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25/11/2000 - 12h01

Análise: Assassinato exacerba campanha de terror do ETA

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da Reuters
em Madri

O recente assassinato de um ex-ministro da Saúde da Espanha agravou o já sombrio aspecto da campanha de terror levada a cabo pelo grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade).

Ernest Lluch, um economista que participou nos anos 80 do governo do então primeiro-ministro Felipe González, foi a ex-autoridade de mais alto escalão a ser morta pelo ETA em seus 27 anos de atividade.

Tendo ocorrido à véspera da celebração dos 25 anos da coroação de Juan Carlos 1º, o introdutor da democracia no país, a morte de Lluch em Barcelona, na terça-feira à noite, foi arquitetada para gerar o máximo de impacto.

"Os terroristas desejavam manchar a comemoração dessa grande data", disse Javier Arenas, secretário-geral do Partido Popular, atualmente no poder.

O grupo separatista parece ter voltado com força máxima após ter suspendido uma trégua de 14 meses em dezembro passado.

Assassinos que antes pareciam satisfeitos com a matança de membros do baixo escalão do governo agora mostram-se dispostos a atingir alvos mais importantes.

Ao mesmo tempo, há sinais cada vez mais claros de que a campanha de terror do ETA, responsabilizada por 21 mortes neste ano, o mais sangrento desde 1992, atinge também os cidadãos comuns da Espanha.

"Isso é o que o ETA chama de 'socialização da dor", disse Charles Powell, um cientista político britânico especializado na história moderna da Espanha. "Eles querem provar que são capazes de criar o caos."

O assassinato de um juiz da Suprema Corte, do motorista dele e de um guarda-costas em Madri (capital) na explosão de um carro-bomba, no mês passado, mostrou que o grupo vem aumentando a violência de suas ações para forçar o governo a negociar.

Uma pesquisa de opinião recente mostrou que o "terrorismo do ETA" saltou para o primeiro lugar na lista de assuntos que preocupam os espanhóis.

Documentos internos do grupo que chegaram a jornais bascos mostram que a estratégia do ETA consiste em criar um clima de terror a fim de pressionar o governo a concordar com a independência da região basca.

  • Leia mais no especial do ETA.
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