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12/11/2000
-
11h07
PATRICE DE BEER
DO "LE MONDE"
Será que um dia George W. Bush perdoará seu irmão Jeb pelo fiasco da Flórida? Governador do Estado que pode decidir a corrida presidencial, Jeb Bush corre o risco de ser lembrado por muito tempo como o homem que constrangeu o candidato republicano em sua campanha para entrar na Casa Branca. Ele corre o risco de ser responsabilizado pela confusão eleitoral atual, episódio que permanecerá vivo durante um possível mandato de "W".
Foi nítida a tensão familiar na noite da eleição em Austin, Texas, quando os Bushes se reuniram para assistir à vitória de sua prole na televisão. "W" mal dissimulava a cólera sob uma máscara de humor enquanto via os votos prometidos por Jeb na Flórida escapando-lhe cada vez mais, a ponto de forçar uma recontagem. "Não é necessário dizer que o governador da Flórida ficou bastante consternado durante o jantar de família, quando viu que não tínhamos ganho. Ele teve interessantes emoções nesse momento", declarou, com fria ironia.
A noite já havia sido estragada quando "W" saiu para terminar a jornada com sua mulher, seu pai e sua mãe. E sem Jeb. O governador da Flórida disse mais tarde não querer "nunca mais passar uma noite como aquela, uma das mais emocionantes" de sua vida.
Estupefato com a estreita diferença entre os dois candidatos, Jeb disse que decidiu "apresentar desculpas" ao irmão "por não ter conseguido o que lhe havia prometido": dar-lhe os votos do seu Estado. "Comecei então a ligar para rádios da Costa Oeste, onde as pessoas ainda estavam votando, para pedir a elas que votassem em meu irmão."
As coisas não foram melhores durante a campanha, apesar da imagem fraternal constantemente veiculada dos dois homens se abraçando.
Comentou-se que Jeb não mostrou muito entusiasmo pela campanha do irmão.
Sem dúvida, a política de Jeb de cortar fundos destinados às políticas de ação afirmativa custou a George muitos votos dos negros.
Jeb teria dito que ele devia tomar cuidado na hora de ajudar o irmão por causa da comparação que poderia, em certos casos, não ajudar George. Na verdade isso significa que ele era orientado para não falar publicamente antes de seu irmão, pois corria o risco de ofuscar George por ser melhor orador. Quando havia uma fala pública, Jeb dizia poucas palavras.
É uma tarefa difícil ser o irmão mais novo de um candidato à Presidência se você escutou durante toda a sua vida que é o mais brilhante dos irmãos e que está sendo preparado para o mandato supremo. A espera pode ser longa.
Os dois foram candidatos em 1994 ao posto de governador, Jeb na Flórida e George no Texas. Todos apostavam que Jeb levaria o posto com facilidade, mas foi George quem conquistou primeiro. Jeb só seria eleito em 1998.
Jeb recolheu sua ambição e fez como o resto da família Bush -colocou-se a serviço do irmão. Encabeçou pessoalmente sua campanha na Flórida e enviou seu filho George P., que fala espanhol fluentemente, para dar apoio a George W. no Texas.
Fiasco na Flórida piora relação entre os irmãos Bush
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DO "LE MONDE"
Será que um dia George W. Bush perdoará seu irmão Jeb pelo fiasco da Flórida? Governador do Estado que pode decidir a corrida presidencial, Jeb Bush corre o risco de ser lembrado por muito tempo como o homem que constrangeu o candidato republicano em sua campanha para entrar na Casa Branca. Ele corre o risco de ser responsabilizado pela confusão eleitoral atual, episódio que permanecerá vivo durante um possível mandato de "W".
Foi nítida a tensão familiar na noite da eleição em Austin, Texas, quando os Bushes se reuniram para assistir à vitória de sua prole na televisão. "W" mal dissimulava a cólera sob uma máscara de humor enquanto via os votos prometidos por Jeb na Flórida escapando-lhe cada vez mais, a ponto de forçar uma recontagem. "Não é necessário dizer que o governador da Flórida ficou bastante consternado durante o jantar de família, quando viu que não tínhamos ganho. Ele teve interessantes emoções nesse momento", declarou, com fria ironia.
A noite já havia sido estragada quando "W" saiu para terminar a jornada com sua mulher, seu pai e sua mãe. E sem Jeb. O governador da Flórida disse mais tarde não querer "nunca mais passar uma noite como aquela, uma das mais emocionantes" de sua vida.
Estupefato com a estreita diferença entre os dois candidatos, Jeb disse que decidiu "apresentar desculpas" ao irmão "por não ter conseguido o que lhe havia prometido": dar-lhe os votos do seu Estado. "Comecei então a ligar para rádios da Costa Oeste, onde as pessoas ainda estavam votando, para pedir a elas que votassem em meu irmão."
As coisas não foram melhores durante a campanha, apesar da imagem fraternal constantemente veiculada dos dois homens se abraçando.
Comentou-se que Jeb não mostrou muito entusiasmo pela campanha do irmão.
Sem dúvida, a política de Jeb de cortar fundos destinados às políticas de ação afirmativa custou a George muitos votos dos negros.
Jeb teria dito que ele devia tomar cuidado na hora de ajudar o irmão por causa da comparação que poderia, em certos casos, não ajudar George. Na verdade isso significa que ele era orientado para não falar publicamente antes de seu irmão, pois corria o risco de ofuscar George por ser melhor orador. Quando havia uma fala pública, Jeb dizia poucas palavras.
É uma tarefa difícil ser o irmão mais novo de um candidato à Presidência se você escutou durante toda a sua vida que é o mais brilhante dos irmãos e que está sendo preparado para o mandato supremo. A espera pode ser longa.
Os dois foram candidatos em 1994 ao posto de governador, Jeb na Flórida e George no Texas. Todos apostavam que Jeb levaria o posto com facilidade, mas foi George quem conquistou primeiro. Jeb só seria eleito em 1998.
Jeb recolheu sua ambição e fez como o resto da família Bush -colocou-se a serviço do irmão. Encabeçou pessoalmente sua campanha na Flórida e enviou seu filho George P., que fala espanhol fluentemente, para dar apoio a George W. no Texas.
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