Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/11/2000 - 18h14

Saiba mais sobre Valentín Paniagua, presidente interino do Peru

Publicidade

da France Presse
em Lima

O oposicionista Valentín Paniagua, tenaz defensor da democracia que se tornou o presidente interino do Peru, é um personagem que goza de amplo consenso nos setores de oposição, inclusive no lado governista, por ser um político que cultiva a harmonia e o diálogo.

Paniagua, 64, é um peruano mestiço, oriundo do sul-andino departamento de Cusco, que fala fluentemente o quechua, idioma dos antigos peruanos, e que tem uma fala pausada e com matiz acadêmico, talvez por sua passagem pelas universidades como professor de direito.

Representante do Partido Ação Popular que só tem três parlamentares de um total de 120 se converteu em 16 de novembro passado em presidente do Congresso em substituição à governista Martha Hildebrandt, censurada três dias antes pela maioria dos parlamentares.

Sua reconhecida permeabilidade ao diálogo permitiu que alguns representantes governistas votassem nele para a Presidência do Congresso.

Segundo diversos analistas, sua ampla experiência poderia dar a tranquilidade e o equilíbrio que exige o Peru neste momento de crise, em meio a uma avalanche de denúncias de corrupção, de enriquecimento ilícito, tráfico de armas e narcotráfico, envolvendo eminentes figuras do governo.

Especialista em direito constitucional e administrativo, catedrático de várias universidades limenhas, começou politicamente na Democracia Cristã, partido pelo qual foi eleito deputado em 1963, quando sua formação política em aliança com Ação Popular chega ao governo.

Paniagua renunciou às fileiras da Democracia Cristã quando esta apoiou o golpe militar que derrubou em 1968 o ex-presidente Fernando Belaúnde, chefe do Partido Ação Popular.

Considerado um democrata e um dos políticos mais experimentados no atual parlamento, foi eleito aos 27 anos deputado no primeiro governo do arquiteto Belaúnde (1963-1968) e dois anos depois foi designado ministro da justiça.

A poucos meses do golpe militar, que durou 12 anos (1968-1980), Paniagua se inscreveu na Ação Popular e ocupa cargos dirigenciais importantes nesse partido de orientação centrista.

No segundo período de Belaúnde (1980-1985), Paniagua foi novamente deputado e se destacou por seus discursos em defesa das instituições democráticas, o que lhe valeu ser eleito presidente da Câmara dos Deputados.

Em 1984 assumiu o ministério da Educação. Depois de 1985 se afastou da política ativa para se dedicar à docência universitária. Mas em 2000, quando seu partido entrou em uma severa crise interna como consequência do desprestígio dos partidos políticos, chega ao congresso representando-o junto aos jovens populistas Pablo Morales e Fernando Bueno.

Desde sua chegada ao congresso, Paniagua se destacou por seu conhecimento político, pelo manejo dos debates e, principalmente, por uma atitude conciliadora entre os diferentes grupos de oposição para levar monoliticamente projetos de lei e reclamações.

Também teve participação destacada na Mesa de diálogo impulsionada pela OEA (Organização dos Estados Americanos), onde começa a dar pautas e idéias para harmonizar posições entre o governo e a oposição.

Isso permitiu que, depois da censura à governista Martha Hildebrandt como presidente do Congresso, seu nome fosse lembrado para esse cargo por um setor oposicionista.

Em diversas ocasiões, Paniagua se mostrou como defensor dos fóruns parlamentares, assinalando que "o excesso normativo por parte do executivo reduziu a presença do congresso na determinação dos grandes rumos da política peruana".

Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página