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11/01/2001 - 16h00

Juízes chilenos seguem pista do Exército e podem chegar à vala comum

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da AP
em Santiago (Chile)

Um dos dois juízes designados para investigar a informação das Forças Armadas do Chile sobre o paradeiro de dezenas de detidos desaparecidos durante o regime militar do ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990), chegou hoje a um lugar que pode ser uma fossa onde estariam enterrados seis corpos.

As Forças Armadas informaram na sexta-feira passada (5) o presidente chileno, Ricardo Lagos, que 49 mil desaparecidos políticos encontravam-se em valas comuns ilegais, em diferentes pontos do país.

No mesmo dia, as Forças Armadas também reconheceram que outros 151 detidos durante o regime Pinochet foram lançados ao mar.

O juiz Héctor Carreño chegou a Cuesta Barriga, a cerca de 37 km ao Noroeste de Santiago (capital do Chile), local no qual, segundo a informação dos militares, estaria a fossa com os corpos de seis líderes comunistas detidos em dezembro de 1976.

"Vamos fazer a demarcação do terreno, organizar o trabalho", disse o juiz, que chegou ao local acompanhado da polícia e de legistas do Serviço Médico Legal.

O outro juiz especial escolhido para as investigações, segue uma pista para encontrar uma segunda fossa próxima a unidades militares da cidade de Colina (25 km ao Norte de Santiago).

As informações entregadas pelo Exército levantaram diversas críticas de organizações humanitárias e de ativistas dos direitos humanos, que as consideraram insuficientes e inexatas.

Entre os críticos está o líder do Partido Socialista, que alega que há 49 casos nos quais informações concedidas pelas Forças Armadas não correspondiam com antecedentes judiciais e testemunhos. Ele também acusou a polícia de não revelar todas as informações compiladas durante seis meses.

O governo admitiu a possibilidade de erros e pediu mais precisão à polícia, mas defendeu o comunicado do Exército e destacou a atitude dos militares em reconhecer e revelar a forma como desapareceram 200 mil pessoas.

O presidente Ricardo Lagos reiterou hoje que "quem irá decidir se as informações são 100% corretas ou não é o Poder Judiciário, não o presidente do Chile".


Leia mais sobre o caso Pinochet na Folha Online
 

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