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05/01/2001
-
16h54
da Reuters
em Santiago
Alguns dias depois de os EUA terem aberto ao público o último lote de documentos secretos sobre suas operações durante a ditadura do general Augusto Pinochet no Chile, uma tira de quadrinhos do país traduziu o sentimento de muitos chilenos.
Na tira, um garoto pergunta: "Pai, você sabe como eu faço para entrar em contado com a Casa Branca (sede do governo norte-americano) ou com a CIA (agência de inteligência do país)?".
"Não tenho idéia, filho. Por quê?", pergunta por sua vez o pai.
"Porque tenho de escrever um trabalho sobre a história chilena", responde o filho.
A tira de quadrinhos é mais um ataque contra o governo norte-americano, que mandou que os documentos fossem abertos ao público em 1999, depois da prisão de Pinochet em Londres, Reino Unido.
Dois lotes foram divulgados naquele ano e um terceiro em novembro passado, menos de três semanas antes de um juiz ter decretado novamente a prisão do ditador, já de volta a seu país.
Os EUA embalaram sua roupa suja e a despacharam para o território chileno. Agora, sobre esses documentos, arquivados na livraria nacional de Santiago (capital) em uma sala pouco frequentada, acumula-se uma grossa camada de pó.
Os documentos de 1968 a 1991 contam como o Chile serviu de instrumento para a CIA em seu combate contra grupos de esquerda durante a Guerra Fria.
A divulgação do material forneceu provas embaraçosas sobre como o governo norte-americano ajudou a criar uma ditadura de 17 anos responsável pela morte de mais de 3.000 pessoas.
``Não podemos ignorar o fato de que esses documentos são a prova de uma clara e inaceitável intervenção dos EUA em nossos assuntos internos'', afirmou a chanceler do país, Soledad Alvear.
Mas os documentos, segundo Alejandro Salinas, da área de direitos humanos do Ministério das Relações Exteriores, não são novidade.
De um modo geral, eles reiteram o que já havia afirmado um relatório da Igreja Católica de 1975 e resumem uma investigação do Congresso dos EUA sobre o assunto.
Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
Chile se ressente da participação dos EUA em sua história
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em Santiago
Alguns dias depois de os EUA terem aberto ao público o último lote de documentos secretos sobre suas operações durante a ditadura do general Augusto Pinochet no Chile, uma tira de quadrinhos do país traduziu o sentimento de muitos chilenos.
Na tira, um garoto pergunta: "Pai, você sabe como eu faço para entrar em contado com a Casa Branca (sede do governo norte-americano) ou com a CIA (agência de inteligência do país)?".
"Não tenho idéia, filho. Por quê?", pergunta por sua vez o pai.
"Porque tenho de escrever um trabalho sobre a história chilena", responde o filho.
A tira de quadrinhos é mais um ataque contra o governo norte-americano, que mandou que os documentos fossem abertos ao público em 1999, depois da prisão de Pinochet em Londres, Reino Unido.
Dois lotes foram divulgados naquele ano e um terceiro em novembro passado, menos de três semanas antes de um juiz ter decretado novamente a prisão do ditador, já de volta a seu país.
Os EUA embalaram sua roupa suja e a despacharam para o território chileno. Agora, sobre esses documentos, arquivados na livraria nacional de Santiago (capital) em uma sala pouco frequentada, acumula-se uma grossa camada de pó.
Os documentos de 1968 a 1991 contam como o Chile serviu de instrumento para a CIA em seu combate contra grupos de esquerda durante a Guerra Fria.
A divulgação do material forneceu provas embaraçosas sobre como o governo norte-americano ajudou a criar uma ditadura de 17 anos responsável pela morte de mais de 3.000 pessoas.
``Não podemos ignorar o fato de que esses documentos são a prova de uma clara e inaceitável intervenção dos EUA em nossos assuntos internos'', afirmou a chanceler do país, Soledad Alvear.
Mas os documentos, segundo Alejandro Salinas, da área de direitos humanos do Ministério das Relações Exteriores, não são novidade.
De um modo geral, eles reiteram o que já havia afirmado um relatório da Igreja Católica de 1975 e resumem uma investigação do Congresso dos EUA sobre o assunto.
Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
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