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14/12/2000 - 15h17

Papa condena nacionalismo e a xenofobia em mensagem de paz

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da France Presse
na Cidade do Vaticano

O papa João Paulo 2º condenou firmemente o nacionalismo, o racismo e a xenofobia em mensagem que divulgará por ocasião da Jornada Mundial da Paz, no dia 1º de janeiro de 2001, informou hoje o Vaticano.

De acordo com a tradição, o papa entregará a mensagem a partir de amanhã a todas as pessoas que o visitarem, entre elas ao líder da extrema direita austríaca Joerg Haider, a quem receberá sábado (16).

Na mensagem dedicada este ano ao diálogo entre as culturas, o papa João Paulo 2º destaca que "o amor pela pátria é um valor que precisa ser cultivado, mas sem uma visão estreita, derramando este amor ao mesmo tempo por toda a humanidade, evitando as manifestações patológicas que surgem quando o espírito de pertinência tende a se acentuar e a exaltar-se a si próprio, a excluir os diferentes, o que leva a nacionalismos, racismos e xenofobia".

O papa receberá Haider sábado junto com uma delegação da Província da Caríntia, que lhe entregará oficialmente um enorme pinheiro de Natal, que acaba de ser instalado na Praça São Pedro.

Haider criticou ontem a política italiana sobre imigração, a qual chamou de permissiva e laxista. "Com crescente preocupação assistimos a polêmicas asseverações de algumas identidades culturais contra outras culturas", afirma o Santo Padre em sua mensagem.

O papa pede novamente que os imigrantes sejam "sempre tratados com o respeito e a dignidade que merece toda a pessoa humana, sendo acolhidos como deve ser todo ser humano".

Para o papa é preciso defender o patrimônio fundamental de uma cultura, "como a língua, as tradições e os valores que em geral se identificam com uma nação e com o sentido de 'pátria'".

Enquanto o Vaticano divulgava a mensagem do Papa, Haider declarava a um jornal italiano, "Corriere della Sera", que tinha as mesmas posições do papa no que diz respeito à imigração.

Na mensagem, João Paulo 2º alerta contra "os modelos culturais do Ocidente" que "revelam, com maior evidência, um empobrecimento progressivo no campo humanitário, espiritual e moral".

O papa deseja que o diálogo entre as culturas fomente o respeito pela vida, sem o que não se poderia trabalhar eficazmente em favor da paz.

Nesse sentido o papa denuncia a "trágica espiral da morte" que implica "homicídios, suicídios, abortos, eutanásia, prisões arbitrárias, recursos à pena de morte, às deportações, ao escravismo, à prostituição, à compra e à venda de mulheres e crianças, assim como a práticas irresponsáveis do tipo genético, como a clonagem e a utilização de embriões humanos para a investigação".
 

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