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08/11/2000 - 21h14

Latinos votam maciçamente no democrata Al Gore

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da France Presse
em Los Angeles (EUA)

Os latinos, majoritariamente democratas, votaram maciçamente no vice-presidente Al Gore, com exceção dos cubanos da Flórida, cujos votos para George W.Bush contribuiram para a exasperante indecisão da eleição.

"A participação latina foi muito ampla", declarou Antonio González, responsável do Programa de Educação e Registro de Eleitores do Sudoeste
(SVREP). "Projetamos 5,8 milhões de votos emitidos, que representariam 5,5% do total nacional, dois novos recordes".

Num âmbito nacional, 63% dos latinos votaram no democrata Al Gore, frente a 33% que se inclinaram pelo republicano George W. Bush, segundo pesquisas de boca de urna difundidos pelas televisões americanas.

"O voto latino se segmentou como se disse que iria se segmentar, e uma
grande maioria a favor de Gore em termos gerais, e uma grande maioria a favor de Bush no voto cubano na Florida, que possivelmente tenha sido o fator que definiu esta eleição", diz Joaquín Pérez, vice-presidente do Hispanic Trends.

Cerca de 7,7 milhões de hispânicos estavam habilitados para votar nessas
presidenciais - contra 6,5 milhões em 1996 -, mas como a maioria dos 32
milhões de hispânicos dos Estados Unidos, estes se concentravam principalmente nos Estados da California, Nova York, Illinois, Texas e Flórida.

Os três primeiros deram claramente seus votos a Gore e o governador do
Texas venceu em seu feudo, apesar da oposição de uma maioria de latinos, que variou entre 57% e 67,7% segundo as pesquisas.

Na Flórida, o Estado que decidirá quem é o próximo inquilino da Casa Branca por um punhado de votos, os latinos estiveram divididos - 50% para Bush e 48% para Gore, segundo a CNN - entre cubanos e não-cubanos.

"O voto cubano é um pouco atípico. Funciona um pouco como voto de castigo", destacou Joaquín Pérez. "Podemos dizer que está entre Monica Lewinsky e Elián.

Se Bush vencer, evitaram que Gore fosse presidente". Os latinos foram chave para a vitória de Gore no Novo México, destacou Antonio González. "E acredito que o voto latino teve um papel muito importante
em Michigan, Pennsylvania e Washington, estados onde a contenda estava muito apertada", acrescentou o demógrafo californiano.

Por primera vez na história também, 2,3 milhões de latinos estavam
habilitados para votar na California, onde poderia ser registrado um novo recorde de participação do tão conhecido "gigante adormecido".

Segundo pesquisas de boca de urna feitas pelo SVREP, 80,7% dos latinos
deste estado votaram em Gore, e somente 18,8% em Bush que, apesar de todos os seus esforços, não conseguiu vencer a desconfiança da comunidade com um partido republicano considerado antiimigrante e antilatino.

Numa campanha sem precedentes por parte do candidato republicano, Bush
falou em espanhol, recorreu ao carisma de seu sobrinho latino, George P. Bush, bombardeou de anúncios os espectadores de televisão das redes hispânicas e fez desaparecer do mapa os membros de seu partido que cultivavam a retórica antiimigrante, como o ex-governador da California Pete Wilson.

Se a algo, no entanto, que pode ser debitado a Wilson, é que seus ataques provocaram uma mobilização sem precedentes dos latinos, que se traduziu num recorde de naturalizações e de novos eleitores em seis anos.
Os latinos de California tem hoje poder suficiente para influenciar
eleições locais. Segundo o SVREP, nas eleições para o Congresso
norte-americano os latinos favoreceram os democratas em 75,7%, frente a 24,3% que votaram pelos republicanos.

Assim, os cinco hispânicos da California na Câmara de Representantes, todos democratas, foram reeleitos com margens esmagadoras, e os latinos contribuiram também para a vitória do democrata Adam Schiff sobre o republicano James Rogan, detentor da cadeira, na luta da câmara baixa mais cara de todo o país.

Por outro lado, o republicano Rich Rodríguez, um apresentador de televisão que tentava desbancar o veterano democrata Cal Cooley, não conseguiu convencer hispânicos suficientes (55% do eleitorado de sua circunscrição) e fracassou na tentativa de se transformar no primeiro latino republicano da California enviado ao Congresso em toda a história.


 

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