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02/01/2001 - 13h45

Exército alemão admite 244 mulheres em suas unidades de combate

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da France Presse
em Berlim

Foram admitidas hoje 244 mulheres em unidades de combate das Forças Armadas alemãs, pela primeira vez desde a era nazista e depois de mais de 50 anos dedicados aos serviços de saúde e às bandas de música.

Entre elas, 42 ingressaram esta manhã nos quartéis de Augustdorf e Duelmen, em Renânia do Norte-Vestefália (Oeste do país), anunciou o Bundeswehr, Exército alemão.

Das 244 escolhidas, 151 entrarão na infantaria, 76 na aviação e 17 na marinha, informaram as mesmas fontes. Atualmente, cerca de 60 mulheres trabalham nas bandas de música e 4,35 mil nos serviços sanitários do Exército alemão.

Mas o Bundeswehr teve que abrir-lhes as portas para outros serviços, após o veredicto de janeiro de 2000 proferido pelo Tribunal Europeu de Justiça de Luxemburgo, ao qual se dirigiu a jovem engenheira Tanja Kreil, descontente por não ter sido contratada.

O tribunal considerou que a lei fundamental alemã de 1949, que proibia as mulheres de tomar as armas, era contrária à diretriz européia de 1976 sobre a igualdade de tratamento entre homens e mulheres. O artigo 12 de sua lei fundamental, que estipulava que as "mulheres não devem em nenhum caso ser empregadas em um serviço armado", foi modificado em dezembro passado, após uma votação no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão) e no Bundesrat (Câmara Alta).

No entanto, o serviço militar continua sendo opcional para as mulheres.

A longo prazo, o Ministério da Defesa considera que as mulheres representarão 10% dos membros das Forças Armadas. Desde julho passado, 1,9 mil mulheres solicitaram o ingresso no Bundeswehr. 594 mulheres já passaram nos exames de aptidão, das quais 447 foram admitidas.

Em outubro passado, o Exército anunciou que os oficiais receberiam instruções para prevenir o assédio sexual e "outros riscos" associados à proximidade das mulheres.

Stephan Dietrich Kretschmer, comandante do quartel militar de Koblenz (Sudoeste da Alemanha), onde acontecerão seminários especiais para mais de 200 oficiais, garantiu ter solicitado informações sobre o assunto às autoridades policiais alemãs, assim como a Forças Armadas estrangeiras.

A vice-ministra da Defesa, Brigitte Schulte, assegurou hoje que as Forças Armadas estavam "no caminho para a normalidade", mas disse que ainda falta muito tempo até que se alcance a igualdade entre homens e mulheres nestas instituições.
 

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