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04/12/2000
-
12h35
da Reuters
em Santiago
O comandante-chefe da Marinha do Chile afirmou que a prisão do ex-ditador Augusto Pinochet, ordenada pela Justiça, reinava o clima de reconciliação no país e fazia renascer as velhas diferenças em torno do regime militar liderado pelo hoje general da reserva entre 1973 e 1990.
Em meio à clara preocupação dos militares, a TV chilena mostrou pela primeira vez imagens de Pinochet, caminhando em sua residência de praia. O general ainda não foi comunicado oficialmente de sua prisão domiciliar.
O juiz Juan Guzmán, que tem em suas mãos 183 denúncias criminais contra o ex-ditador, resolveu determinar na quinta-feira (30) a prisão de Pinochet, 85, na qualidade de co-autor e mentor intelectual de homicídios e sequestros realizados durante seu governo.
"Diria que voltamos a um pântano do qual caminhávamos para nos libertar", disse o almirante Jorge Arancibia, comandante-chefe da Marinha, em uma entrevista publicada no domingo pelo jornal "El Mercurio".
"O resultado é extremamente grave para os propósitos de superar a conjuntura confrontacional, que tão lamentavelmente vem desgastando a sociedade chilena", acrescentou o militar.
As acusações contra Pinochet giram em torno do assassinato ou desaparecimento de 77 pessoas, vítimas da chamada "Caravana da Morte", uma comitiva militar que percorreu o país em 1973 matando opositores à ditadura.
O juiz Guzmán afirmou no domingo que não havia sido alvo de pressões políticas antes de sua decisão de processar Pinochet, algo ocorrido no procedimento judicial prévio, que tirou do general sua imunidade parlamentar, a que tinha direito na qualidade de senador vitalício.
Mais de 3.000 pessoas morreram ou desapareceram durante o regime encabeçado por Pinochet, iniciado por um golpe de Estado em 1973 e concluído em março de 1990.
Se a prisão do ex-mandatário se concretizar, Pinochet será detido pela segunda vez desde que deixou o poder. Entre outubro de 1998 e março deste ano, o general ficou detido em Londres, Reino Unido, a pedido da Justiça espanhola.
Ele acabou libertado pelo governo britânico devido a seu estado de saúde, considerado frágil.
Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
Chefe da Marinha chilena critica processo contra Pinochet
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O comandante-chefe da Marinha do Chile afirmou que a prisão do ex-ditador Augusto Pinochet, ordenada pela Justiça, reinava o clima de reconciliação no país e fazia renascer as velhas diferenças em torno do regime militar liderado pelo hoje general da reserva entre 1973 e 1990.
Em meio à clara preocupação dos militares, a TV chilena mostrou pela primeira vez imagens de Pinochet, caminhando em sua residência de praia. O general ainda não foi comunicado oficialmente de sua prisão domiciliar.
O juiz Juan Guzmán, que tem em suas mãos 183 denúncias criminais contra o ex-ditador, resolveu determinar na quinta-feira (30) a prisão de Pinochet, 85, na qualidade de co-autor e mentor intelectual de homicídios e sequestros realizados durante seu governo.
"Diria que voltamos a um pântano do qual caminhávamos para nos libertar", disse o almirante Jorge Arancibia, comandante-chefe da Marinha, em uma entrevista publicada no domingo pelo jornal "El Mercurio".
"O resultado é extremamente grave para os propósitos de superar a conjuntura confrontacional, que tão lamentavelmente vem desgastando a sociedade chilena", acrescentou o militar.
As acusações contra Pinochet giram em torno do assassinato ou desaparecimento de 77 pessoas, vítimas da chamada "Caravana da Morte", uma comitiva militar que percorreu o país em 1973 matando opositores à ditadura.
O juiz Guzmán afirmou no domingo que não havia sido alvo de pressões políticas antes de sua decisão de processar Pinochet, algo ocorrido no procedimento judicial prévio, que tirou do general sua imunidade parlamentar, a que tinha direito na qualidade de senador vitalício.
Mais de 3.000 pessoas morreram ou desapareceram durante o regime encabeçado por Pinochet, iniciado por um golpe de Estado em 1973 e concluído em março de 1990.
Se a prisão do ex-mandatário se concretizar, Pinochet será detido pela segunda vez desde que deixou o poder. Entre outubro de 1998 e março deste ano, o general ficou detido em Londres, Reino Unido, a pedido da Justiça espanhola.
Ele acabou libertado pelo governo britânico devido a seu estado de saúde, considerado frágil.
Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
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