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10/11/2000 - 08h02

Apenas 8% das cidades dos EUA têm voto eletrônico

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo

Como o país mais rico do mundo, que colocou o homem na Lua e inventou a Internet, ainda usa um sistema tecnologicamente precário para votar na maior parte de seus Estados? Essa foi a pergunta mais feita ontem.

Uma das respostas: porque não há interesse político em liberar dinheiro para o processo eleitoral. Assim, num Estado rico como Nova York, que teve 7 milhões de eleitores neste ano, por exemplo, as "máquinas de votar", engenhocas mecânicas que contabilizam os votos, completaram 38 anos nesta eleição.

Os nova-iorquinos não estão sozinhos. Cerca de 25% dos eleitores norte-americanos votam com o auxílio de uma das variações dessa máquina inventada em 1892. "Nunca tivemos tanta reclamação como neste ano", diz Alan Hevesi, chefe do Comitê Eleitoral de Nova York.

A legislação eleitoral americana é bastante descentralizada, deixando grande parte das decisões para os Estados. Assim, não há uma cédula padronizada. Nem um horário fixo. Não há, ainda, um método único a ser seguido.

Existem cidades que usam as tais máquinas de votar, em que o eleitor perfura uma cédula parecida aos antigos bilhetes de loteria esportiva brasileira. Outras utilizam o mesmo sistema de perfuração, mas que depois é lido eletronicamente (35% das cidades), como Palm Beach, na Flórida.

Os mais avançados fazem a leitura por laser, como nos testes dos vestibulares atuais (25%). Há até mesmo a boa e velha cédula de papel, em que o voto é anotado com um "x" escrito a caneta (2% das cidades).
Por fim, só uma minoria (8%) conta com os serviços do voto eletrônico, em que um terminal de computador é colocado na cabine de votação.

O mesmo ocorre com a cédula do voto. Cada Estado pode fazer a sua seguindo os parâmetros mínimos da lei federal.

Alguns Estados não centralizam a produção das cédulas; permitem que cada cidade faça um modelo próprio, que depois é aprovado pelo comitê eleitoral estadual.

Foi o que ocorreu em Palm Beach, na Flórida. Não há uma lei que determine onde cada candidato deve ficar na cédula, apenas quem deve constar obrigatoriamente (no caso desta eleição, 10 nomes, dos mais de 200 concorrendo legalmente).

Ali, 104 distritos receberam cédulas em que o furo que deveria ser feito para corresponder ao voto do democrata Al Gore se confundia com o furo relativo a Pat Buchanan, do Partido Reformista.

"Concordo que como está é uma confusão e precisamos padronizar", disse o procurador geral da Flórida, George Sheldon.

Outro fator complicador das eleições neste ano foram os chamados "votos ausentes". O voto não é obrigatório nos EUA. O eleitor só precisa se registrar até um mês antes das eleições e, então, pode votar em qualquer lugar do país, munido apenas de uma identificação com foto.

Ou do mundo, desde que tenha apanhado uma cédula antes nos comitês eleitorais nos EUA ou nas embaixadas e consulados no exterior. Depois, basta mandar o voto por correio para o comitê do domicílio eleitoral até o dia 7 de novembro. Foi o que fizeram cerca de 2,5 milhões de eleitores nesta eleição.


  • Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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