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21/12/2000 - 10h57

Erros do ETA poderão levar à desarticulação do "comando Barcelona"

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da France Presse
em Madri

As pistas deixadas e o material abandonado pelos "etarras" (membros do ETA) em sua precipitada fuga depois do assassinato de um policial ontem, em Barcelona (Nordeste da Espanha), poderão servir para a polícia identificar e desmantelar o comando Barcelona, um dos mais ativos da organização separatista basca ETA (Pátria Basca e Liberdade, em basco).

Juan Manuel Gervilla, o agente assassinado pelos etarras quando preparavam um atentado com carro-bomba, segundo fontes da luta antiterrorista espanhola, é a 23ª vítima da ETA desde o início deste ano. Ele foi morto quando tentava ajudar os dois homens que tinham o veículo parado por problemas mecânicos.

O carro, que continha 13,5 kg de explosivos, devia provavelmente explodir na passagem de alguma personalidade, segundo as mesmas fontes, e a ação do agente impediu o atentado.

A intervenção de Gervilla também obrigou os etarras a cometer erros e deixar pistas, segundo o ministro espanhol do Interior, Jaime Mayor Oreja.

Dessa forma, a polícia encontrou indícios e pistas digitais no veículo que não explodiu. Em sua fuga, os dois homens abandonaram também o tambor de um revólver parabellum, a arma tradicional da ETA que serviu para assassinar, em 21 de novembro passado, em Barcelona, o ex-ministro da Saúde Ernest Lluch.

Segundo investigadores, os indícios poderão conduzir à identificação e desmantelamento do comando Barcelona, o mais ativo do ETA, sobre o qual pesam também os assassinatos dos vereadores do Partido Popular (PP, conservador, no poder em Madri) José Luis Ruiz Casado e Francisco Cano.

Existe, além disso, uma dezena de testemunhas oculares do assassinato e o próprio Mayor Oreja deu uma descrição dos etarras.

A polícia foi colocada em estado de alerta máxima na região e as autoridades puseram um número telefônico à disposição dos habitantes para conseguir alguma informação. Um método que já mostrou sua eficácia, já que o comando Andaluzia do ETA foi desmantelado em parte graças ao "disque-denúncia".

A polícia analisa também as gravações das câmeras de vigilância de algumas lojas da zona onde foi cometido o assassinato e parece ter localizado um terceiro suspeito, uma mulher, possível componente do comando, que completaria a organização tradicional das estruturas ativas do ETA.

Segundo um balanço do ministério do Interior, 792 pessoas, civis e militares, morreram em atentados do ETA desde que a organização armada - que reivindica um País Basco independente que inclua bascos, espanhóis e franceses - pegou em armas, em 1968.


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