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09/11/2000 - 23h53

EUA não querem ser vistos como uma "república de bananas"

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da France Presse
em Washington

As autoridades americanas se esforçaram hoje, com uma mistura de humor e irritação, para manter a calma sobre a saúde de sua democracia e sua capacidade de manter seu prestígio mundial, enquanto a imprensa multiplica as críticas sobre as falhas do sistema eleitoral.

O departamento de Estado ironizou "certos comentários interessantes da imprensa estrangeira", como os do Daily Mirror britânico, que comparou os EUA a uma "república de bananas". A eleição foi "regular, normal, legal, clara, transparente, aberta", rebateu o porta-voz da diplomacia americana, Richard Boucher.

Os EUA "não têm a intenção" de pedir à Organização dos Estados Americanos (OEA) o envio de observadores internacionais à Flórida, apesar de já ter feito isso nos casos do Peru e Haiti, acrescentou o porta-voz.

Boucher insistiu no fato de que Washington não recebeu nenhum pedido de explicação por parte de outros países, ou qualquer comunicado expressando suas inquietações sobre o incerto panorama eleitoral atual.

"Ninguém veio nos perguntar, se os EUA estavam perdidos no espaço ou algo assim", ironizou mais uma vez.

Vários países, como França e China, acreditaram nos anúncios prematuros sobre a vitória do candidato republicano George W. Bush, feitos pelas televisões americanas na noite de terça-feira (07), e enviaram mensagens de congratulações.

Autoridades americanas destacam que o presidente Bill Clinton, no cargo até 20 de janeiro, manteve sua agenda diplomática e se encontrou hoje com o presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, e manterá a reunião de domingo com o primeiro-ministro israelense, Ehud Barak.

A imprensa estrangeira multiplicou os comentários críticos sobre o funcionamento da democracia eleitoral. O Times de Londres avaliou que o país "bem poderia estar à beira da mais grave crise política desde o escândalo do Watergate".

"Poderíamos nos divertir, se se tratasse da eleição do prefeito de Chicago e não do homem mais poderoso do mundo", destacou o jornal alemão Berliner Zeitung.

Nos EUA, as críticas também foram pesadas. "Todo nosso sistema político explodiu na terça-feira. Qualquer que seja o presidente, a legitimidade de sua eleição será colocada em dúvida", escreveu hoje um dos editorialistas do Washington Post, E.J. Dionne.

  • Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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