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17/12/2000 - 19h33

Bush faz novo gesto político para negros dos EUA

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da France Presse
em Austin (EUA)

Condoleezza Rice, uma afro-americana, foi nomeada ao cargo-chave de conselheira de Segurança Nacional, depois da escolha do general negro Colin Powell como secretário de Estado, em um novo gesto que vai em direção ao descontentamento da comunidade negra dos Estados Unidos, cujos dirigentes continuam fazendo oposição ao presidente eleito, George W Bush.

A nomeação de Powell -general aposentado e herói da guerra do Golfo- foi a a manchetes dos principais jornais norte-americanos, que ressaltaram sua experiência em política exterior, um terreno no qual Bush não possui
competência reconhecida.

Porém, a imprensa também destacou que se trata do primeiro negro a ocupar esse cargo.

Ao agradecer a Bush no sábado, o próprio Powell lembrou esse precedente.
"Será uma inspiração para os jovens afro-americanos", disse.

Fiel a suas promessas de campanha, Bush vai recorrer a outros integrantes de minorias étnicas, entre eles Rice, uma universitária especializada na Rússia que já trabalhou na equipe do ex-presidente George Bush (1988-92), e um latino, Al Gonzáles, como conselheiro da Casa Branca.

Vários dirigentes negros destacaram no domingo de manhã, durante debates na televisão, que Bush será julgado por sua política interior por parte dos eleitores negros, que nas eleições de 7 de novembro votaram em seu rival democrata, Al Gore, numa proporção de nove para um.

"Tenho o maior respeito pelo general Powell e por Condoleezza Rice, mas
isso não basta", disse Harold Fox, deputado democrata de Tennessee.
Porém, mais direto foi o pastor Jesse Jackson, militante dos direitos
cívicos dos negros.

"Podem se permitir perder uma eleição, mas não podem perder o direito ao
voto", disse para a rede de televisão NBS ao se dirigir aos negros para
denunciar novamente uma série de "fraudes eleitorais" contra a comunidade negra da Flórida.

Jackson, que telefonou para Bush na quinta-feira passada, todavia não
reconhece a legitimidade de Bush, eleito segundo afirma, graças à parcialidade da Suprema Corte dos Estados Unidos.

"Aceito sua legalidade, mas sua legitimidade virá do apoio dos governados", afirmou.

Além disso, ele acrescentou que Gore ganhou a maioria dos votos populares e se uma recontagem provar que também venceu na Flórida, "a nação estará em terra de ninguém".

Andrew Card, nomeado chefe de Estado Maior da Casa Branca, desmentiu que as nomeações de Powell e Rice seriam para cortejar o eleitorado negro. "O presidente eleito Bush quer as pessoas mais competentes", afirmou, acrescentando que o novo chefe de Estado quer realizar as reformas educativas e de financiamento eleitoral que os negros desejam.

Bush será confirmado como presidente na segunda-feira pelo Colégio
Eleitoral, onde conta com 271 eleitores em um total de 538.
 

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