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12/01/2001 - 23h40

Busca por desaparecidos do regime Pinochet tem dia frustrante

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da France Presse
em Santiago (Chile)

A busca pelos restos dos corpos de seis prisioneiros políticos do regime militar do general Augusto Pinochet (1973-1990) no Chile terminou hoje de maneira frustrante: as escavações em uma suposta vala comum a 40 km de Santiago (capital do país) não encontrou vestígios dos prisioneiros.

"Por hora não encontramos nada e veremos amanhã. Eu não descarto a possibilidade de se encontrar algo amanhã", disse o juiz designado pela Corte Suprema chilena para as investigações, Héctor Carreño.

Uma equipe de voluntários do Corpo de Bombeiros, dotada de pás e serras, ajudou nas oito horas buscas.

O juiz Carreño, que supervisionou cada um dos passos, disse a imprensa que embora não tenha encontrado indícios de covas, estava esperançoso em relação à possibilidade de encontrar algo nas buscas de amanhã. "Estamos trabalhando. Temos trabalhado desde manhã", disse ele.

A existência da fossa foi mencionada em informações recebidas no dia 5 de janeiro pelo governo do presidente Ricardo Lagos, que davam conta do destino de cerca de 180 detidos da Era Pinochet.

No domingo, em um comunicado difundido pela rádio e pela TV, Lagos disse que pela primeira vez os militares reconheceram haver lançado ao mar, lagos e rios do país pelo menos 151 dos 1.198 presos políticos que desapareceram durante o regime de Pinochet.

Os antecedentes foram reunidos durante seis meses pela chamada Mesa de Diálogo Cívico Militar instalada em 1999, que é composta por altos chefes do governo, advogados de direitos humanos e representantes das igrejas e da maçonaria.

Os dados foram fornecidos principalmente por ex-membros e funcionários ativos das Forças Armadas e pela polícia militarizada de Carabineiros, ao amparo de uma lei que garantiu segredo aos informantes e testemunhas.

Hoje Lagos afirmou que o informe sobre os detidos desaparecidos como o marco mais importante da transição chilena e disse que o governo está aberto para receber todo tipo de propostas para continuar recompilando informações sobre o paradeiro dos desaparecidos.

Marisol Berrio, familiar de um dos desaparecidos, disse que todos estão esperando que a terra entregue algum vestígio de que a informação que foi entregue é certa. "Há muita ansiedade e há de se entender a situação na qual nos encontramos", disse ela.

Segundo os especialistas que trabalham nas escavações, amanhã será um dia chave, pois poderá determinar com alguma certeza se no perímetro das buscas estão ou não os restos de seis desaparecidos.

Hoje o juiz Juan Guzmán Tapia, que investiga 205 acusações de violação dos direitos humanos no regime Pinochet, adiou a data do interrogatório que faria na próxima segunda-feira (15) com o ex-ditador para o dia 23 de janeiro.


Leia mais sobre o caso
Pinochet na Folha Online

 

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