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21/11/2000 - 14h22

Bolívia e Costa Rica insistem na inclusão das matas no MDL

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da France Presse
em Haia (Holanda)

Costa Rica e Bolívia falaram hoje sobre a necessidade de incluir a gestão das matas nos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e se declararam preocupadas com a evolução das negociações na 6ª Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a Mudança Climática em Haia.

"Nos preocupa seriamente o tratamento que se está dando às matas" na negociação sobre as modalidades de redução das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEE), afirmou Elizabeth Odio Benito, vice-presidente e ministra do Ambiente e Energia da Costa Rica durante a sessão matinal de hoje.

Se não se incluírem as ações de gestão das matas no MDL, "se estará fomentando uma fuga global da produção de madeira para as matas tropicais, a qual se traduzirá em um aumento do desmatamento, um aumento das emissões e no desaparecimento da opção florestal para o futuro nos países em desenvolvimento", considerou por sua vez Ronald MacLean Abaroa, ministro do desenvolvimento sustentável e planejamento da Bolívia.

"É fácil comprovar que países pequenos como Bolívia não terão jamais a chance de competir com os maiores países em desenvolvimento se não forem incluídas as ações de matas e outros ecossistemas terrestres" no MDL, disse.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é um dos "mecanismos de flexibilidade" previstos pelo protocolo de Kyoto (1997) para facilitar aos países industrializados a aplicação e financiamento de seus compromissos de
redução de emissões de GEE.

O MDL permite a um país do primeiro mundo obter cotas de emissão adicionais em contrapartida de apoio técnico ou financeiro a um projeto de desenvolvimento "limpo" em um país do terceiro mundo.

Na opinião de Elizabeth Benito, o tom atual da negociação sobre as matas incentivaria os países do norte e do sul a reduzirem suas emissões em setores em que sua participação global é mínima.

"Isto é como receitar remédio para dor de cabeça quando o paciente tem câncer", afirmou.

"Não parece ser justa, levando em conta o princípio de responsabilidades comuns mas diferenciadas, a exigência de alguns países em condicionar a ratificação do protocolo de Kyoto a ações adicionais" dos países em vias de desenvolvimento, assinalou por sua vez MacLean, em alusão aos Estados Unidos.

"O maior esforço deve estar do lado dos maiores emissores", disse. Estados Unidos são responsáveis por um quarto das emissões mundiais de GEE, causadoras do aquecimento do planeta.

O ministro boliviano lançou um apelo urgente aos países industrializados para que ratifiquem rapidamente o protocolo de Kyoto, permitindo sua entrada em vigor. "Depois de Kyoto tivemos a impressão de que havíamos dado o primeiro grande passo para solucionar os problemas da mudança climática global", afirmou.

"Hoje vemos com preocupação o fato de que poucos países ratificaram o protocolo e, entre eles, nenhum de nossos parceiros do primeiro mundo."
 

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