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17/11/2000
-
11h10
CAMILO TOSCANO
da Folha Online
O presidente do Peru, Alberto Fujimori, chegou na manhã de hoje em Tóquio, depois de assistir, em Brunei, à reunião de cúpula do Fórum Ásia-Pacífico de Cooperação Econômica (Apec). Ontem o Peru desmentiu, por meio do ministro da Justiça, Alberto Bustamante, os rumores sobre uma eventual fuga de Fujimori para a Malásia, onde pediria asilo político.
O Ministério japonês das Relações Exteriores e a embaixada do Peru se negaram a comentar a visita de Fujimori, mas a embaixada divulgou um comunicado da Secretaria do presidente, datada em 15 de novembro.
"Após a conclusão da importante reunião da Apec, o presidente Fujimori voará para Tóquio, para cumprir uma série de encontros com autoridades japonesas e negociar uma linha de crédito com o objetivo de equilibrar o orçamento do exercício fiscal 2001", diz o texto.
Fujimori, 62, chegou em Tóquio vindo da Malásia e havia programado voar para o Panamá à tarde, segundo a agência de notícias japonesa "Kyodo News", conforme informou um responsável da embaixada peruana.
No entanto, o ministro panamenho das Relações Exteriores, José Miguel Alemán, anunciou ontem à noite que Fujimori havia cancelado sua participação na reunião de cúpula ibero-americana, que acontece no país.
Crise
Ontem o ministro malaio do Exterior, Syed Hamid Albar, disse em uma entrevista coletiva que também não tinha conhecimento da possibilidade de Fujimori pedir asilo em seu país.
A crise política no Peru teve início no último dia 14 de setembro, quando foi divulgado um vídeo em que o ex-assessor de inteligência de Fujimori, Vladimiro Montesinos, hoje perseguido pela Justiça, aparece subornando um deputado de oposição.
O fato motivou Fujimori a convocar eleições antecipadas para o próximo ano, apenas três meses depois de ter sido reeleito para seu terceiro mandato.
Montesinos se refugiou então no Panamá, mas retornou ao Peru surpreendentemente no último dia 23 de outubro. O governo peruano chegou a anunciar que havia localizado o paradeiro do ex-assessor, mas ainda não conseguiu capturá-lo.
A dificuldade de prender Montesinos tem aprofundado a crise peruana, já que muitos setores do país levantam a possibilidade de que Fujimori ainda mantém contatos com o ex-chefe do serviço de inteligência. O ex-vice-presidente do país Francisco Tudela renunciou ao cargo motivado por divergências com o presidente.
Sucessão
O ex-candidato de oposição à presidência Alejandro Toledo disse ontem em Paris que "Fujimori não chega até 31 de dezembro, pois está moralmente incapacitado para presidir um governo de transição". Toledo, que desistiu de disputar o segundo turno da eleição de maio deste ano contra Fujimori, alegando falta de transparência do processo e por ter seu pedido de extensão do período eleitoral negado, anunciou ontem sua candidatura à Presidência do país.
A oposição no Peru ganhou ontem a poderosa Presidência do Congresso pela primeira vez em oito anos, aumentando o desgaste do presidente. Como era esperado, o congressista moderado Valentin Paniagua foi eleito presidente do Congresso. "Essa é uma enorme responsabilidade. O tempo de mudar o Congresso chegou", disse Paniagua.
Parte das informações são da France Presse.
Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
Leia os textos dos colunistas
Eleonora de Lucena, Clóvis Rossi e Marcio Aith sobre o tema
Ministro da Justiça nega que Fujimori renunciará à Presidência do Peru
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O presidente do Peru, Alberto Fujimori, chegou na manhã de hoje em Tóquio, depois de assistir, em Brunei, à reunião de cúpula do Fórum Ásia-Pacífico de Cooperação Econômica (Apec). Ontem o Peru desmentiu, por meio do ministro da Justiça, Alberto Bustamante, os rumores sobre uma eventual fuga de Fujimori para a Malásia, onde pediria asilo político.
O Ministério japonês das Relações Exteriores e a embaixada do Peru se negaram a comentar a visita de Fujimori, mas a embaixada divulgou um comunicado da Secretaria do presidente, datada em 15 de novembro.
"Após a conclusão da importante reunião da Apec, o presidente Fujimori voará para Tóquio, para cumprir uma série de encontros com autoridades japonesas e negociar uma linha de crédito com o objetivo de equilibrar o orçamento do exercício fiscal 2001", diz o texto.
Fujimori, 62, chegou em Tóquio vindo da Malásia e havia programado voar para o Panamá à tarde, segundo a agência de notícias japonesa "Kyodo News", conforme informou um responsável da embaixada peruana.
No entanto, o ministro panamenho das Relações Exteriores, José Miguel Alemán, anunciou ontem à noite que Fujimori havia cancelado sua participação na reunião de cúpula ibero-americana, que acontece no país.
Crise
Ontem o ministro malaio do Exterior, Syed Hamid Albar, disse em uma entrevista coletiva que também não tinha conhecimento da possibilidade de Fujimori pedir asilo em seu país.
A crise política no Peru teve início no último dia 14 de setembro, quando foi divulgado um vídeo em que o ex-assessor de inteligência de Fujimori, Vladimiro Montesinos, hoje perseguido pela Justiça, aparece subornando um deputado de oposição.
O fato motivou Fujimori a convocar eleições antecipadas para o próximo ano, apenas três meses depois de ter sido reeleito para seu terceiro mandato.
Montesinos se refugiou então no Panamá, mas retornou ao Peru surpreendentemente no último dia 23 de outubro. O governo peruano chegou a anunciar que havia localizado o paradeiro do ex-assessor, mas ainda não conseguiu capturá-lo.
A dificuldade de prender Montesinos tem aprofundado a crise peruana, já que muitos setores do país levantam a possibilidade de que Fujimori ainda mantém contatos com o ex-chefe do serviço de inteligência. O ex-vice-presidente do país Francisco Tudela renunciou ao cargo motivado por divergências com o presidente.
Sucessão
O ex-candidato de oposição à presidência Alejandro Toledo disse ontem em Paris que "Fujimori não chega até 31 de dezembro, pois está moralmente incapacitado para presidir um governo de transição". Toledo, que desistiu de disputar o segundo turno da eleição de maio deste ano contra Fujimori, alegando falta de transparência do processo e por ter seu pedido de extensão do período eleitoral negado, anunciou ontem sua candidatura à Presidência do país.
A oposição no Peru ganhou ontem a poderosa Presidência do Congresso pela primeira vez em oito anos, aumentando o desgaste do presidente. Como era esperado, o congressista moderado Valentin Paniagua foi eleito presidente do Congresso. "Essa é uma enorme responsabilidade. O tempo de mudar o Congresso chegou", disse Paniagua.
Parte das informações são da France Presse.
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