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19/12/2000 - 01h26

Parlamento israelense rejeita dissolução e eleições antecipadas

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da France Presse
em Jerusalém

O Parlamento israelense rejeitou na segunda-feira (18), depois de um debate de mais de 14 horas, a sua dissolução e a realização de eleições antecipadas, impondo uma severa derrota ao ex-premier de direita Benjamin Netanyahu.

A decisão significa que os israelenses votarão apenas para designar o novo primeiro-ministro de Israel, na eleição que será realizada em 6 de fevereiro do próximo ano.

A proposta, que havia sido aprovada na primeira votação no dia 28 de
novembro, por maioria absoluta, foi rejeitada hoje na segunda votação por 69 votos a 49.

Com isso, a votação do Parlamento acrescenta as possibilidades -
consideradas mínimas - de que Barak se mantenha no poder, já que, salvo uma reviravolta nos acontecimentos, não terá de disputar as eleições com
Netanyahu, considerado favorito pelas pesquisas.

As últimas pesquisas de opinião, publicadas na sexta-feira, davam a
Netanyahu uma vantagem de 19 pontos sobre Barak, ou seja, 48% a 29%.

Netanyahu reafirmou nesta segunda-feira que não seria candidato a
primeiro-ministro contra Ehud Barak, se o Parlamento não aprovasse a sua
dissolução e a convocação de eleições legislativas antecipadas.

Segundo Netanyahu, "com o atual Parlamento, é impossível governar o país, já que os diversos grupos que o integram fazem e desfazem as coalizões de acordo com seus caprichos".

Se Netanyahu cumprir a palavra, o Likud, principal partido da oposição de direita, designará sem dúvida o seu líder Ariel Sharon como candidato ao cargo de primeiro-ministro.

Em teoria, Sharon seria um adversário menos difícil para Barak nas eleições programadas. O Likud realizará primárias nesta terça-feira para designar o seu candidato.

Minutos antes de rejeitar a autodissolução, o Parlamento aprovou a chamada "lei Netanyahu", que permite ao ex-premier candidatar-se à eleição de primeiro-ministro sem ser deputado.

Em uma declaração à TV israelense, Barak manifestou a sua satisfação com as duas votações, rejeitando as versões de que sua demissão teria sido uma "manobra" montada contra Netanyahu.

Barak destacou que votou pessoalmente a favor do texto que autoriza
qualquer cidadão a candidatar-se a primeiro-ministro no caso de renúncia do premier, mesmo não sendo deputado.

Até hoje à noite, Netanyahu não era elegível para o cargo de
primeiro-ministro, reservado unicamente para os deputados.

Netanyahu abdicou de sua vaga no Parlamento, assim como da direção do
Likud, devido à esmagadora derrota sofrida contra Barak.

Havia, entretanto, duas maneiras de ganhar sua elegibilidade: por meio da dissolução do Parlamento ou de uma emenda na lei eleitoral para permitir que fosse possível a candidatura ao cargo de primeiro-ministro mesmo de quem não fosse deputado.

Este era, aliás, o objetivo da "lei Netanyahu" votada hoje.
Este resultado já era, de certo modo, esperado desde a tarde de hoje,
quando o partido ultraortodoxo Shass, terceira força parlamentar com 17
deputados, decidiu votar contra a dissolução por medo de sofrer uma derrota nas eleições antecipadas, em benefício da direita moderada.
 

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