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04/01/2001
-
17h30
da France Presse
no Vaticano
João Paulo 2 "aconselhou" o general Augusto Pinochet, quando ele ainda era presidente do Chile, a renunciar ao cargo, revelou em entrevista à revista italiana Oggi o ortopedista do Papa, Gianfranco Fineschi.
Durante muitos anos, o dr. Fineschi era convidado para o almoço das quartas-feiras com o Santo Padre, que relatava durante a conversa seus encontros com personalidades de todo o mundo.
Segundo o médico, o papa lhe disse que "Pinochet, a quem aconselhei a renunciar, me contou que era católico e depois de nosso encontro tratou de atenuar os aspectos mais radicais do regime".
O general chileno nunca revelou o que lhe disse o papa na entrevista a sós que mantiveram poucas horas depois de o chefe da Igreja desembarcar em solo chileno, em 1987, convidado pelo então presidente de fato.
Pinochet só contou que no encontro agradeceu a mediação do Vaticano que, em 1978, evitou uma guerra iminente com a Argentina durante a disputa sobre a soberania do canal de Beagle.
Um ano depois da visita do papa, a ditadura chilena se abriu a um plebiscito, no qual o povo se recusou a manter o general no poder e que marcou o início do fim do regime, que terminou em 1990 depois de 17 anos.
A visita do papa ao Chile despertou forte polêmica na época, não tanto pela viagem, mas porque João Paulo 2 rezou na capela e acenou do balcão do Palácio de la Moneda -tristemente célebre porque ali morreu o presidente Salvador Allende derrotado por Pinochet-, aceitando que fosse fotografado com o ditador, fato que foi interpretado quase como uma aprovação à ditadura.
Em fevereiro de 1999, o Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Angelo Sodano, rompeu sua tradicional discrição ao declarar abertamente à imprensa que a hierarquia da igreja "esperava que terminasse a odisséia de Pinochet, porque ele tinha direito de regressar a seu país".
Em dezembro de 1998, dois meses depois da detenção do ex-general em Londres, o Vaticano admitiu ter realizado gestões para obter a libertação dele, sem se solidarizar com suas alegações de inocência.
Segundo o médico, João Paulo 2 recordou também durante as conversas o encontro com o general polonês Wojciech Jaruzelski, que "também era católico, mas que para o Exército Vermelho isso nada queria dizer".
"O único com quem não pude conversar foi Bill Clinton. Eu falava e ele olhava para outra parte, admirava os afrescos e os quadros. Não me ouvia" disse o papa ao médico.
O dr. Fineschi, conhecido ortopedista, operou João Paulo 2 em três ocasiões: em 1981, depois do atentado na Praça de São Pedro; em 1993, quando deslocou a clavícula devido a um tombo no banheiro e em 1994 para a instalação de uma prótese na cabeça do fêmur direito.
Papa contou a seu médico que aconselhou Pinochet a renunciar
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no Vaticano
João Paulo 2 "aconselhou" o general Augusto Pinochet, quando ele ainda era presidente do Chile, a renunciar ao cargo, revelou em entrevista à revista italiana Oggi o ortopedista do Papa, Gianfranco Fineschi.
Durante muitos anos, o dr. Fineschi era convidado para o almoço das quartas-feiras com o Santo Padre, que relatava durante a conversa seus encontros com personalidades de todo o mundo.
Segundo o médico, o papa lhe disse que "Pinochet, a quem aconselhei a renunciar, me contou que era católico e depois de nosso encontro tratou de atenuar os aspectos mais radicais do regime".
O general chileno nunca revelou o que lhe disse o papa na entrevista a sós que mantiveram poucas horas depois de o chefe da Igreja desembarcar em solo chileno, em 1987, convidado pelo então presidente de fato.
Pinochet só contou que no encontro agradeceu a mediação do Vaticano que, em 1978, evitou uma guerra iminente com a Argentina durante a disputa sobre a soberania do canal de Beagle.
Um ano depois da visita do papa, a ditadura chilena se abriu a um plebiscito, no qual o povo se recusou a manter o general no poder e que marcou o início do fim do regime, que terminou em 1990 depois de 17 anos.
A visita do papa ao Chile despertou forte polêmica na época, não tanto pela viagem, mas porque João Paulo 2 rezou na capela e acenou do balcão do Palácio de la Moneda -tristemente célebre porque ali morreu o presidente Salvador Allende derrotado por Pinochet-, aceitando que fosse fotografado com o ditador, fato que foi interpretado quase como uma aprovação à ditadura.
Em fevereiro de 1999, o Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Angelo Sodano, rompeu sua tradicional discrição ao declarar abertamente à imprensa que a hierarquia da igreja "esperava que terminasse a odisséia de Pinochet, porque ele tinha direito de regressar a seu país".
Em dezembro de 1998, dois meses depois da detenção do ex-general em Londres, o Vaticano admitiu ter realizado gestões para obter a libertação dele, sem se solidarizar com suas alegações de inocência.
Segundo o médico, João Paulo 2 recordou também durante as conversas o encontro com o general polonês Wojciech Jaruzelski, que "também era católico, mas que para o Exército Vermelho isso nada queria dizer".
"O único com quem não pude conversar foi Bill Clinton. Eu falava e ele olhava para outra parte, admirava os afrescos e os quadros. Não me ouvia" disse o papa ao médico.
O dr. Fineschi, conhecido ortopedista, operou João Paulo 2 em três ocasiões: em 1981, depois do atentado na Praça de São Pedro; em 1993, quando deslocou a clavícula devido a um tombo no banheiro e em 1994 para a instalação de uma prótese na cabeça do fêmur direito.
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