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05/11/2000 - 11h53

Prosperidade dos EUA não deve ser posta em risco

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AL GORE


Dentro de pouco dias, o povo norte-americano elegerá não apenas um novo presidente, mas também um novo futuro, uma nova série de idéias e ideais que determinarão suas vidas nas próximas décadas.

No último século, os Estados Unidos, mais do que qualquer outro país, contribuíram para libertar o mundo do fascismo e do comunismo. Mas ainda enfrentam perigos e desafios, velhos e novos. Temos sempre a vontade de defender nossos interesses permanentes, desde a Europa até o Oriente Médio, da África à Ásia e, inclusive, em nosso próprio hemisfério.

Estamos no limiar da construção e do início da próxima geração de armamentos militares. O próximo presidente deve assegurar a produção dessas novas armas para que ingressem nos arsenais de nossa democracia.

Além disso, devemos assegurar que nosso pessoal militar tenha o treinamento requerido no século 21 para que continue sendo o melhor do mundo. Sempre acreditei na necessidade de um forte sistema de defesa e tenho lutado por ele durante toda minha vida pública e não apenas em um ano eleitoral. Porém não podemos ter a adequada política de defesa sem a adequada política econômica.

Todos sabem que agora estamos melhor do que há oito anos. E, graças ao duro trabalho do povo norte-americano, conseguimos progressos. O mercado financeiro prosperou. O país está mais rico e mais forte. Meu adversário acredita que está certo gastar mais do que todo o superávit do orçamento federal que estamos obtendo e tem a esperança de que a economia vá melhor do que toda a expectativa e que, de algum modo, os números se enquadrem.

Joe Lieberman e eu temos um enfoque muito diferente: queremos gastar menos do que o superávit, em lugar de promessas exageradas. Proponho tomar um em cada seis dólares do superávit orçamentário e colocá-lo à parte, para que não seja usado em novos gastos, novas reduções de impostos ou promessas ou projetos de qualquer tipo.

Assim, se as atuais previsões econômicas resultarem extremamente otimistas, este fundo de reserva garantirá que não teremos de cortar gastos com educação e saúde. E, ao contrário das promessas feitas por meu adversário, não seremos administradores de déficit nem colocaremos em perigo a prosperidade.

Duplicaremos o número de famílias com renda acima dos US$ 50 mil com um sistema de aposentadoria livre de impostos. Elevaremos a renda familiar em um terço com a manutenção do crescimento econômico, investimentos para a criação de postos de trabalho e disponibilizando a todos ferramentas e capacitação necessárias para obter os empregos melhor remunerados do futuro.

Investiremos em cortes de impostos para a classe média, para que as famílias trabalhadoras gastem menos nos cuidados com a saúde e com os filhos. Também investiremos mais nos bairros centrais das cidades, em nossas comunidades rurais e em tudo o que ficou à margem da atual prosperidade para ter a segurança de que uma economia em alta e com renda em crescimento não deixe ninguém para trás.

Também estamos decididos a assimilar a mais importante lição da nova economia: como nos prepararmos para este século 21, no qual a educação é a chave do progresso. Isso significa que a instrução deve ocupar mais a nossa atenção e o nosso tempo, bem como receber mais recursos.

As porcentagens de matrículas e graduações podem aumentar a níveis recordes fazendo com que a maioria dos gastos com matrícula escolar seja dedutível dos impostos, bem como com um programa nacional de poupança destinado à instrução e mantendo baixas as taxas de juros, de modo que os empréstimos para os estudantes estejam mais ao alcance deles.

Meu plano econômico baseia-se na crença de que os EUA podem continuar sendo a economia mais forte do mundo apenas se continuarmos sendo os primeiros na alta tecnologia e nos trabalhos de alta capacitação do futuro.

Para permitir que o comércio possa criar dez milhões a mais de postos de trabalho especializado no setor de alta tecnologia, reduziremos os impostos, a fim de impulsionar a pesquisa e a inovação. Duplicaremos os investimentos na tecnologia da informação, que está revolucionando nossa economia.

O plano econômico Gore-Lieberman tem um propósito: ajudar as famílias de classe média, que sempre foram a base e o orgulho dos EUA. A cota da criatividade norte-americana pode, inclusive, ser maior. Pode haver uma próxima etapa de prosperidade na qual a criatividade construa não apenas um produto melhor, mas também um planeta mais saudável.

Uma nova etapa de progresso na qual existam êxitos cotidianos dos norte-americanos para o desenvolvimento de tecnologias renovadoras que criem milhões de postos de trabalho com salários altos e, ao mesmo tempo, limpem o ambiente e combatam o aquecimento global do planeta.

Uma nova etapa de prosperidade e de progresso na qual apoiemos os Thomas Edison do futuro, além de dar-lhes os poderes para que possam construir um mundo melhor, mais limpo e mais próspero.


Al Gore é vice-presidente dos EUA e candidato a presidente pelo Partido Democrata


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