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27/12/2000 - 02h32

Fujimori já fala em retorno político

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AP

Trabalhador lê matéria em que Fujimori diz querer voltar à política

das agências internacionais

O presidente destituído do Peru, Alberto Fujimori, prometeu em artigo publicado hoje, no Japão, organizar a sua volta no cenário político, uma vez que, segundo ele, "é inocente das acusações de corrupção".

Fujimori, que foi deposto por "incapacidade moral" continua em auto-exílio em Tóquio desde novembro. Também escreveu que foi obrigado a pedir refúgio na 'pátria de seus antepassados por medida de segurança".

O ex-presidente sofreu um processo de impeachment. O Congresso peruano ignorou a sua carta de renúncia apresentada no Japão, no mês passado.

Fujimori revelou a sua vontade de retornar ao cargo de presidente do Peru, mas não disse quando organizaria sua volta ao país.

"Estou agora disposto a executar um programa político para fazer do Peru uma nação de verdadeira justiça e grandeza", escreveu Fujimori num artigo publicado em japonês e em inglês na primeira página do jornal "Yomiuri Shinbum".

O plano de Fujimori não inclui aparentemente uma volta rápida a Lima. Ele afirmou que um retorno agora estaria descartado.

"A perseguição política promovida pelo novo governo peruano traria risco de vida no momento", disse.

Desde o começo de dezembro, o governo japonês anunciou que Fujimori teria cidadania japonesa e, portanto, "poderia permanecer na pátria dos seus pais por tempo indeterminado".

A decisão de Tóquio provocou indignação entre os peruanos. As autoridades investigam as conexões de Fujimori com seu ex-chefe de inteligência e assessor político Vladimiro Montesinos, suspeito de ter lavado dinheiro e de ter extorquido políticos de oposição.

O ex-presidente peruano disse que só iniciará seu novo projeto político "quando se demonstrasse que as acusações contra ele não teriam fundamento".

Fujimori, destituído depois de dez anos de governo autoritário, utilizou a primeira das quatro partes de seu artigo no jornal japonês para atacar adversários políticos no Peru.

Acusou o seu sucessor interino Valentín Paniagua de montar "uma campanha de perseguição política com o pretexto de combater a corrupção".

O ex-presidente peruano afirma que o novo governo está promovendo "o renascimento da Inquisição Medieval em seu país"

"Hoje nada no Peru garante minha proteção judicial e política, já que não houve espaço para a defesa das acusações", afirmou.

Fujimori declarou que optou pelo exílio em terras japonesas para evitar que se alastrasse o conflito entre seus simpatizantes e seus inimigos. Ele disse que temia ser "vítima da violência nas ruas".

"Não podia descuidar da segurança de minha própria vida", disse.

Leia mais sobre o governo Fujimori

 

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