Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/11/2000 - 20h36

Lentidão eleitoral deixa Bush "frustrado''

Publicidade

da Reuters
em Austin

A equipe da campanha de George W. Bush funcionou como um relógio. Agora, o governador do Texas está parado no que ele mesmo chamou de limbo.

``Falei com ele ontem e ele está frustrado'', disse ontem a governadora de New Jersey, Christine Todd Whitman.

``Acho que ele está numa posição terrivelmente difícil e está tentando fazer o melhor sem exageros para declarar-se presidente.''

Mas a decisão final da Suprema Corte sobre a disputa entre Bush e o democrata Al Gore só sairá na sexta-feira (01).

Depois de anunciar a vitória na Flórida, no domingo (26), o que lhe garantiu os votos necessários no Colégio Eleitoral que elegerá o próximo presidente dos Estados Unidos, Bush nomeou seus principais assessores de transição e deixou o público saber que estava pronto para indicar os membros de seu gabinete.

Foi o máximo que pode fazer. Pediu para a equipe chamá-lo de governador, e não de presidente eleito, e para que todos continuassem ``humildes e bondosos.''

Bush passou a semana isolado em seu rancho no Texas, que fica a duas horas de viagem da cidade de Austin.

A diretora de comunicação de sua campanha, Karen Hughes, disse que a equipe lidou nas últimas três semanas com sentimentos de frustração e encanto, mas descreveu o chefe como uma ``rocha sólida''.

``Ele tem sido o mais forte entre nós'', disse ela. ``Esses dias têm sido uma montanha russa, mas ele permaneceu muito tranquilo, muito firme.''

Essa é a imagem que Bush gostaria de ter entre os norte-americanos. Um homem em paz, pescando no rancho ``Prairie Chapel'', cortando madeira e fazendo churrasco de hambúrguer enquanto seus advogados lutavam na Flórida por seu futuro político.

``Ele quer ir adiante'', disse Whitman. ``Quer ir adiante com a transição para começar o governo no dia 20 de janeiro... mas não pode, porque ainda não é o presidente eleito.''

A campanha de Bush, que durou 18 meses, foi um modelo de ordem, foco e disciplina.

O governador sabia que paciência nunca é demais. É um homem apaixonado pela pontualidade e pelos compromissos, apesar das críticas que recebeu por ter passado muitos dias em sua fazenda durante a campanha presidencial.

Se o calendário dizia que ele estaria em tal lugar a certa hora, ele estava. Quando havia problema, Bush sabia contornar.

Num jantar com doadores em Detroit, os discursos se arrastaram além do horário. Quando chegou sua vez de falar, Bush disse: ''Imagino que o prato principal ainda não foi servido. É um bom sinal para vocês. Significa que terão um pronunciamento curto''. E tiveram: 15 minutos.

Hughes compara a lentidão pós eleitoral a uma maratona sem linha de chegada.

``Você acha que há um linha de chegada e, quando cruza, alguém diz 'não terminou, continue correndo e nós avisaremos quando puder parar'.''
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página