Publicidade
Publicidade
10/01/2001
-
18h01
da France Presse
em Santiago
O estado de saúde do ex-ditador Augusto Pinochet, 85 anos, vem sendo afetado por várias enfermidades, que lhe provocam perda de memória e até depressões, entre outras sequelas, segundo antigos relatórios médicos.
A principal descrição da degeneração física de Pinochet é o relatório dos médicos britânicos John Grimley Evans, Michel J. Denham, e Andrew J, Lees, que o examinaram em Londres a pedido do governo do Reino Unido.
Durante uma viagem de negócios e lazer pela Europa no final de 1998, Pinochet foi em outubro para a capital inglesa para submeter-se a uma imprevista operação de coluna e, nessa ocasião, foi detido a pedido do juiz espanhol Baltasar Garzón, que solicitou sua extradição por crimes de lesa humanidade.
O governo de Tony Blair o liberou 503 dias depois, aceitando a opinião dos médicos, que descreveram o ex-governante como um decrépito incapaz de encarar um tribunal.
Por seu estado, Pinochet não poderia ser julgado no Reino Unido, "nem em nenhum outro país", comentou então o ministro do interior, Jack Straw.
Segundo os médicos britânicos, a degeneração intelectual do ex-ditador chileno o fazia esquecer o "passado remoto", devido a lapsos de memória e dificuldades de compreensão. "Não conserva vívida a lembrança dos acontecimentos" do passado, "como os ocorridos durante o regime militar" que liderou entre 1973 e 1990, segundo o informe.
O ex-ditador "tem um histórico médico muito complexo", mas atualmente sofre de dois problemas: uma "neuropatia periférica diabética e uma degeneração cérebro-vascular progressiva", disseram.
Segundo a família e pessoas amigas que o acompanharam durante a detenção em Londres, Pinochet sofreu desmaios, uma vez não reconheceu a própria mulher e, em momentos depressivos, teve uma crise de choro, segundo as versões da imprensa.
Pinochet "seria incapaz de acompanhar um julgamento com a lucidez necessária para dar instruções a seus advogados. Teria dificuldades na hora de entender o conteúdo e o significado das perguntas que fizessem a ele, e não compreenderia bem esta dificuldade", segundo o informe de Evans, Denham e Lees.
"Consideramos improvável uma melhora funcional considerável e contínua", concluíram os médicos britânicos, que mencionaram nesse momento que o ex-presidente tinha 16 enfermidades e tomava diariamente 11 medicamentos diferentes.
Segundo versões recentes do governo do Chile e do Exército, que Pinochet comandou por 25 anos até 1998, um de seus principais problemas atuais é o diabetes mellitus, doença agravada durante sua permanência no Reino Unido. Também registra danos cerebrais, atribuídos a microderrames vasculares.
O informe de Londres havia destacado que a degeneração cérebro-vascular manifestou-se parcialmente em hemorragias mínimas e em episódios isquêmicos transitórios, que causaram danos progressivos carentes de sintomas agudos.
"Há evidência clínica de danos no cérebro, incluindo lesões bilaterais nos tratos piramidais, que causam espasmos e que afetam os gânglios basais, produzindo quadros de parkinsonismo", disse.
A presença de reflexos primários indicam que foram produzidas lesões nos lóbulos frontais e o déficit de memória é compatível com danos bilaterais nas estruturas dos lóbulos temporais. As dificuldades na capacidade de compreensão são o resultado do debilitamento da memória.
Enquanto muitas lesões são atribuídas a áreas do cérebro irrigadas pela artéria basilar (que, segundo mostra o scanner cerebral, está calcificada), o dano nos lóbulos frontais indica uma lesão arterial mais generalizada, precisaram os médicos.
Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
Pinochet sofria de 16 enfermidades, dizem médicos ingleses
Publicidade
da France Presse
em Santiago
O estado de saúde do ex-ditador Augusto Pinochet, 85 anos, vem sendo afetado por várias enfermidades, que lhe provocam perda de memória e até depressões, entre outras sequelas, segundo antigos relatórios médicos.
A principal descrição da degeneração física de Pinochet é o relatório dos médicos britânicos John Grimley Evans, Michel J. Denham, e Andrew J, Lees, que o examinaram em Londres a pedido do governo do Reino Unido.
Durante uma viagem de negócios e lazer pela Europa no final de 1998, Pinochet foi em outubro para a capital inglesa para submeter-se a uma imprevista operação de coluna e, nessa ocasião, foi detido a pedido do juiz espanhol Baltasar Garzón, que solicitou sua extradição por crimes de lesa humanidade.
O governo de Tony Blair o liberou 503 dias depois, aceitando a opinião dos médicos, que descreveram o ex-governante como um decrépito incapaz de encarar um tribunal.
Por seu estado, Pinochet não poderia ser julgado no Reino Unido, "nem em nenhum outro país", comentou então o ministro do interior, Jack Straw.
Segundo os médicos britânicos, a degeneração intelectual do ex-ditador chileno o fazia esquecer o "passado remoto", devido a lapsos de memória e dificuldades de compreensão. "Não conserva vívida a lembrança dos acontecimentos" do passado, "como os ocorridos durante o regime militar" que liderou entre 1973 e 1990, segundo o informe.
O ex-ditador "tem um histórico médico muito complexo", mas atualmente sofre de dois problemas: uma "neuropatia periférica diabética e uma degeneração cérebro-vascular progressiva", disseram.
Segundo a família e pessoas amigas que o acompanharam durante a detenção em Londres, Pinochet sofreu desmaios, uma vez não reconheceu a própria mulher e, em momentos depressivos, teve uma crise de choro, segundo as versões da imprensa.
Pinochet "seria incapaz de acompanhar um julgamento com a lucidez necessária para dar instruções a seus advogados. Teria dificuldades na hora de entender o conteúdo e o significado das perguntas que fizessem a ele, e não compreenderia bem esta dificuldade", segundo o informe de Evans, Denham e Lees.
"Consideramos improvável uma melhora funcional considerável e contínua", concluíram os médicos britânicos, que mencionaram nesse momento que o ex-presidente tinha 16 enfermidades e tomava diariamente 11 medicamentos diferentes.
Segundo versões recentes do governo do Chile e do Exército, que Pinochet comandou por 25 anos até 1998, um de seus principais problemas atuais é o diabetes mellitus, doença agravada durante sua permanência no Reino Unido. Também registra danos cerebrais, atribuídos a microderrames vasculares.
O informe de Londres havia destacado que a degeneração cérebro-vascular manifestou-se parcialmente em hemorragias mínimas e em episódios isquêmicos transitórios, que causaram danos progressivos carentes de sintomas agudos.
"Há evidência clínica de danos no cérebro, incluindo lesões bilaterais nos tratos piramidais, que causam espasmos e que afetam os gânglios basais, produzindo quadros de parkinsonismo", disse.
A presença de reflexos primários indicam que foram produzidas lesões nos lóbulos frontais e o déficit de memória é compatível com danos bilaterais nas estruturas dos lóbulos temporais. As dificuldades na capacidade de compreensão são o resultado do debilitamento da memória.
Enquanto muitas lesões são atribuídas a áreas do cérebro irrigadas pela artéria basilar (que, segundo mostra o scanner cerebral, está calcificada), o dano nos lóbulos frontais indica uma lesão arterial mais generalizada, precisaram os médicos.
Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice