Humala ainda continuava solto com seis ou sete ``civis e soldados''.
Há opiniões diversas dentro do Peru sobre os atos de Humala. Muitos o elogiam e aludem à sua coragem para justificar sua posição. Outros o consideram um perigoso aventureiro que ameaça as preparações de uma nova eleição presidencial em abril.
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