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16/12/2000 - 09h53

Papa recebe o líder da extrema-direita austríaca Joerg Haider

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das agências internacionais
no Vaticano

O Papa João Paulo II recebeu este sábado o líder da extrema-direita austríaca, Joerg Haider, que chegou acompanhado por uma delegação da província de Caríntia e presenteou o Sumo Pontífice com uma árvore de Natal montada na praça de São Pedro.

Durante o encontro, o Papa transmitiu ao líder austríaco mensagem que condena toda forma de racismo e xenofobia.

Haider é do Partido da Liberdade, radica, e integra a base de governo austríaco, o que levou a União Européia a congelar temporariamente as relações com a Áustria.

Cercado por vários agentes da polícia, jornalistas e fotógrafos, Haider chegou ao Vaticano com uma delegação de 250 membros, entre eles músicos e cantores vestidos com trajes típicos.

No protesto, manifestantes afirmavam que uma figura que simboliza o racismo não pode ser recebida pelo Papa. A Praça de São Pedro, no Vaticano, teve segurança reforçada hoje.

Como aconteceu ontem, quando saiu às ruas da cidade, Haider fez algumas declarações polêmicas, como, por exemplo, em relação ao fato dos comerciantes judeus de Roma apagarem as luzes em protesto por sua visita. "Se eles quiserem economizar energia, isso é assunto deles".

A árvore de Natal armada na praça de São Pedro será iluminada na tarde deste sábado por Haider, acompanhado pela delegação e pelo coral e orquestra de Caríntia.

Todo ano, o Papa recebe uma árvore de uma região da Europa e este ano, foi a vez de Caríntia, na Áustria, e que faz fronteira com a Itália no lado noroeste. Haider é atualmente governador da província de Caríntia, ao sul da Áustria.

Em protesto contra a visita, cerca de 1.000 estudantes colegiais marcharam pelo centro da estação de Termini em direção a Praça Venezia, o local do túmulo italiano de um soldado desconhecido.

Grupos esquerdistas, políticos, a comunidade judaica, partidários da Segunda Guerra Mundial e associações gays também planejam realizar manifestações contra a presença de Haider em Roma.

Um grupo disse que iria tentar fazer um bloqueio de seis por quatro metros da árvore de Natal, em uma alusão ao campo de concentração nazista em Auschwitz. Já grupos de extrema-direita disseram que realizariam manifestações contrárias.

Armada, a polícia italiana, carabineiros e oficiais montaram um forte esquema de segurança em volta do Vaticano, comparável somente às visitas de figuras como o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o presidente de Cuba, Fidel Castro e o último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev.
 

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