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28/12/2000 - 01h55

Fujimori considera Montesinos um "câncer"

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das agências internacionais

O presidente peruano deposto Alberto Fujimori disse nesta quinta-feira que seu ex-chefe de inteligência Vladimiro Montesinos foi um 'câncer" durante seu segundo mandato.

Fujimori, auto-exilado no Japão desde novembro, escreveu no diário Yomiuri que Montesinos ampliou discretamente sua influência. Mas o presidente deposto assumiu no artigo que não impediu a ação do seu assessor.

'Sou politicamente responsável por permitir o crescimento deste câncer", disse Fujimori referindo-se a Montesinos.

'Estava muito preocupado com os problemas econômicos e políticos do Peru para prestar atenção a corrupção dentro do governo".

Fujimori, cujo regime autoritário durou dez anos, foi destituído pelo Congresso no mês passado por 'incapacidade moral", graças aos escândalos de irregularidades cometidos por Montesinos, que apareceu na televisão extorquindo um político de oposição.

As autoridades peruanas acusam Montesinos de ter lavado dinheiro e de crime de suborno. Fujimori, que nega haver cometido qualquer delito, admitiu em outro artigo que gostaria de retornar ao cenário político no Peru.

O ex-presidente peruano afirmou que seu ex-colaborador foi um 'operador astuto que aproveitou a distração de seu chefe imediato".

Fujimori sugeriu em seus escritos que outros agentes -entre eles os Estados Unidos- foram também culpados pela ascensão do poder de Montesinos no Estado. Ele afirmou que ninguém advertiu sobre as operações ilícitas do então chefe de inteligência do país, que atuava no governo desde 1988.

O artigo de Fujimori é o segundo de uma série de quatro que o Yomiuri Shinbum vai publicar diariamente.

O presidente deposto disse que Montesinos tentou apresentar um quadro preocupante no Peru, caso a oposição assumisse o poder. Com este argumento, Fujimori receou de que os seus adversários políticos provocassem a sua renúncia.

O governo Fujimori permitiu que o ex-chefe de inteligência fosse exilado no Panamá. Montesinos foi visto somente no dia 29 de outubro, e, desde então, desconhece-se seu paradeiro.
 

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