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13/01/2001 - 17h48

Aborígenes da Austrália fazem calendário para provar que são sensuais

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da Reuters
em Sydney (Austrália)

Os aborígenes australianos estão fartos dos estereótipos que acompanham os primeiros habitantes desse vasto território e resolveram contra-atacar com glamour.

Duas jovens mulheres aborígenes produziram o primeiro calendário de pin-up apenas com indígenas a fim de mostrar ao mundo que elas também são sensuais e bonitas.

"Há uma carência de modelos indígenas na Austrália. Vemos sempre olhos azuis e cabelos loiros", afirmou Liza Fraser-Gooda, 26, uma das fundadoras da Jinnali Productions, que lançou o calendário de 2001 em dezembro. "Estamos tentando quebrar barreiras e mostrar que somos bonitas. Dê-nos uma oportunidade e mostraremos ao mundo quem são as verdadeiras indígenas australianas."

Os aborígenes são tratados como cidadãos de segunda classe desde que o Reino Unido instituiu uma colônia penal na Austrália em 1788 e declarou o território como "terra nullius", ou uma região desabitada, podendo ser assim tomada pela Coroa.

Entre os anos 20 e 60, o governo impôs uma política de assimilação forçada para as crianças aborígenes de pele clara, que foram tiradas de suas famílias e passaram a viver com pais brancos.

A situação dos 400 mil aborígenes da Austrália, cerca de 2,1% da população, melhorou desde que foram eles reconhecidos como cidadãos em uma emenda constitucional aprovada em 1967. Antes, eles eram regidos pelas leis da fauna e da flora.

Mas a expectativa de vida dessa população ainda continua 20 anos menor que a média do país e muitos dos aborígenes vivem em guetos onde o abuso de álcool e de drogas é uma constante.

Fraser-Gooda e sua parceira no calendário, Dina Paulson, 31, afirmam que seu projeto nasceu do desejo de passar autoconfiança aos jovens indígenas australianos e para abrir as portas do mundo branco da moda. "As pessoas pensam que os aborígenes são bêbados que ficam vagando por aí, que não querem aprender nada", afirmou Paulson.

O calendário, com 14 modelos aborígenes, foi produzido com um orçamento pequeno. O principal fotógrafo foi um estudante de fotografia que está no primeiro ano do curso. Os patrocinadores foram principalmente organizações aborígenes.
 

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