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06/12/2000 - 17h42

Suprema Corte da Flórida decide amanhã se aceita recurso de Gore

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LIGIA BRASLAUSKAS
da Folha online

A Suprema Corte da Flórida decide amanhã, a partir das 10h (13h em Brasília), se aceita estudar o recurso do candidato democrata à Presidência dos EUA, Al Gore, que questiona a decisão do juiz N. Sanders Sauls de não permitir a recontagem manual de 14 mil votos que são disputados no Estado. Sauls julgou não haver provas suficientes contra a legalidade da votação na Flórida para ordenar a recontagem dos votos.

A equipe da Suprema Corte da Flórida designada para o caso, formada por sete juízes _seis deles democratas_, ouvirá os argumentos dos advogados de Gore e do candidato republicano George W. Bush, por 30 minutos cada. A decisão da Suprema Corte deve ser divulgada após a apresentação dos argumentos dos dois candidatos.

Caso a decisão dos juízes seja a de estudar a petição de Gore e o veredicto confirme a posição tomada por Sauls _o que os juristas norte-americanos acreditam ser mais provável_, Bush poderá ser anunciado oficialmente como o novo presidente dos Estados Unidos até o fim-de-semana _já que Gore, por meio de seu candidato a vice, Joseph Lieberman, disse que o "julgamento definitivo seria da Suprema Corte da Flórida e que não haveria outras apelações".

Mas, na verdade, não é bem assim. Ontem, Gore afirmou várias vezes que, apesar das dificuldades, estava otimista quanto a suas chances de vencer a eleição. Ele disse isso pensando, obviamente, em dois processos judiciais que estão sendo analisados hoje e que poderiam mudar o cenário atual dos votos.

Hoje, dois juízes do condado de León, em Tallahassee, começaram a julgar a validade de 25 mil votos que foram creditados a Bush.

Em Seminole, a juíza Nikki Clark começou suas atividades negando um pedido dos republicanos: a instalação de um jurado para decidir o caso. Ela disse que "não havia razão nenhuma para a participação de um jurado e que ela, por lei, poderia decidir o caso", segundo as agências internacionais.

Na semana passada, Nikki já havia negado um pedido dos republicanos para que fosse interrompido o julgamento e que fosse escolhido outro juiz.

Os votos do condado estão sendo questionados porque os democratas alegam que houve manipulação por parte dos republicanos. Segundo eles, os votos enviados por correio teriam sido alterados por um funcionário republicano que teve acesso às cédulas por várias horas enquanto esteve sozinho.

Os republicanos reconhecem o fato de partidários republicanos terem tido acesso livre às cédulas enviadas por correio, mas dizem que não houve fraude e que as razões apresentadas pelos democratas não seriam suficientes para invalidar os votos.

Se os votos fossem anulados (10 mil foram creditados a Bush e 5.000, a Gore) e debitados da vantagem que Bush tem sobre o democrata, Gore ultrapassaria o republicano em cerca de 5.000 votos e reverteria o resultado a seu favor.

No condado de Martin, o juiz Terry Lewis avalia um caso parecido. Mas, lá, os democratas afirmam que cerca de 10 mil votos enviados por correio teriam ficado por mais de uma semana em um escritório eleitoral de Bush.

Como a diferença de votos entre os dois candidatos é muito pequena (537 votos a favor de Bush), qualquer decisão nesses dois condados é muito importante, embora tanto os democratas como os republicanos ainda possam apelar da decisão e levar o veredicto final à Suprema Corte da Flórida.

O prazo final para isso seria o dia 12 de dezembro, quando a Flórida tem de apontar oficialmente seus 25 eleitores no Colégio Eleitoral. O vencedor da eleição popular na Flórida conseguirá os votos suficientes para conquistar a Presidência na eleição indireta, que ocorre no dia 18 de dezembro.



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