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14/12/2000
-
07h22
da Folha de S.Paulo
O democrata Al Gore foi o vencedor moral ou o pior perdedor do século? Indícios de uma vitória moral não faltam. Embora tenha perdido as eleições, Gore teve, na votação popular, mais de 300 mil votos a mais que seu adversário, num universo de 100 milhões de eleitores. É a primeira vez em 112 anos que um candidato perde as eleições nos EUA mesmo tendo sido mais votado.
"Eleições apertadas geralmente permitem a candidatos derrotados um retorno à cena política", disse Charles Jones, pesquisador do Instituto Brookings, em Washington.
Em 1960, o vice-presidente Richard Nixon (republicano) sobreviveu à derrota para o democrata John Kennedy, por uma diferença de cerca de 115 mil votos (há controvérsia sobre o resultado final da votação). Nixon venceu as eleições presidenciais oito anos depois e ainda se reelegeu em 1972.
Por esse raciocínio, Gore obteve cacife político para pleitear a nomeação democrata para as eleições de 2004.
Mas uma outra hipótese, não tão favorável a Gore, também é possível. Por uma decisão pessoal, Gore decidiu contestar o resultado das eleições. Em parte por causa de sua insistência pessoal, a definição das eleições atrasou mais de um mês. A maioria dos norte-americanos considerou exagerada essa insistência.
Na verdade, embora não digam abertamente, parcelas importantes do Partido Democrata acreditam que Gore tenha conduzido uma campanha ineficiente e que seu desempenho nos debates eleitorais pela televisão tenha sido desastroso.
É verdade que coube a Gore a tarefa de sair da sombra de Bill Clinton, sob a qual ficou durante oito anos, evitando herdar o custo político do processo de impeachment contra o presidente.
No entanto Gore foi incapaz de se beneficiar eleitoralmente da prosperidade econômica recorde dos EUA e do fato de ter sido um dos vice-presidentes mais ativos da história norte-americana.
Considerado pedante e artificial por parte dos eleitores, Gore não conseguiu ampliar a base de apoio democrata sem Clinton.
A partir de 20 de janeiro, Gore ficará sem emprego. Entre suas opções políticas estão tentar voltar ao Senado em 2002 ou à Casa Branca em 2004.
(MARCIO AITH)
"Campeão moral", Gore pode voltar em 2004
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O democrata Al Gore foi o vencedor moral ou o pior perdedor do século? Indícios de uma vitória moral não faltam. Embora tenha perdido as eleições, Gore teve, na votação popular, mais de 300 mil votos a mais que seu adversário, num universo de 100 milhões de eleitores. É a primeira vez em 112 anos que um candidato perde as eleições nos EUA mesmo tendo sido mais votado.
"Eleições apertadas geralmente permitem a candidatos derrotados um retorno à cena política", disse Charles Jones, pesquisador do Instituto Brookings, em Washington.
Em 1960, o vice-presidente Richard Nixon (republicano) sobreviveu à derrota para o democrata John Kennedy, por uma diferença de cerca de 115 mil votos (há controvérsia sobre o resultado final da votação). Nixon venceu as eleições presidenciais oito anos depois e ainda se reelegeu em 1972.
Por esse raciocínio, Gore obteve cacife político para pleitear a nomeação democrata para as eleições de 2004.
Mas uma outra hipótese, não tão favorável a Gore, também é possível. Por uma decisão pessoal, Gore decidiu contestar o resultado das eleições. Em parte por causa de sua insistência pessoal, a definição das eleições atrasou mais de um mês. A maioria dos norte-americanos considerou exagerada essa insistência.
Na verdade, embora não digam abertamente, parcelas importantes do Partido Democrata acreditam que Gore tenha conduzido uma campanha ineficiente e que seu desempenho nos debates eleitorais pela televisão tenha sido desastroso.
É verdade que coube a Gore a tarefa de sair da sombra de Bill Clinton, sob a qual ficou durante oito anos, evitando herdar o custo político do processo de impeachment contra o presidente.
No entanto Gore foi incapaz de se beneficiar eleitoralmente da prosperidade econômica recorde dos EUA e do fato de ter sido um dos vice-presidentes mais ativos da história norte-americana.
Considerado pedante e artificial por parte dos eleitores, Gore não conseguiu ampliar a base de apoio democrata sem Clinton.
A partir de 20 de janeiro, Gore ficará sem emprego. Entre suas opções políticas estão tentar voltar ao Senado em 2002 ou à Casa Branca em 2004.
(MARCIO AITH)
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