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12/01/2001
-
10h56
da Reuters
em Allahabad (Índia)
Um conselho de homens santos indianos derrubou os planos de um organismo da linha dura hindu de fixar uma data para o início da construção de um templo polêmico que ameaça acabar com a harmonia entre muçulmanos e hindus no país e prejudicar o governo.
O líder do conselho disse hoje que os homens santos hindus, ou sadhus, ainda não decidiram se vão comparecer a uma reunião especial do Vishwa Hindu Parishad (VHP) que acontecerá entre 19 e 21 de janeiro em Allahabad, onde milhões de hindus estão reunidos esta semana para banhar-se no rio Ganges, considerado sagrado.
O VHP, ou Conselho Mundial Hindu, é um grupo radical ligado ao partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro Atal Behari Vajpayee.
O VHP tinha declarado anteriormente que anunciaria a data do início das obras do novo templo _a ser erguido no lugar onde uma mesquita do século 16 foi derrubada por uma multidão de fanáticos hindus_ durante o festival Maha Kumbh Mela, que está tendo lugar em Allahabad.
Mesmo que os sadhus compareçam à reunião do VHP, eles vão exigir que os líderes das comunidades hindu e muçulmana (minoritária) procurem uma solução amigável para a explosiva controvérsia, antes de ser determinada a data do início das obras.
``A melhor saída seria buscar um acordo com os líderes religiosos das comunidades hindu e muçulmana'', disse Mahant Govind Das, secretário-geral do conselho de ordens de sadhus da Índia, o Akhil Bharti Akhara Parishad. ``Não deve haver políticos ou representantes de linha dura envolvidos de qualquer lado.''
Cerca de 3.000 pessoas morreram nos tumultos religiosos desencadeados pela demolição da mesquita de Babri em outra cidade do norte da Índia, Ayodhya, em 1992.
O premiê Vajpayee, cujo partido se ergueu à frente da campanha pela construção de um templo hindu em Ayoddhya, na década de 1980, pôs lenha na fogueira da disputa no mês passado, quando afirmou que o anseio hindu de erguer um templo ao deus Ram em Ayodhya representa ``uma expressão do sentimento nacional''.
Grupos hindus e muçulmanos registraram na Justiça pedidos para que o local da mesquita demolida seja considerado propriedade deles. Os hindus devotos o vêem como o lugar onde nasceu o deus-rei Ram. Os tribunais proibiram qualquer atividade no local enquanto não houver um veredito.
No início da semana, líderes religiosos de ambos os lados rejeitaram a possibilidade de conversações para resolver a disputa, e muçulmanos ameaçaram recorrer à força para impedir as tentativas de construir um templo hindu no local.
O líder dos sadhus, Das, cujo conselho representa 13 ordens de homens santos, cada um composto por pelo menos 100 mil membros, acusou os representantes da linha dura hindu de fazer política com a questão do templo e de tentar explorar os sadhus. ``Somos religiosos, e não temos ligação com qualquer tipo de politicagem'', explicou.
Construção de templo polêmico é adiada na Índia
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em Allahabad (Índia)
Um conselho de homens santos indianos derrubou os planos de um organismo da linha dura hindu de fixar uma data para o início da construção de um templo polêmico que ameaça acabar com a harmonia entre muçulmanos e hindus no país e prejudicar o governo.
O líder do conselho disse hoje que os homens santos hindus, ou sadhus, ainda não decidiram se vão comparecer a uma reunião especial do Vishwa Hindu Parishad (VHP) que acontecerá entre 19 e 21 de janeiro em Allahabad, onde milhões de hindus estão reunidos esta semana para banhar-se no rio Ganges, considerado sagrado.
O VHP, ou Conselho Mundial Hindu, é um grupo radical ligado ao partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro Atal Behari Vajpayee.
O VHP tinha declarado anteriormente que anunciaria a data do início das obras do novo templo _a ser erguido no lugar onde uma mesquita do século 16 foi derrubada por uma multidão de fanáticos hindus_ durante o festival Maha Kumbh Mela, que está tendo lugar em Allahabad.
Mesmo que os sadhus compareçam à reunião do VHP, eles vão exigir que os líderes das comunidades hindu e muçulmana (minoritária) procurem uma solução amigável para a explosiva controvérsia, antes de ser determinada a data do início das obras.
``A melhor saída seria buscar um acordo com os líderes religiosos das comunidades hindu e muçulmana'', disse Mahant Govind Das, secretário-geral do conselho de ordens de sadhus da Índia, o Akhil Bharti Akhara Parishad. ``Não deve haver políticos ou representantes de linha dura envolvidos de qualquer lado.''
Cerca de 3.000 pessoas morreram nos tumultos religiosos desencadeados pela demolição da mesquita de Babri em outra cidade do norte da Índia, Ayodhya, em 1992.
O premiê Vajpayee, cujo partido se ergueu à frente da campanha pela construção de um templo hindu em Ayoddhya, na década de 1980, pôs lenha na fogueira da disputa no mês passado, quando afirmou que o anseio hindu de erguer um templo ao deus Ram em Ayodhya representa ``uma expressão do sentimento nacional''.
Grupos hindus e muçulmanos registraram na Justiça pedidos para que o local da mesquita demolida seja considerado propriedade deles. Os hindus devotos o vêem como o lugar onde nasceu o deus-rei Ram. Os tribunais proibiram qualquer atividade no local enquanto não houver um veredito.
No início da semana, líderes religiosos de ambos os lados rejeitaram a possibilidade de conversações para resolver a disputa, e muçulmanos ameaçaram recorrer à força para impedir as tentativas de construir um templo hindu no local.
O líder dos sadhus, Das, cujo conselho representa 13 ordens de homens santos, cada um composto por pelo menos 100 mil membros, acusou os representantes da linha dura hindu de fazer política com a questão do templo e de tentar explorar os sadhus. ``Somos religiosos, e não temos ligação com qualquer tipo de politicagem'', explicou.
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