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04/11/2000
-
17h53
da Reuters
em Bogotá (Colômbia)
O vencedor da próxima eleição presidencial norte-americana herdará uma situação potencialmente explosiva na América Latina, especialmente na região dos Andes. O continente não parece estar nas prioridades do republicano George W. Bush e do democrata Al Gore.
Mas o pacote de ajuda militar no valor de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 2,52 bilhões) à Colômbia é algo jamais visto no hemisfério desde a Guerra Fria. E o problema número um é a estabilização da Colômbia, com sua guerrilha, a produção e o tráfico de drogas.
Na Venezuela, o presidente esquerdista Hugo Chávez é criticado por suas tendências autoritárias, por ter restringido a independência da Justiça e fechado o Congresso. Em agosto, Chávez encontrou-se com o presidente líbio, Muammar Gaddafi, e o iraquiano, Saddam Hussein.
Essas reuniões foram vistas com profundas suspeitas em Washington. Na semana passada, o líder venezuelano recebeu a visita oficial de Fidel Castro, presidente de Cuba.
A crise política no Peru, onde o presidente Alberto Fujimori foi eleito para um terceiro mandato em julho em meio a violentos protestos causados pela suspeita de fraude eleitoral, é outra fonte de preocupação para os Estados Unidos.
Os problemas aumentaram com as acusações de corrupção envolvendo Vladimiro Montesinos, ex-chefe do serviço de inteligência de Fujimori.
Mas, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, o que gerou a crise e provocou a revolta de um grupo de militares foi a suposta corroboração de Montesinos para crimes de tortura e assassinato.
O Equador, por sua vez, teve cinco presidentes em cinco anos. O atual, Gustavo Noboa, assumiu o poder em janeiro, depois do primeiro golpe em décadas na América do Sul. Noboa colocou em prática um programa de dolarização que, segundo analistas políticos, pode transformar o país em um paraíso para as contas dos traficantes de drogas colombianos.
"O maior risco no Equador é que se transforme em um monstruoso local de lavagem de dinheiro, 20 vezes maior que o Panamá", disse o analista Eduardo Pizarro.
No México, o problema é a transição democrática de Vicente Fox após sete décadas de governo de um único partido.
A Argentina, por sua vez, precisa de forte apoio dos Estados Unidos para segurar sua economia.
Analistas norte-americanos acham que Bush tem mais chances de conseguir implementar um acordo de livre comércio nas Américas. "Vejo Gore como um prisioneiro dos sindicatos e dos ambientalistas", disse Arturo Porzecanski, especialista em mercados emergentes do banco ABN-AMRO.
Isso porque Gore defende a manutenção da leis trabalhistas e ambientais nos acordos comerciais.
"Acho que a visão de Bush é mais clara e, de alguma maneira, indica que ele tem uma estratégia", completou Georges Fauriol, diretor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, de Washington).
Fauriol vê falta de conteúdo ideológico na política de Bill Clinton para a América Latina. Para ele, uma eventual administração de Gore sustentaria as atuais posições de Clinton.
"O que os países andinos e regionais precisam é uma agenda mais estratégica do envolvimento e incentivo dos Estados Unidos nas relações com a América Latina", diz Fauriol.
As eleições nos Estados Unidos acontecem na próxima terça-feira (7).
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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Novo presidente dos EUA enfrentará desafio na América Latina
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O vencedor da próxima eleição presidencial norte-americana herdará uma situação potencialmente explosiva na América Latina, especialmente na região dos Andes. O continente não parece estar nas prioridades do republicano George W. Bush e do democrata Al Gore.
Mas o pacote de ajuda militar no valor de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 2,52 bilhões) à Colômbia é algo jamais visto no hemisfério desde a Guerra Fria. E o problema número um é a estabilização da Colômbia, com sua guerrilha, a produção e o tráfico de drogas.
Na Venezuela, o presidente esquerdista Hugo Chávez é criticado por suas tendências autoritárias, por ter restringido a independência da Justiça e fechado o Congresso. Em agosto, Chávez encontrou-se com o presidente líbio, Muammar Gaddafi, e o iraquiano, Saddam Hussein.
Essas reuniões foram vistas com profundas suspeitas em Washington. Na semana passada, o líder venezuelano recebeu a visita oficial de Fidel Castro, presidente de Cuba.
A crise política no Peru, onde o presidente Alberto Fujimori foi eleito para um terceiro mandato em julho em meio a violentos protestos causados pela suspeita de fraude eleitoral, é outra fonte de preocupação para os Estados Unidos.
Os problemas aumentaram com as acusações de corrupção envolvendo Vladimiro Montesinos, ex-chefe do serviço de inteligência de Fujimori.
Mas, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, o que gerou a crise e provocou a revolta de um grupo de militares foi a suposta corroboração de Montesinos para crimes de tortura e assassinato.
O Equador, por sua vez, teve cinco presidentes em cinco anos. O atual, Gustavo Noboa, assumiu o poder em janeiro, depois do primeiro golpe em décadas na América do Sul. Noboa colocou em prática um programa de dolarização que, segundo analistas políticos, pode transformar o país em um paraíso para as contas dos traficantes de drogas colombianos.
"O maior risco no Equador é que se transforme em um monstruoso local de lavagem de dinheiro, 20 vezes maior que o Panamá", disse o analista Eduardo Pizarro.
No México, o problema é a transição democrática de Vicente Fox após sete décadas de governo de um único partido.
A Argentina, por sua vez, precisa de forte apoio dos Estados Unidos para segurar sua economia.
Analistas norte-americanos acham que Bush tem mais chances de conseguir implementar um acordo de livre comércio nas Américas. "Vejo Gore como um prisioneiro dos sindicatos e dos ambientalistas", disse Arturo Porzecanski, especialista em mercados emergentes do banco ABN-AMRO.
Isso porque Gore defende a manutenção da leis trabalhistas e ambientais nos acordos comerciais.
"Acho que a visão de Bush é mais clara e, de alguma maneira, indica que ele tem uma estratégia", completou Georges Fauriol, diretor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, de Washington).
Fauriol vê falta de conteúdo ideológico na política de Bill Clinton para a América Latina. Para ele, uma eventual administração de Gore sustentaria as atuais posições de Clinton.
"O que os países andinos e regionais precisam é uma agenda mais estratégica do envolvimento e incentivo dos Estados Unidos nas relações com a América Latina", diz Fauriol.
As eleições nos Estados Unidos acontecem na próxima terça-feira (7).
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