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26/11/2000
-
08h18
da Folha de S.Paulo
do "The New York Times
O vice-presidente Al Gore está tentando angariar apoio dentro do Partido Democrata para prosseguir a luta pela Presidência dos EUA caso não consiga, com a recontagem manual dos votos, ultrapassar George W. Bush, candidato republicano, na Flórida.
O resultado da recontagem manual no Estado, que define o vencedor das eleições presidenciais de 7 de novembro, deve ser anunciado hoje pela secretária de Estado da Flórida, a republicana Katherine Harris.
Os republicanos tentam forçar Gore a reconhecer a derrota caso Bush fique à frente na contagem de votos. Gore já anunciou que vai contestar o resultado final se perder pela terceira vez -houve duas apurações mecânicas antes da atual recontagem manual.
Cresce a resistência entre membros de seu partido e entre a população dos EUA a uma nova contestação caso a recontagem volte a indicar a vitória de Bush.
Nos últimos dias, disseram assessores de Gore, o vice-presidente dos EUA entrou em contato com vários democratas influentes, incluindo o ex-presidente Jimmy Carter, os senadores Bob Kerrey, Bob Graham e Jack Reed, o ex-senador George J. Mitchell, o ex-governador de Nova York Mario Cuomo e o reverendo Jesse Jackson. A intenção é garantir apoio a uma nova contestação do resultado das eleições.
Aos aliados que têm questionado nos últimos dias se a vitória ainda é possível e se o partido corre o risco de alienar o público ao prosseguir com uma causa que alguns dão como perdida, sua mensagem básica é: "Não desistam".
Gore argumenta que a maior parte da população da Flórida pretendia votar nele, não em Bush. Com os republicanos apresentando uma frente unificada, o temor de Gore é que, se os democratas pedirem publicamente que ele desista de seus esforços, norte-americanos cansados da indefinição eleitoral comecem a se colocar contra ele, gerando intensa pressão para que ele recue.
Gore esperava, com a recontagem manual, ultrapassar Bush. O republicano tem vantagem de 930 votos após duas contagens mecânicas. Com as contagens manuais em andamento nos condados de Broward e Palm Beach, Gore tinha tido, até o fechamento desta edição, um ganho de 206 votos, segundo dados não oficiais, reduzindo a vantagem de Bush a 724.
A Flórida tem até o dia 12 de dezembro para oficializar o resultado das eleições presidenciais e até o dia 18 para definir seus 25 delegados dos 538 que formam o Colégio Eleitoral dos EUA -o órgão que irá escolher, de fato, o novo presidente do país, em 18 de dezembro. O eleito toma posse em 20 de janeiro.
Quem vencer na Flórida vence no país, pois terá os 25 delegados do Estado e obterá a maioria de 270 no Colégio Eleitoral. Gore tem hoje 267 votos no Colégio Eleitoral, contra 246 de Bush.
Anteontem, a Suprema Corte dos EUA anunciou que vai ouvir argumentos, na próxima sexta-feira, sobre um recurso de Bush para desconsiderar o resultado da recontagem manual na Flórida.
Relações públicas
"A questão geral é a seguinte: Nós precisamos permanecer unidos", disse o deputado democrata Robert Wexler, da Flórida, que declarou estar em contato constante com o candidato a vice de Al Gore, o senador Joseph Lieberman. "Se houvesse um consenso de que Gore está tomando o caminho errado, isso, sim, seria um problema", afirmou Wexler.
Além dos apelos pessoais, Gore e seus assessores têm convocado aliados de peso, como o ex-governador Cuomo, que levou a questão à TV, e Carter.
O papel dessas figuras é contrabalançar republicanos que passaram a integrar o arsenal de relações públicas de Bush, como o ex-senador Bob Dole, adversário de Bill Clinton nas eleições de 1996.
Assessores de Gore disseram que seu partido pretende punir democratas que questionam a possibilidade de o vice-presidente dos EUA vir a substituir Clinton.
Os esforços intensos de Gore e de seus assessores colocam em evidência uma vantagem crucial de Bush: os republicanos estão muitos mais unidos em torno do apoio a seu candidato do que os democratas estão em torno de Gore. Embora os democratas não estejam criticando abertamente o vice-presidente, há muito mais agitação em seu partido do que entre os republicanos sobre como proceder na disputa eleitoral.
Uma das explicações para a falta de apoio mais consistente a Gore é que ele não é tão popular em seu partido quanto Bush é no seu. Muitos democratas no Congresso não o vêem como particularmente simpático a seus interesses. Alguns, reservadamente, demostraram irritação com a sua falta de empenho na campanha.
Leia mais no especial Eleições nos EUA
Gore tenta manter apoio a contestação
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do "The New York Times
O vice-presidente Al Gore está tentando angariar apoio dentro do Partido Democrata para prosseguir a luta pela Presidência dos EUA caso não consiga, com a recontagem manual dos votos, ultrapassar George W. Bush, candidato republicano, na Flórida.
O resultado da recontagem manual no Estado, que define o vencedor das eleições presidenciais de 7 de novembro, deve ser anunciado hoje pela secretária de Estado da Flórida, a republicana Katherine Harris.
Os republicanos tentam forçar Gore a reconhecer a derrota caso Bush fique à frente na contagem de votos. Gore já anunciou que vai contestar o resultado final se perder pela terceira vez -houve duas apurações mecânicas antes da atual recontagem manual.
Cresce a resistência entre membros de seu partido e entre a população dos EUA a uma nova contestação caso a recontagem volte a indicar a vitória de Bush.
Nos últimos dias, disseram assessores de Gore, o vice-presidente dos EUA entrou em contato com vários democratas influentes, incluindo o ex-presidente Jimmy Carter, os senadores Bob Kerrey, Bob Graham e Jack Reed, o ex-senador George J. Mitchell, o ex-governador de Nova York Mario Cuomo e o reverendo Jesse Jackson. A intenção é garantir apoio a uma nova contestação do resultado das eleições.
Aos aliados que têm questionado nos últimos dias se a vitória ainda é possível e se o partido corre o risco de alienar o público ao prosseguir com uma causa que alguns dão como perdida, sua mensagem básica é: "Não desistam".
Gore argumenta que a maior parte da população da Flórida pretendia votar nele, não em Bush. Com os republicanos apresentando uma frente unificada, o temor de Gore é que, se os democratas pedirem publicamente que ele desista de seus esforços, norte-americanos cansados da indefinição eleitoral comecem a se colocar contra ele, gerando intensa pressão para que ele recue.
Gore esperava, com a recontagem manual, ultrapassar Bush. O republicano tem vantagem de 930 votos após duas contagens mecânicas. Com as contagens manuais em andamento nos condados de Broward e Palm Beach, Gore tinha tido, até o fechamento desta edição, um ganho de 206 votos, segundo dados não oficiais, reduzindo a vantagem de Bush a 724.
A Flórida tem até o dia 12 de dezembro para oficializar o resultado das eleições presidenciais e até o dia 18 para definir seus 25 delegados dos 538 que formam o Colégio Eleitoral dos EUA -o órgão que irá escolher, de fato, o novo presidente do país, em 18 de dezembro. O eleito toma posse em 20 de janeiro.
Quem vencer na Flórida vence no país, pois terá os 25 delegados do Estado e obterá a maioria de 270 no Colégio Eleitoral. Gore tem hoje 267 votos no Colégio Eleitoral, contra 246 de Bush.
Anteontem, a Suprema Corte dos EUA anunciou que vai ouvir argumentos, na próxima sexta-feira, sobre um recurso de Bush para desconsiderar o resultado da recontagem manual na Flórida.
Relações públicas
"A questão geral é a seguinte: Nós precisamos permanecer unidos", disse o deputado democrata Robert Wexler, da Flórida, que declarou estar em contato constante com o candidato a vice de Al Gore, o senador Joseph Lieberman. "Se houvesse um consenso de que Gore está tomando o caminho errado, isso, sim, seria um problema", afirmou Wexler.
Além dos apelos pessoais, Gore e seus assessores têm convocado aliados de peso, como o ex-governador Cuomo, que levou a questão à TV, e Carter.
O papel dessas figuras é contrabalançar republicanos que passaram a integrar o arsenal de relações públicas de Bush, como o ex-senador Bob Dole, adversário de Bill Clinton nas eleições de 1996.
Assessores de Gore disseram que seu partido pretende punir democratas que questionam a possibilidade de o vice-presidente dos EUA vir a substituir Clinton.
Os esforços intensos de Gore e de seus assessores colocam em evidência uma vantagem crucial de Bush: os republicanos estão muitos mais unidos em torno do apoio a seu candidato do que os democratas estão em torno de Gore. Embora os democratas não estejam criticando abertamente o vice-presidente, há muito mais agitação em seu partido do que entre os republicanos sobre como proceder na disputa eleitoral.
Uma das explicações para a falta de apoio mais consistente a Gore é que ele não é tão popular em seu partido quanto Bush é no seu. Muitos democratas no Congresso não o vêem como particularmente simpático a seus interesses. Alguns, reservadamente, demostraram irritação com a sua falta de empenho na campanha.
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